Pode ter apanhado o susto da sua carreira, mas o piloto britânico Anthony Davidson, de 33 anos, está agora a recuperar num hospital na zona de Le Mans após o acidente na tarde de sábado, quando estava a dobrar um Ferrari GT no final da recta de Mulsanne. Até quarta-feira, vai ficar em observação, para depois ter alta e continuar a recuperação em casa até estar pronto para regressar à competição, provavelmente no final do verão. Nesta entrevista captada pela Autosport portuguesa, Davidson conta o que aconteceu e relata também os momentos após o acidente que o levou a bater fortemente nas barreiras de proteção.
P: Como te sentes?
Anthony Davidson: “Já estou melhor mas ainda tenho dores nas costas. Contudo, tendo em conta o acidente que foi, tive muita sorte.”
P: Qual foi o diagnóstico e quando voltas?
AD: “Tenho duas vértebras fraturadas, T11 e T12 e os médicos dizem-me que a média de recuperação são três meses, um pouco menos para atletas de alta competição.
P: O que aconteceu no acidente?
AD: “Tinha passado um Ferrari e um Corvette de pilotos Pro e julguei que o piloto que rodava um pouco à frente deles noutro Ferrari também era Pro, e estava inserido nesse grupo. O carro dele desviou-se para a esquerda, como se espera que um piloto Pro faça, e por isso meti pela direita. Quando já o tinha praticamente passado senti uma pancada na traseira esquerda.
P: O que aconteceu depois?
AD: “O carro entrou em pião de imediato e levantou voo. Parecia um avião fora de controlo. Sabia que as barreiras estavam perto e aquela velocidade foi só esperar que a batida, que foi aterradora. Senti uma grande pancada na espinha.
P: E depois do carro parar?
AD: abri os olhos e apesar das dores senti que estava ali. Tinha sensibilidade e podia mover os pés, tudo funcionava. Devia ter permanecido no carro, especialmente devido à dor nas costas, mas abri a porta e saí do carro porque entrei em pânico e estava claustrofóbico. Tinha que me esticar, deitei-me no chão e esperei pelos médicos.
P: O que achas da estreia do TS030 Hybrid?
AD: “Quando me visitaram falei com os meus colegas de equipa. Quisemos mostrar a nossa velocidade e mesmo da cama do hospital vejo coisas positivas. Tivemos uma grande qualificação, no meio dos Audi, e mostrámos grande andamento na corrida, chegando a liderar entre a quarta e quinta hora. Penso que foi ótimo para os adeptos.”
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