A última corrida do campeonato da IndyCar de 2020, em St. Petersburg, na Florida, não só consagrou Scott Dixon como campeão pela sexta vez na sua carreira, como viu pela última vez uma lenda a andar ao volante de um dos carros mais icónicos da competição. Mário Andretti, uma das lendas vivas do automobilismo americano e mundial, iria deixar de guiar o bilugar da Honda.
A caminho dos 81 anos - fará a 28 de fevereiro do ano que vêm - a marca japonesa afirma que a idade começa a ser um fator importante, apesar de ainda estar em forma para guiar a mais de 250 km/hora e agarrar os seus passageiros ao carro nas curvas. A Honda negou, entretanto, insinuações de que ele foi dispensado porque não queria pagar o seguro necessário para poder guiar uma máquina daquelas.
Independentemente do que aconteceu na verdade, temos de observar que Andretti, o patriarca de dinastia automobilística, que depois teve Michael, o filho, Marco, o neto, e Jeff, o sobrinho, a participar a seu lado - ficou na lenda o pódio de 1991, em Michigan, monopolizado pela familia numa carreira única na história do automobilismo - está nas bocas do mundo há mais de meio século, sendo vencedor quer na IndyCar, quer na Formula 1, o seu sonho de infância, desde que esteve em 1954 em Monza, a assistir ao GP italiano, seguindo o seu ídolo, Alberto Ascari.
Andretti teve a sua última temporada competitiva em 1994, aos 54 anos, doze anos depois de ter corrido pela última vez num Formula 1, pela sua amada Ferrari, a pedido do Commendatore Enzo, depois do acidente de Didier Pironi em Hockenheim. Fez uma pole-position em Monza e cumpriu, mas sabia que os seus dias na categoria maxima do automobilismo tinham passado, apesar de ter sido feliz com o título mundial de 1978 pela Lotus, e em Monza, algo que também sempre sonhou.
A caminho dos 81 anos, continua ativo e lúcido. Continua a dar conselhos na equipa do seu filho e ele afirma que não pretende abrandar, vai andar à procura de adrenalina enquanto puder. É esse o espírito.
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