terça-feira, 9 de abril de 2024

A imagem do dia


Neste Abril passam 50 anos do recomeço da democracia em Portugal. É todos os jornais que existiam nesse tempo - e mais alguns - estão a trazer imagens de arquivo de 1974. É claro, desportivos como A Bola trazem as específicas, e trouxe hoje a imagem deste Fiat 124 Spyder. É não era uma imagem qualquer: é a do Rali de Portugal.

E no inicio de 1974, realizar uma prova automobilística era um ato de coragem.

Tempos antes, a 6 de Outubro de 1973, rebenta uma guerra no Médio Oriente, entre Israel e os países árabes, a guerra do Yom Kippur. Semanas depois, quando Israel ganha, com o auxílio americano, que faz uma ponte aérea - com escala na base das Lajes - o mundo árabe retaliar com a carteira. Começa o primeiro choque petrolífero.

No meio de uma escalada de preços, de racionamento de combustível, o automobilismo pagou um preço elevado. Não na Fórmula 1, mas os ralis sofreram, com o cancelamento do rali de Monte Carlo e da Suécia.

Mas não o rali de Portugal. Graças aos bons ofícios de Carlos Torres, o dinâmico organizador do então Rally TAP, consegue-se gasolina da Venezuela para a realização de um rali encurtado, mas iria acontecer. Mas mesmo esse rali encurtado não deixou de ser duro. Por exemplo, chegaram a andar 24 horas seguidas, sem parar, entre classificativas, numa verdadeira prova de resistência. 

No final, acabou numa tripla de Fiats 124, da equipa oficial. O italiano Rafaelle Pinto foi o melhor, naquela que veio a ser a sua primeira - e única vitória - na frente do seu compatriota Alcide Paganelli e de um jovem finlandês, Markku Alen de seu nome, que então com 22 anos, conseguia um dos seus primeiros resultados de relevo no Mundial de ralis, o primeiro com a Fiat. Um ano depois, em julho, ou seja, nas agitações da jovem democracia portuguesa, conseguiria a primeira das suas cinco vitórias nesta terra.  

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