E no inicio de 1974, realizar uma prova automobilística era um ato de coragem.
Tempos antes, a 6 de Outubro de 1973, rebenta uma guerra no Médio Oriente, entre Israel e os países árabes, a guerra do Yom Kippur. Semanas depois, quando Israel ganha, com o auxílio americano, que faz uma ponte aérea - com escala na base das Lajes - o mundo árabe retaliar com a carteira. Começa o primeiro choque petrolífero.
No meio de uma escalada de preços, de racionamento de combustível, o automobilismo pagou um preço elevado. Não na Fórmula 1, mas os ralis sofreram, com o cancelamento do rali de Monte Carlo e da Suécia.
Mas não o rali de Portugal. Graças aos bons ofícios de Carlos Torres, o dinâmico organizador do então Rally TAP, consegue-se gasolina da Venezuela para a realização de um rali encurtado, mas iria acontecer. Mas mesmo esse rali encurtado não deixou de ser duro. Por exemplo, chegaram a andar 24 horas seguidas, sem parar, entre classificativas, numa verdadeira prova de resistência.
No final, acabou numa tripla de Fiats 124, da equipa oficial. O italiano Rafaelle Pinto foi o melhor, naquela que veio a ser a sua primeira - e única vitória - na frente do seu compatriota Alcide Paganelli e de um jovem finlandês, Markku Alen de seu nome, que então com 22 anos, conseguia um dos seus primeiros resultados de relevo no Mundial de ralis, o primeiro com a Fiat. Um ano depois, em julho, ou seja, nas agitações da jovem democracia portuguesa, conseguiria a primeira das suas cinco vitórias nesta terra.
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