O escocês Dário Franchitti, que recuperava de um grave acidente na pista de Houston, anunciou esta quinta-feira a sua retirada da competição. Aos 40 anos de idade e com uma longa carreira na CART e na IndyCar, desde 2008 ao serviço da Chip Ganassi, foi aconselhado pelos médicos a parar, devido às lesões cervicais sofridas no acidente do passado mês de outubro. Assim sendo, depois de 256 corridas, 31 vitórias e 33 pole-positions, com mais três vitórias nas 500 Milhas de Inmdianápolis e quatro títulos na Indycar, decidiu pendurar o capacete.
Eis o comunicado de imprensa na íntegra:
“Desde o meu acidente em Houston, eu estive sob os cuidados de especialistas, médicos e enfermeiros, os quais fizeram da minha saúde, da minha segurança e da minha recuperação a principal prioridade. Sou eternamente grato pela assistência médica que tenho recebido ao longo das últimas semanas. Eu também gostaria de agradecer a minha família e amigos pelo apoio inacreditável.
Um mês após o acidente e com base no aconselhamento dos médicos que trataram e avaliaram minha cabeça e lesões na coluna vertebral pós-acidente, a opinião médica é que eu devo parar de correr. Eles deixaram muito claro que os riscos envolvidos em mais corridas são grandes e pode ser prejudicial para o meu longo prazo bem-estar. Com base nessa orientação médica, eu não tenho outra escolha a não ser parar.
O automobilismo tem sido a minha vida por mais de 30 anos e é muito difícil pensar que minha carreira acabou. Eu estava realmente ansioso para a temporada de 2014 com a Target Chip Ganassi Racing, com o objetivo de ganhar uma quarta Indianapolis 500 e um quinto campeonato IndyCar Series.
Gostaria de agradecer a todos os meus colegas concorrentes, colegas, equipa e os patrocinadores pelo apoio incrível ao longo deste período incrível de tempo. Também gostaria de agradecer a Hogan Racing, Team KOOL Green e Andretti Green Racing pelas oportunidades de competir na pista e, especialmente, Target Chip Ganassi Racing, que se tornaram como uma família para mim desde que entrei para a marca em 2008. Eu seria negligente se eu não agradecesse a todos os meus fãs à volta do mundo. Eu não tenho como agradecer o suficiente a todos que estiveram do meu lado por todos esses anos.
Guardarei boas lembranças de minha carreira na CART e IndyCar Series e as relações que eu forjei neste desporto irão durar toda uma vida.
Espero que com o tempo, eu seja capaz de exercer alguma atividade nos bastidores com a IndyCar Series. Eu amo as corridas de monopostos e eu desejo o seu sucesso. Eu conversarei com Chip para ver como posso ficar envolvido com a equipa e com todos os amigos incríveis que eu fiz ao longo destes anos.
Como meu amigo Greg Moore dizia: ‘Vejo-te na frente ‘”
Este anuncio inesperado na Chip Ganassi acabou de abrir um enorme buraco numa das equipas mais vitoriosas nesta categoria e certamente que interessados não faltarão para preencher a vaga. Nas próximas semanas veremos quem serão os candidatos ao lugar.
Nascido a 18 de maio de 1973, em Bathgate, na Escócia, começou a sua carreira nos monopostos em 1991, na Formula Ford, e venceu a Formula Vauxhall-Lotus ao serviço da Paul Stewart Racing. Em 1994 foi quarto classificado na Formula 3 britânica, mas não avançou mais longe, passando para o DTM e o International Touring Car Championship (ITC), ao serviço da Mercedes, onde venceu uma corrida em 1996, terminando no quarto lugar da geral.
Em 1997, a Mercedes coloca-o na CART, ao serviço da Hogan Racing, mas será no ano seguinte, ao serviço da Team Green, que explode: três vitórias em 1998 fazem-no ficar no terceiro lugar do campeonato, e no ano seguinte, disputa o título com Juan Pablo Montoya, com os dois igualados nos pontos, mas com o colombiano a levar a melhor devido ao numero de vitórias (Franchitti consegue três). As temporadas de 2000 e 2001 não são muito produtivas, mas em 2002, vence três corridas e termina o campeonato no quarto posto.
Em 2003, ele e a Team Green passam para a IndyCar, mas é em 2004 que vence as primeiras corridas, terminando no quarto posto do campeonato. E a primeira vitoria nas 500 Milhas de Indianápolis acontece em 2007, que resulta também no seu primeiro título na categoria. Contudo, em 2008, vai tentar a sua sorte na NASCAR, com resultados modestos. Com isto, regressa em 2009 à categoria, conseguindo três títulos em seguida, alternados com vitórias na "Indy 500" em 2010 e 2012, conseguindo nesta última resistir a um ataque final do japonês Takuma Sato.
A sua familia está ligada ao automobilismo: o seu irmão Marino Franchitti também teve uma carreira, especialmente na Endurance, e o seu primo Paul di Resta é atualmente piloto de Formula 1, ao serviço da Force India.
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