quinta-feira, 13 de abril de 2023

The End: Craig Breen (1990-2023)


O mundo dos ralis está em choque esta quinta-feira com a noticia do acidente mortal de Craig Breen. O piloto irlandês de 33 anos morreu esta manhã na Croácia, quando se preparava para o rali de asfalto, que acontecerá no final do mês. O seu navegador, James Fulton, sofreu ferimentos sem gravidade.

O acidente aconteceu às 12:40 locais (menos uma hora em Lisboa), entre as localidades de Stari Golubovac e Lobora, quando o Hyundai i20 Rally1 despistou-se e chocou contra um poste de eletricidade, caindo sobre o piloto. Os bombeiros chegaram ao local pouco depois e tentaram socorrer o piloto irlandês, mas o óbito foi confirmado pouco depois. 

A Hyundai Motorsport confirma com profunda tristeza que o piloto Craig Breen perdeu a vida hoje após um acidente durante o teste pré-evento para o Rali da Croácia. O co-piloto James Fulton saiu ileso do incidente que ocorreu logo após o meio-dia, horário local."

A Hyundai Motorsport envia suas mais sinceras condolências à família de Craig, amigos e seus muitos fãs. Neste momento, não fará mais comentários.


Nascido a 2 de fevereiro de 1990 em Wateford, na República da Irlanda, Breen era filho de Ray Breen, campeão irlandês de ralis. Começou na modalidade em 2007, depois de uma passagem pelo karting, guiando um Ford Fiesta R2, acabando em 2009 a correr nos campeonatos irlandês e britânico, entrando assim nas primeiras provas do WRC. Em 2010 ganha o seu primeiro rali relevante, o Ulster Rally, a contar para o britânico, e suficiente para estar na mira da M-Sport, indo para o WRC Academy, guiando um Fiesta R2. 

Em 2012, participa no SWRC, acabando por ganhar, e conseguindo os seus primeiros pontos no rali da Catalunha, ao ser sexto classificado. Porém, pelo meio, sofre uma tragédia quando, ao guiar um Peugeot 207 S2000 no Targa Florio Rally, sofreu um acidente e viu morrer o seu navegador Gareth Roberts. No ano seguinte, participa no Peugeot Rally Academy, no European Rally Championship, onde consegue dois terceiros lugares em 2013 e 2014, e o vice-campeonato em 2015, perdendo para o polaco Kajetan Kajetanowicz.

Em 2016, tem um programa parcial na Citroen, conseguindo o seu primeiro pódio ao ser terceiro classificado no Rali da Finlândia. Um resultado emocional para ele, pois chorou ao chegar à meta, lembrando o seu navegador falecido, quatro anos antes. 

Piloto a tempo inteiro da Citroen em 2017 e 2018, não conseguiu melhor que um segundo lugar no Rali da Suécia de 2018, não conseguindo mais que 67 pontos nessa temporada. Em 2019 ficou sem lugar devido à saída da equipa francesa do WRC. Foi para a Hyundai, onde até 2021 conseguiu apenas programas parciais na marca, onde conseguiu quatro pódios, três deles na temporada de 2021, conseguindo um oitavo lugar nessa temporada, com 74 pontos. 

Em 2022, passou para a Ford, onde guiou o Puma Rally1 como piloto oficial e a tempo inteiro. Contudo, apesar de pódios em Monte Carlo e na Sardenha, e de ter conseguido 84 pontos, a melhor pontuação de sempre, a Ford preferiu dispensar os seus serviços a favor de Ott Tanak. Para além disso, o seu navegador, o seu compatriota Paul Nagle, decidiu retirar-se no final do rali da Catalunha, sendo o seu lugar preenchido por Fulton.


Assim sendo, regressou à Hyundai nesta temporada, onde o seu lugar seria partilhado pelo espanhol Dani Sordo. Para ter mais ralis, decidiu aceitar o desafio da Hyundai Portugal em ter um piloto competitivo para o CPR, o Campeonato de Portugal de Ralis, correndo ao lado de Ricardo Teodósio.

Breen conseguiu começar bem o ano, ao ser segundo classificado no Rali da Suécia, e no mês seguinte, triunfar no Serras de Fafe, antes de desistir no Rali do Algarve, vítima de despiste, quando perseguia o seu companheiro de equipa. Ele iria voltar ao volante do seu Hyundai na Croácia e pegaria no i20 Rally2 em Portugal, porque o seu lugar iria ser preenchido por Sordo. 

Ao todo, Breen nunca ganhou no WRC, mas obteve oito pódios, 30 vitórias em especiais e 372 pontos em 81 ralis entre 2009 e 2023.    

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