Petter Solberg, em cima do seu Volkswagen Polo GTi R5 no final do Rali de Gales. O seu décimo lugar final deu-lhe um ponto, para além da vitória na classe WRC2. Mas sobretudo, para o piloto de 44 anos, era o final de uma era. É que ele tinha decidido que o Rali de Gales seria o seu último de uma longa carreira nos ralis. Especialmente quando o seu filho, Oliver Solberg, começa a dar os seus primeiros passos, e pretende que tenha um percurso parecido com Kalle Rovenpera, o filho de Harri Rovanpera e do qual muitos lhe auguram um futuro risonho no WRC.
Solberg foi o último campeão não francês, no já distante ano de 2003, a bordo de um Subaru Impreza WRC, quando a Prodrive dava cartas. Antes dos "Sebastiões" - Loeb e Ogier - dominarem isto tudo, foi ele que alcançou um título que foi arrancado a ferros à Citroen, que já tinha Sebastien Loeb nas suas fileiras, mostrando o potencial que depois iríamos ver nos nove anos seguintes. Essa não foi uma temporada fácil, pois teve um arranque pobre, mas depois, vitórias no Chipre, Austrália, França e por fim, País de Gales, num duelo onde conseguiu bater Loeb, deram um título que já perseguia. E a sua comemoração - em cima do seu carro, em andamento! - só reforçaram o seu apelido de "Mr. Hollywood", pelo seu estilo espalhafatoso. E tudo isto ao lado do seu navegador de sempre, o britânico Phil Mills.
Quanto a Solberg, não mais teve a chance de lutar pelo título, apesar de dois segundos lugares em 2004 e 2005, ficando na Prodrive até 2008, e depois, montando a sua própria equipa, andando em carros da Citroen e da Ford, até se mudar para o WRX em 2013.
Já se sabia que era uma era que tinha chegado ao fim, mas o mais interessante que aconteça numa altura em que pela primeira vez em 16 anos, o campeão do mundo poderá não ser um francês. Com a vitória - mais uma - de Ott Tanak, conseguindo bater Sebastien Ogier e Thierry Neuville, parece que essa era dos franceses está, por fim, a chegar ao seu término. E esta despedida de Solberg é um símbolo de uma geração que se vai reformar.
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