sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

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Há uns dias, mais precisamente na quarta-feira antes do GP do Qatar, em Losail, foi anunciado um acordo por parte da Qatar Investiment Authority (QIA) para a compra de 30 por cento da Sauber-Audi. Para a marca alemã, foi, de uma certa forma, um alívio, porque assim não tem de investir tanto na construção de uma equipa completa, ou seja, motor e chassis. E como já foi visto anteriormente quando se falou aqui da Aston Martin e da Aramco, o fundo soberano do Qatar irá investir fundo na Formula 1, a partir da próxima temporada.

E quão fundo é isso? Mais de 1,2 mil milhões de dólares. A começar pelos 600 milhões que a QIA deu pela equipa - dado depois de uma avaliação do seu capital. Depois, o dinheiro que injetará na equipa ao longo dos seus anos seguintes para desenvolver não só os seus motores - a Audi tem uma parceria com a BP britânica - para tentar chegar ao topo.

É verdade que está atrás de Mercedes (Petronas) e Honda (Aramco), que aparentemente, partiam bem na frente a competição para saber quem tem o motor mais potente no pelotão dessa temporada, mas querem recuperar o tempo perdido, e estão a investir pesado para lá chegarem.

Mas não irão fazer do chão: na realidade, há o projeto dos eFuels vindos da Porsche, do qual eles irão pegar a investir mais de 400 milhões de euros para os colocar num nível de competitividade a par das duas marcas que estão na frente desta tecnologia.

Mas também há uma razão pelo qual o Qatar está a meter tanto dinheiro: politica. Contra a Arábia Saudita.

Ambos são autores relativamente tardios à Formula 1, mas por trás, são dois governos ultra-ricos, com fundos de soberanos bem polpudos, e desejam projetar a imagem das suas nações no mundo. Todos sabemos onde aconteceu o último mundial de futebol, em 2022, e onde será em 2034, e há muitas outras aspirações. A Formula 1, para ambos, é mais uma frente para muitas ouras coisas, como a Qatar Airways, uma das marcas mis conhecidas. Mas toda a gente sabe que, em 2015, a Arábia Saudita bloqueou o Qatar, numa guerra não-declarada do qual acabou três anos depois, sem vitória da parte da Arábia Saudita. 

Claro, para a Audi, até é um alivio para os seus cofres - avançou em 2022, mas entretanto descobriu que era mais complicado por causa da queda de vendas dos seus automóveis - logo, o projeto, ainda que seja da Audi, é mais na parte técnica que na financeira. Os qataris foram praticamente os seus salvadores, porque o risco do projeto ser abortado a meio chegou a ser real.

E se tudo correr bem, será mais um candidato sério aos títulos. Mas só a partir de 2026, quando tudo começar a rolar nos seus eixos.           

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