sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

As imagens do dia





Provavelmente, deve ser o traje mínimo alguma vez visto num pódio de Formula 1, quer antes, quer depois, mas isso aconteceu hoje, há 65 anos, em Buenos Aires: Bruce McLaren, apenas de calções, a comemorar a sua vitória na corrida argentina, a primeira do campeonato de 1960. Isto porque era o verão austral e estava muito calor. Tanto calor que havia gente nas curvas mais lentas, com baldes na mão, para refrescar os pilotos!

Tinham passado dois meses desde que Jack Brabham dera para a Cooper o seu primeiro título mundial, e também o primeiro de uma era onde os motores ficariam atrás do piloto, no aeródromo de Sebring, o pelotão da Formula 1 iria começar a nova temporada em paragens argentinas, no Autódromo de Buenos Aires. De regresso à Formula 1 após dois anos, a maioria das equipas se tinha rendido às vantagens das máquinas com motor traseiro, já que a Ferrari, BRM e a Lotus preparavam os seus novos projetos com essa ideia em mente. Mesmo sabendo que em 1961 teriam de projetar novos carros, pois os motores iriam ser reduzidos de 2.5 litros para 1.5 litros.

E também a FIA tinha alterado algumas regras em relação ao sistema de pontos. Agora, o sexto classificado tinha direito a ter pontos, deixando de se pontuar pela volta mais rápida, e as trocas de pilotos a meio da corrida eram desencorajadas, perdendo os pontos respeitantes em caso de eles chegassem aos lugares pontuáveis. Era um sistema que ficaria até ao final de 1989. 

Apenas a Cooper e a Lotus tinham chassis com motores traseiros, todos os outros tinham na frente, incluindo a Ferrari, que trouxe quatro carros. Um deles para Froilan Gonzalez. Longe dos seus grandes dias de competição, voltava a correr mais uma vez pela Scuderia, quase nove anos após a sua mítica vitória em Silverstone, a primeira da marca de Maranello. Muitos não queriam, ou tinham pensado nisso, mas aos 38 anos, o “Touro das Pampas” iria correr pela última vez num Grande Prémio.

Foi uma corrida competitiva, mesmo debaixo de calor. O escocês Innes Ireland, piloto da Lotus, consegue surpreender toda a gente e passa para a frente no final da primeira curva, seguido por Graham Hill e Phil Hill. Iria ser a primeira corrida onde a equipa de Colin Chapman iria liderar. Mas isso foi por pouco tempo, porque ele despistou-se e perdeu tempo. Acabaria em sexto. 

O sueco Jo Bonnier liderou boa parte da corrida no seu BRM, até que na wolta 68, começou a ter problemas de motor e ceder o comando a Ireland, que por sua vez, iria ceder para McLaren. Ele iria para a meta, ganhando na frente do Ferrari de Cliff Allison e do Lotus de Stirling Moss, que tinha partilhado a condução com o francês Maurice Tritignant. Mas como as regras tinham mudado, não receberam os pontos. 

Mas de resto, todos foram heróis ao aguentar o calor austral daquele dia de há 65 anos. 

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