Há um mês, o mundo da Formula 1 esperava pelo anuncio do regresso de Robert Kubica a um volante, neste caso, o da Williams. Contudo, depois de várias voltas no teste de Abu Dhabi, que parecia ser uma confirmação, as coisas ficaram subitamente caladas até ao inicio da semana, quando surgiu o rumor de que, provavelmente, o escolhido seria outro. E um piloto que até andou... pior do que Kubica naquele teste, mas que tem uma carteira mais pesada. Um pouco a mostrar que a equipa de Grove aceita qualquer dinheiro.
O anuncio poderá acontecer na sexta-feira, mas a fonte é interessante: a russa TASS. E isso poderá significar que Serguei Sirotkin é o escolhido, sendo assim o terceiro russo na Formula 1, depois de Vitaly Petrov e Daniil Kvyat. Esta decisão poderá ter a ver com o dinheiro que ele traz, vindo da SMP - 15 milhões de dólares, fala-se - que poderá invalidar algumas das condições vindas de outro patrocinador, a Martini. É que a firma de bebidas italiana investe 25 milhões de dólares por ano na equipa de Grove, e algumas das condições passam que tenha um piloto mais veterano na equipa, porque Lance Stroll é muito novo, tem apenas 19 anos. Sirotkin tem 22, logo seria "menor", mas para que isso tenha sido invalidado, os dinheiros russos tem de ser superiores aos que a Martini coloca. E o próprio Kubica também trazia dinheiro: oito milhões, vindos da Lotos polaca.
Com o piloto polaco a ficar de fora - provavelmente esta foi a sua última chance na Formula 1 - a alternativa poderá ser o DTM. A Mercedes recebeu uma proposta para acolher o piloto polaco, em substituição do canadiano Robert Wickens, que em 2018 irá correr para a IndyCar. Não seria nenhuma estreia, pois Kubica fez um teste em 2013 em Valencia, onde até andou bem, mas depois optou pelo WRC, onde correu por duas temporadas. Kubica, que agora tem como empresário o ex-piloto Nico Rosberg, está a fazer o possível para correr numa série competitiva em 2018, e provavelmente será por uma só temporada, porque como é público, a marca das trÊs pontas se afastará do DTM para se concentrar na Formula E.
E o mais interessante é que quem também poderia fazer companhia seria Pascal Wehrlein. Ele, que foi campeão da categoria em 2015, aos 21 anos (o mais novo de sempre), andou na Formula 1 nas duas últimas temporadas, mas que não terá lugar em 2018.
Em suma, se todas estas especulações forem reais, pode-se dizer que na Williams, o dinheiro impera, em última análise. E que há uma aposta a longo prazo nas capacidades de Lance Stroll de ser um bom piloto na categoria máxima do automobilismo.
E quanto ao Kubica... creio que mostrou que é capaz de guiar um carro, até de guiar continuamente, a um ritmo que não envergonha ninguém. Mas é provável que fora superado por um piloto com um camião de dinheiro atrás, como Stroll.
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