segunda-feira, 10 de abril de 2023

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A fina flor do automobilismo, em peso, para se despedir de um dos seus, num pequeno cemitério escocês, há precisamente 55 anos. 

A 10 de abril de 1968, três dias depois do seu acidente mortal, na Alemanha, o féretro de Jim Clark chegou a Chirnside, na região de Duns, sul da Escocia, para ser sepultado no cemitério local. Gente como Jackie Stewart, Innes Ireland, o casal Graham Hill e Bette Hill, Dan Gurney, Jo Bonnier, Jo Siffert, Jochen Rindt e muitos outros, assistiram à chegada dos restos mortais e prestaram as suas homenagens, antes do caixão ser entregue à terra.

Curiosamente, muitos nessa foto assistiam ao que poderia ser o seu próprio fim prematuro, devido ao risco associado à sua profissão. Nos sete anos seguintes, Hill, Bonnier, Siffert e Rindt tinham tido um final tão violento quando Clark. 

Tempos depois, Dan Gurney contou que, no dia do funeral, o pai de Clark lhe disse que ele era o único que Jim Clark temia. O interessante é saber como alguém, um "all rounder" como ele, mas com menor palmarés - quatro vitórias em Grandes Prémios - poderia ser tão intimidante ao ponto de alguém que vencera sete vezes mais corridas que ele, o temesse.

Foi um tempo de tristeza e sobriedade, assistido por muitos à sua volta. O impacto foi tal que em muitas formas, lembra os de Gilles Villeneuve, 14 anos depois, e o de Ayrton Senna, 26 anos mais tarde. A grande diferença, se calhar, foi o mediatismo. Este funeral, como podem ver pelas fotografias, foi a preto e branco. Os outros já foram a cores.

Colocando os tons à parte, o que se pode ver aqui é o choque da perda e a homenagem dos seus a um dos grandes que o automobilismo jamais assistira. E após este tempo todo, não foi, nem é - e duvido - que seja esquecido no futuro.        

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