Budapeste calha no calendário ser a primeira corrida depois de Silverstone. Estava lá desde o inicio do anuncio do campeonato, no final do ano passado. Contudo, este Grande Prémio calha exatamente quinze dias depois das polémicas sobre os eventos da primeira volta do GP britânico e que envolveram Max Verstappen e Lewis Hamilton, os dois primeiros classificados do campeonato. A Red Bull andou esse tempo todo a tentar agravar a pena que Hamilton sofreu na corrida britânica, mas sem efeito, e pior: as coisas, neste tempo das redes sociais, chegou a momentos onde as coisas ficaram bem feias, quase ao insulto pessoal. Nenhum deles, porém, caiu assim tão baixo entre eles, porque sabiam que piorar as coisas não resolverá nada.
Então, chegamos aqui. No fim de semana onde Fernando Alonso chega aos 40 anos, a Formula 1 queria saber como é que eles se comportarão neste final de semana húngaro, onde o calor prometia ser forte, e as possibilidades de chuva eram reais, ao ponto de parecer isto virar um sitio tropical. Se os Mercedes estavam felizes por estarem no topo da tabela dos tempos, no lado da Honda, fornecedora de motores da Red Bull, estavam felizes por duas coisas: a primeira, que o motor de Verstappen foi salvo do seu acidente em Silverstone, e eles tinham reduzido a sua potência para poder resistir melhor ao tempo abrasador daquele final de semana.
A qualificação começa debaixo de sol e gente nas bancadas, tentando recuperar a normalidade pré-pandémica - de uma certa forma - e o Mercedes começaram a marcar uns tempos, enquanto Mick Schumacher era o primeiro a não passar, porque não tinha o carro a tempo do treino, pois este ainda convalescia do seu acidente na FP3. Se os carros de Barckley começavam a marcar tempos, cedo Max Verstappen foi para a frente com 1.16,214.
As coisas corriam normalmente, com os piltoos a tentarem tirar os seus melhores tempos, até à parte final, onde parecia que a Haas iria ter companhia. Algo esperada, mas mesmo assim surpresa quando aconteceu. É que George Russell fez companhia a Nicholas Lattifi na Q1, e ambos iriam preencher as duas últimas filas da grelha. E quem saiu a fava foi Yuki Tsunoda, o melhor dos não qualificados, no seu Alpha Tauri.
De regresso à pista com o asfalto bem quente - 62ºC naquele momento - os pilotos tentavam marcar os seus tempos com os compostos moles, sobretudo, para marcar tempo. Hamilton ia para a frente, querendo marcar posição em relação a Max Verstappen, mas atrás, Fernando Alonso dava um ar da sua graça, ao fazer o terceiro melhor tempo provisório. Mas pouco depois, Carlos Sainz Jr. não fez bem a curva 4 e despistou-se, batendo no muro dos pneus. E a sessão foi parada.
Demorou algum tempo para tirar o carro dali, o espanhol até foi a pé pela entrada do pitlane, de uma certa forma...
No regresso, Verstappen - bem como todos os outros - voltavam à pista com moles, enquanto a Mercedes, com Hamilton e Bottas, andavam de médios, as únicas excepções para saber quem sairia melhor nesta altura do campeonato. Com os pilotos a darem o seu melhor, à medida que o cronómetro chegava ao zero, no final, os que ficavam com a fava eram, para além de Sainz Jr, o McLaren de Daniel Ricciardo, o Aston Martin de Lance Stroll e os Alfa Romeo de Kimi Raikkonen e Antonio Giovinazzi.
Agora era a parte final, um duelo que se adivinhava entre os Mercedes e o Red Bull de Max Verstappen. Todos entravam na pista de moles, e todos entravam logo na pista, excepto Vettel, que preferiu entrar mais tarde. O primeiro a marcar um tempo relevante foi Max, com 1.15,984, mas depois Hamilton tirar 565 centésimos para ficar com o melhor tempo na qualificação, e para piorar as coisas, Bottas faz um tempo que o coloca entre eles.
Mas a parte final deu polémica. É que ele decidiu ir para a pista e adoptar um ritmo mais lento, para aparentemente, impedir que Max fosse mais veloz e tirar o seu lugar. Não é ilegal, mas de uma certa forma, não é moral. Com a pole numero 101 garantido, as bancadas dividiram-se entre as vaias e os aplausos, mostrando que os campos estão divididos e ambos os lados querem guerra. Apesar de Max, mais tarde, na conferência de imprensa, ter dito à imprensa que estava de saco cheio das perguntas dos jornalistas sobre as polémicas. Há quem queira guerra, mas não os pilotos, que até se cumprimentaram no final dessa qualificação.
Agora, resta ver o que domingo trará. Se o domínio dos Mercedes se confirmar, até que ponto o neerlandês irá reduzir os prejuízos?
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