terça-feira, 28 de março de 2023

A imagem do dia


Há 30 anos, em Interlagos, Ayrton Senna conseguia uma vitória bem popular no GP do Brasil. E com este triunfo com uma McLaren que não era tão poderosa, aproveitando a sorte da chuva ter aparecido - ele tinha sido penalizado com um "stop & go" de 10 segundos - e dos azares dos seus adversários, especialmente Alain Prost, que se despistou na chuva e ainda por cima, sofreu uma colisão do Arrows de Christian Fittipaldi. Com a chuva a passar, aproveitou a pista seca para apanhar Damon Hill e o passar, rumando para a vitória. 

E claro, a grande cena final, onde 16 títulos mundiais estavam presentes no pódio - passados e futuros - e aquele abraço de Senna a Juan Manuel Fangio, que então com 81 anos, tinha ido presentear os vencedores. 

Mas não foi só isso que aconteceu. Esta foi a última ocasião em que os dois Lotus pontuaram, com o quarto lugar de Johnny Herbert, que lutou pelo pódio com o Benetton de Michael Schumacher, e o sexto posto de Alex Zanardi, a única ocasião onde o italiano pontuou na Formula 1.

A carreira de Zanardi, nascido a 10 de outubro de 1966 na cidade italiana de Bologna, nos monolugares começou em 1988, na Formula 3 italiana, antes de em 1990, acabou como vice-campeão, passando em 1991 para a Il Barone Rampante, onde lutou pelo título com o brasileiro Christian Fittipaldi. O brasileiro acabou por ganhar com cinco pontos de diferença (47 contra 42), embora ambos tiveram duas vitórias cada uma. E a recompensa aconteceu no final da temporada, quando correu pela Jordan nas últimas três corridas da temporada, conseguindo dois nonos lugares. 

Contudo, em 1992, ele não conseguiu um lugar como titular, e ironicamente, coreu nessa temporada por causa de Fittipaldi, que se lesionou no fim de semana do GP de França. Ficando com o lugar por três corridas, apenas se qualificou numa corrida, na Alemanha, onde apenas deu uma volta, desistindo com problemas na caia de velocidades. 

No final da temporada, Zanardi teve uma chance de ser piloto de testes da Benetton para 1993, mas quando a Lotus perguntou se não queria correr com eles naquela temporada, ele aceitou. Anos depois, o italiano disse que, se tivesse esperado, a sua chance de correr num carro vencedor teria sido muito grande, porque existia a promessa de correr pela Benetton em 1994 e 95.

Mas na temporada, as coisas não começaram bem. Em Kyalami, envolveu-se num acidente com Damon Hill, acabando ambos por abandonarem. Ajudando no desenvolvimento da suspensão ativa do modelo 107, em Interlagos, largou de 15º na grelha e escapou das armadilhas que a corrida deixou, especialmente quando choveu e entrou o Safety Car. Também beneficiou da penalixação de gente como o Ferrari de Jean Alesi, que acabou fora dos pontos, e quando terminou na sexta posição, duas abaio do seu companheiro de equipa, Johnny Herbert, tinha conseguido o seu primeiro ponto da carreira, ficando satisfeito com a corrida.

O que ele não sabia era que seria o seu primeiro... e único ponto na Formula 1. Dali a alguns meses, em Spa-Francochamps, iria sofrer o primeiro dos seus grandes acidentes, que o colocariam em prova de imensas maneiras.  

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