quinta-feira, 18 de abril de 2019

A imagem do dia

Em 1982, depois de passagens por Shadow e ter sido um dos fundadores - e primeiro piloto - da Arrows, com quatro pódios, Riccardo Patrese tornou-se piloto da Brabham, para sr companheiro de equipa de Nelson Piquet, que tinha sido campeão no ano anterior. Ele sabia que seria segundo piloto, mas naquele ano, eles tinha, abraçado os motores BMW Turbo, que eram potentes e velozes... mas pouco fiáveis.

Depois do GP sul-africano, em janeiro, onde ambos desistiram, Bernie Ecclestone decidiu tomar algumas medidas radicais. Uma delas era que iria voltar aos BT49 Cosworth. Contudo, os alemães revoltaram-se e ameaçaram terminar o contrato se fizessem tal coisa. Assim, chegou-se a um compromisso: Piquet andava com o BMW, Patrese com o Cosworth. E foi com ele que conseguiu os seus primeiros pontos, com um terceiro lugar em Long Beach.

O GP do Mónaco aconteceu no rescaldo dos eventos em Zolder, onde Gilles Villeneuve teve o seu acidente fatal. Patrese foi segundo na grelha, com Piquet a ser apenas 13º. A corrida foi dominada pelos Renault até à volta 75. Primeiro. Arnoux, depois Prost, dominaram a corrida, com Patrese a segui-lo, esperando ter um bom resultado, um pódio, pelo menos. Mas nessa volta, à entrada da Tabac, caía uma chuva miudinha e o francês perdeu o controle do seu Renault, batendo forte no guard-rail, acabando ali a sua corrida.

Quase ao mesmo tempo, Derek Daly quebrava a sua caixa de velocidades e deitava óleo pela pista, incluindo pelo gancho do hotel Loews. Prosseguia lentamente, tentando desesperadamente chegar à meta antes do final da corrida no seu Williams. Por essa altura, Didier Pironi liderava, mas ficara sem gasolina à entrada da última volta, dando o comando a Patrese. Ao passar no gancho pela última vez, escorregou no óleo de Daly e fez um pião, deixando ir abaixo o carro. Desesperado, queria colocar o carro a andar, e como aquilo era a descer, lá conseguiu.

O que ele não sabia era o pandemónio que se seguia, ao ponto de ninguém saber quem liderava e quem cortaria a meta no primeiro lugar. Quando ele por fim conseguiu andar, e cortar a meta, a sua primeira impressão era de frustração. Estava convencido que Didier Pironi tinha ganho. Contudo, quando chegou à entrada do Túnel, ele gesticulava. Aparentemente, tinha dito que vencera. Mas não acreditava. E não acreditou, mesmo depois de sair do carro e caminhar para o pódio, para receber os louros de uma vitória tão improvável que ninguém sabia quem teria vencido. 

Esta história só pode ser contada com calma e veracidade desde há uns anos para cá, graças à revista Motorsport. Em 2012, no 30º aniversário da corrida, descobriu-se o autor da mancha de óleo espalhada pela pista, e foi assim que Petrese obteve uma resposta sobre o causador da mancha que o fez despistar. Uns anos depois, o pessoal do site oficial que cuida da carreira do Ricciardo Patrese decidiu responder a perguntas vindos dos fãs. Mandei algumas e por incrível que pareça, obtive resposta. E uma delas tinha sido essa história que vos conto aqui.

Nesta quarta-feira, Ricciardo Patrese completou 65 anos. Comemorou na sua Itália natal, num kartódromo, e num video estava ao lado de Luca Badoer, preparando karts para o seu filho Lorenzo Patrese. Tanti Auguri a te, Ricciardo! 

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