Em 1987, passou para a McLaren, onde, em conjunto com Steve Nichols e Bob Bell, entre outros, ajudou a projetar o MP4/4, o carro que deu 15 vitórias na temporada de 1988, em 16 corridas dessa temporada. Também supervisionou os chassis seguintes, o MP4/5, que correu em 1989 e 1990, com a ajuda de Neil Oatley, antes de ir desenhar o McLaren F1, o supercarro desportivo que marcou toda uma década nos automóveis, e a primeira incursão séria da equipa nos automóveis de série. E também, claro, ganhou corridas em Le Mans.
Depois de 2005, Murray começou a trabalhar no seu próprio gabinete de projetos, desenhando projetos de automóveis, muitos deles bem ousados para a industria, mas nenhum deles acabando em produção. Em 2017, montou a sua própria marca de automóveis, a Gordon Murray Automotive, onde desenhou o T.50, o carro que tem em si os mesmos princípios do Brabham BT46B, com a ventoinha na sua traseira. O carro entrou em produção em 2022, na mesma altura em que também surgiu o T.33, uma versão mais "acessível" para quem quiser ter um.
Aos 79 anos, feitos no passado dia 18 de junho, Murray revelou que luta contra um cancro no esófago, detectado no ano passado, e no qual já foi operado, numa cirurgia que ele próprio revela ter sido de alta tecnologia.
"Há 15 anos que faço anualmente uma endoscopia e uma biópsia", explicou Murray ao Telegraph Sport. "Descobrimos o tumor num destas [endoscopias]. O problema do cancro do esófago é que não apresenta muitos sintomas até ser tarde demais, e é por isso que a taxa de sobrevivência é muito baixa." Murray disse que sofre há anos de problemas de refluxo gástrico, que agrava as chances de tumores nessa área do corpo.
A operação, que aconteceu em julho de 2024, foi feito pelo robot cirúrgico Da Vinci XI, controlado pelo Professor Shaun Preston. “Os robôs Da Vinci permitem a realização de cirurgias laparoscópicas com uma imagem tridimensional ampliada e imersiva, melhor do que a vista a olho nu”, explicou o Professor Preston. “É como operar a partir do interior do abdómen e/ou do tórax.”
O próprio Gordon Murray explicou:
"O cirurgião está sentado do outro lado da sala com uma PlayStation, basicamente, e tu ficas ali deitado e tudo é feito com robôs. É um pouco como se estivéssemos a experimentar um carro de corrida. Esta é a parte divertida para mim: quando se tem uma ideia e é preciso desenvolvê-la antes de começar realmente a correr."
Tudo isto acontece quando o Goodwood Festival of Speed decidiu homenagear Murray pelos seus 60 anos de atividade na engenharia, com a exibição de alguns dos seus desenhos, especialmente os Formula 1 da Brabham e McLaren, bem como o McLaren F1 e os seus GMA. Ao todo serão 17 modelos exibidos.
"Mal posso acreditar que há 60 anos que desenho e construo carros de corrida e de estrada", comentou Murray sobre o evento. "Mal posso esperar para lembrar isso tudo com os milhares de fãs no Festival de Velocidade de Goodwood. A estreia dupla da Gordon Murray Special Vehicles, que terá lugar apenas um mês depois, oferecerá aos clientes, antigos e novos, ainda mais formas de participar na nossa celebração dos automóveis e da condução.", concluiu.
Deseja-se o melhor para este génio do automobilismo.




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