O Rally Dakar tem doses iguais de aventura e dureza. É ao mesmo tempo fascinante e desgastante. Daí ter atraído milhares de pessoas, quer em motos, carros, camiões e quads, entre outros, para as areias do deserto, fosse ele em África ou na Anérica do Sul. A grande maioria são homens, mas já houve dezenas de mulheres a participarem no rali. Aliás, já houve uma vencedora, a alemã Jutta Kleinschmidt.
Este ano não é excepção. Uma das concorrentes é a argentina Alicia Reina, que concorria com o seu Toyota Hilux. Nem toda a gente está ali para vencer, muitas das vezes, chegar ao fim do Dakar é a maior vitória de todas. Contudo, este ano, os organizadores decidiram que os primeiros dias do Dakar, nas dunas peruanas, serviriam para separar o trigo do joio, diremos assim. E as pessoas andam espantadas sobre a quantidade de carros e motos que tem sido destruídos por causa destes obstáculos. E claro, imagine-se os sonhos destruídos de muita gente, que tenta cumprir a frase dita por Thierry Sabine, quase 40 anos antes: "Um desafio para os que partem, um sonho para os que ficam".
Para Alicia, o Dakar acabou hoje. O seu Toyota começou a pegar fogo, provavelmente devido a algum sobreaquecimento ou porque se rompeu algum tubo de combustível. Ela e a sua navegadora sairam do carro e limitaram-se a vê-lo virar num monte de metal queimado. Foi duro, e elas se sentiram derrotadas. Toda a gente deve ter sentido arrepios ao ver isto e entendeu o que se passou na mente delas, porque já houve muitos que devem ter passado por isso.
E como forma de consolo, até Etiénne Lavigne, o diretor da ASO, e por consequência, do Dakar, foi ter com ela e lhe deu um abraço. Fazer das fraquezas, forças, não é fácil, especialmente depois de ver todo um sonho se esfumar em chamas. As centenas de milhares de euros que deverão ter sido gastos para comprar aquele jipe e montar uma estrutura para o acompanhar no bivouac, pensando na meta em Cordoba. Uma meta que ela não vai atravessar este ano, e por vezes, dá-nos pena.
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