quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Gostos não se discutem: carros feios na Formula 1

Nos primeiros anos de aerodinamismo na Formula 1, sem túneis de vento tão disponíveis como agora, dependia-se de modelos a escala reduzida, desenhadores com conhecimentos de aeronáutica e muito “achismo” para fazerem modelos que fossem tão velozes, pouco resistentes ao atrito e competitivos. E pouco se importava se eram feios ou não. (...) 


(...) No inicio de 1973, o modelo B2, estreado em 1970, já deixara de ser competitivo, e então a equipa decidiu uma abordagem radical: um carro cem por cento monocoque, algo que a Lotus fazia… desde 1962. A sua frente inicial era feia, com duas ranhuras e um aspecto que fazia lembrar um limpa-neves. Mas Enzo Ferrari disse certo dia que “carro bonito era carro que ganhava corridas”. Só que nesse ano, o patinho feio não era competitivo. A má colocação dos seus radiadores fizera com que o motor sobreaquecesse com grande facilidade, e o problema foi detetado logo em Montjuich, palco da sua estreia na Formula 1. (...) 

(...) Desde 1971 que começavam a surgir entradas de ar por cima do piloto, que serviam para refrigerar o motor, para além dos radiadores colocados na parte lateral do carro. Porém, em 1975, eram cada vez maiores e mais evidentes, e as coisas pareciam piorar para a temporada seguinte, quando uma nova equipa vinda de França, decidiu apresentar um modelo com uma enorme entrada de ar: o Ligier JS5. 

Desenhado por um jovem projetista, de seu nome Gerard Ducarouge, ele fez um carro estruturalmente simples, de alumínio, com travões de aço, capaz de caber o motor V12 da Matra. Contudo, a entrada de ar era memorável. Inspirado no Tyrrell 006, era assustadoramente alto e grande, dando imediatamente nomes como “o bule azul” ou “Corcunda de Notre Dâme”. Por causa dessas entradas de ar enormes, a FISA decidiu intervir e dizer que a partir do GP de Espanha, quarta prova do Mundial, seriam limitadas em altura. (...)

Estes são extractos da descrição de três dos cinco modelos que falo hoje no Portalf1.com sobre os carros mais feios que já existiram na Formula 1. Desde o inicio dos anos 70 que apareceram no Mundial de Formula 1 carros que fizeram com que notassem pela sua (falta de) beleza. Nenum destes carros foram notados pelos seus resultados, mas estes cinco modelos apareceram numa era onde se conseguia notar que tipo de carros eram, de que equipa eram e quem os guiava. 

Hoje em dia, com um apertar de regras tal que parece que a Formula 1 é uma competição monomarca, mal notamos as suas diferenças. E podem ser todos feios, como parecem ser quase todos os carros desta temporada,  à honrosa excepção - até agora - da McLaren. 

1 comentário:

ALFA Brazilian Miniatures disse...

Um detalhe, quanto a tomada de ar, na verdade elas são para alimentação do motor e não refrigeração, visto que são motores refrigerados a agua. Os motores aspirado possuem limitação quanto a potencia dada pela pressão atmosférica (que justamente o turbo atua em oposição a isso). Assim, a tomada de ar era desenvolvida de forma a propiciar ar a mistura de combustivel, e de forma a produzir tanto quanto fosse possivel de pressão natural, por indução da velocidade. Por esse motivo a FIA exigiu que em 1994 (ou 95!) fossem abertas as tomada de ar na sua parte posterior, para que essa 'pressão' se dissipasse. A medida que visava redução de velocidade, em verdade mais era para conter a supremacia dos benneton e schumi.
O march 711, comentei no Portal F1, foi um carro excepcional em uma era em que a criatividade e inovação eram combustiveis dos engenheiros. No meu conceito, o carro realmente autentico, obra da ideia do engenheiro é o que é apresentado a imprenssa. O march foi apresentado todo carenado em formas inovadoras e igualmente em soluções. O primeiro a usar os novos pneus goodyear e de perfil baixo na dianteira, tinha uma eficiencia mecanica comprovoda na prova de monza em 71 quando correu desprovido da dita 'tabua', na verdade AEROFOLIO dianteiro e com apenas o que seria o 'flap' da asa traseira. Me orgulho de haver sido o primeiro a produzir esse carro em miniatura na forma de kit na escala 1:20, e homenageado pilotos como Peterson, Lauda, Pescarolo, Nanni Galli (que junto com perterson chegou a usar motor alfa, o mesmo da T33, e freios dianteiros on-board), skip barber e o nosso querido PACE E LUIS PEREIRA BUENO. Fotos em meu blog.
abç
JULIO Cesar
alfaminiatures.blogspot.com