Creio que esta é a altura de falar de Piero Taruffi, um dos primeiros pilotos que correu com a Scuderia, e foi um piloto importante quer antes, quer depois da guerra. Nascido a 12 de outubro de 1906, em Albano Laziale, começou a correr em 1932, em motos, antes de passar para os automóveis. Contudo, em 1937, ainda fez uma gracinha quando bateu o recorde de velocidade em duas rodas, ao marcar 279,503 km/hora numa Norton. Mas ele já corrida em automóveis desde 1930, numa Bugatti, nas Mille Miglia. Taruffi foi piloto da Alfa Romeo ao longo dos anos 30, altura em que conhece Ferrari e começa a trabalhar com ele. No final da guerra, depois de uma passagem pela Cisitália, é um dos primeiros pilotos a correr na sua nova equipa, triunfando em Berna, em 1948.
Mas a sua estreia na Formula 1 é com a Alfa Romeo, no GP de Itália de 1950, onde não chega ao fim dessa prova. Corre pela Scuderia em 1951 e 1952, onde ganha o GP da Suíça, e consegue mais dois pódios, acabando na terceira posição do campeonato, com 22 pontos. Em 1955, compete em duas corridas pela Mercedes, acabando em segundo lugar no GP de Itália, um ano depois de triunfar na Targa Florio, ao volante de um Lancia D24.
Em 1957, Taruffi tinha 50 anos e sabia que os seus melhores dias estavam atrás. Competiu nas Mille Miglia com um conjunto de bons pilotos como Peter Collins, Olivier Gendebien, Wolfgang von Trips, Alfonso de Portago e o próprio Taruffi. A Scuderia apostava as suas cartas nesta prova, e quando a Maserati, sua rival, viu boa parte dos seus carros desistirem, tinha o caminho aberto para o triunfo. Mas em Guidizzolo, a cerca de 70 quilómetros de Brescia, Portago perdeu o controlo do seu carro devido a um furo a alta velocidade, matando ele, o seu navegador, e mais 10 pessoas, cinco dos quais crianças. Taruffi, que lutava pela liderança com Peter Collins, acabou por triunfar porque tinha partido mais cedo na estrada.
Depois de saber o que se tinha passado, ele decidiu abandonar a competição de forma definitiva. E as Mille Miglia foram banidas pelo governo italiano, devido à sua periculosidade, com entidades como o Vaticano a condenar fortemente Ferrari.
Curiosamente, ambos irão morrer no mesmo ano: 1988. Contudo, Taruffi irá primeiro, a 12 de janeiro, um mês antes dos 90 anos do Commendatore, e oito meses antes dele. Taruffi tinha na altura 81 anos e hoje em dia, existe um museu em sua honra em Bagnoregio, na região de Viterbo, onde estão expostos muitos dos carros e motos onde correu durante a sua longa carreira.
O filme irá se estrear nas salas de cinema em todo o mundo no final de 2023.
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