Stirling Moss é uma lenda viva do automobilismo. O antigo piloto britânico elogiou este sábado o bicampeão do mundo Sebastian Vettel pelo seu talento a guiar o seu Red Bull, e compara-o a Juan Manuel Fangio, outra lenda do automobilismo e do qual Moss correu al lado dele em 1955, ao serviço da Mercedes.
"Vettel é um Fangio moderno na Fórmula 1. Não consigo ver, a não ser pelo seu talento natural, como é que ele consegue ser tão bom. Penso que o Vettel é bastante espantoso, mas tem o melhor carro, o que é justo que se diga, porque o melhor piloto normalmente tem o melhor carro. Fangio escolhia o que queria e os outros ficavam com o que quer que sobrasse", referiu à agência noticiosa Reuters. O antigo piloto, de 82 anos e um dos raros pilotos ainda vivos que correram nos anos 50, destaca ainda a personalidade simpática de Vettel e o seu "grande sentido de humor".
E comparando o piloto alemão com a dupla da McLaren, Lewis Hamilton e Jenson Button, Moss afirmou que "O Vettel é fantástico. Eles estão no topo, mas não ao mesmo nível dele. O Lewis comete alguns erros, pelo que não conseguimos ter a certeza. Eu apostaria o meu dinheiro no Jenson. O Lewis é magnifico, é realmente rápido, mas o Jenson pensa melhor em determinados aspetos do que o Lewis. Como por exemplo quando chove e se deve ou não mudar de pneus. Por todas essas coisas, ele tem uma melhor compreensão das coisas e muito deve-se à experiência".
Ver Moss a compará-lo a "El Chueco", um dos melhores pilotos de sempre pode ser considerado como um elogio. Um grande elogio, na minha opinião. Primeiro que tudo, não acho exagerado que Moss faça isso porque é o único piloto ainda vivo que correu ao lado dele como companheiro de equipa - ao contrário do que muitos pensam, ele não foi companheiro de equipa de Froilan Gonzalez, apesar de ter corrido muitas vezes com ele.
Segundo, sempre considerei Fangio como o modelo de consistência por excelência. Era esse o seu maior trunfo. O fato dele ter uma média bem superior ao resto da competição, contra pilotos que iam do leque de Alberto Ascari, Nino Farina, Mike Hawthorn, o próprio Moss, Peter Collins, etc, demonstra que para que os outros o conseguissem vencer, eles tinham que estar num dia excepcional, com um carro excepcional. Hawthorn conseguiu isso em 1953, em Reims, mas depois de uma batalha épica nas retas do circuito francês.
Ver também este elogio de Moss a Vettel, demonstra também que estamos a observar, em frente de nós, algo que pensavamos que não iriamos ver mais após Michael Schumacher: um piloto que dominasse a década. Acho que, caso no final de 2012 o piloto alemão conquistar o tricampeonato, veremos algo único, que é um piloto que ganhará títulos não pela Ferrari, nem pela McLaren ou Williams, algo que já não se vê desde os tempos de Jackie Stewart, em 1973. E como todos nós sabemos, o velho escocês é uma personalidade venerada no "paddock" pelos seus feitos.
Em suma, o elogio de Moss a um piloto de apenas 24 anos de idade, e com uma personalidade única - todos nós adoramos a sua personalidade bem disposta - apenas nos demonstra que estamos a assistir, como assistimos tantas vezes no passado, à construção de uma lenda. Quer queiramos, quer não, ele será o próximo. Algum de vocês imaginaria ver um piloto de Formula 1 a ganhar um tricampeonato aos 25 anos? Sebastian Vettel pode estar a caminho disso, caso o RB8, desenhado por Adrian Newey, ser tão bom como os outros.
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