(...) "Lauda tinha saído da Formula 1 como um homem rico: na Brabham, tinha sido o primeiro piloto a ganhar mais de um milhão de dólares por ano. Mas o cansaço acumulado de dez anos de competição ininterrupta, aliado à frustração de um mau carro na temporada de 1979, o BT48, com motor Alfa Romeo V12, onde conseguiu apenas quatro pontos, fez com que tomasse aquela decisão bastante radical, naquele final de semana canadiano.
(...)
"E enquanto que Piquet brilhava nos autódromos, rumo ao título mundial com o Brabham BT49, Lauda cuidava dos seus negócios com a Lauda Air. Contudo, o negócio em meados de 1981 não ia de vento em popa, devido às dificuldades de uma companhia “charter” em operar numa Europa que em termos aéreos, ainda era um feudo de companhias nacionais, operando em quase monopólio, com preços cartelizados. Longe ainda se estava da liberalização do espaço aéreo europeu e das companhias “low cost”… e Lauda começava a pensar na ideia de um regresso, nem que fosse para injetar dinheiro na sua companhia aérea.
Mas precisava de motivação para voltar. Esta apareceu ao longo de 1981, quando comentava a Formula 1 no seu canal de televisão local, a ORF. Ainda frequentava o “paddock” e aos poucos, ia sabendo das novidades. E a McLaren, que com a entrada de Ron Dennis na equipa, estava em processo de recuperação do prestígio perdido e necessitava de um olho experiente para testar o chassis MP4, o primeiro carro feito em fibra de carbono.
O teste foi marcado em Setembro de 1981, no circuito de Donington Park, e logo imediatamente apareceram os rumores de um regresso. Poucas semanas depois, esses rumores foram confirmados quando se anunciou que o piloto austríaco, então com 32 anos, iria guiar pela McLaren na temporada de 1982." (...)
No passado dia 22, comemou-se mais um aniversário natalício de Niki Lauda, e hoje publico no portalf1.com um artigo sobre a sua vida entre retiradas, as razões porque se retirou, em primeiro lugar, em 1979, desiludido com as prestações da Brabham e da vida da Formula 1 em geral, e como as circunstâncias que levaram ao seu regresso à competição três anos depois, pela McLaren. O seu negócio com a companhia aérea, as dificuldades financeiras e a motivação que o fez voltar e vencer um terceiro título mundial, no final de 1984.
E numa altura em que Hollywood vai fazer um filme sobre o piloto austríaco, vale a pena ler mais um capítulo da sua longa e versátil carreira.
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