Uma das tradições de Monza vemos todos os dias, que é a invasão da pista por parte dos espectadores que foram à mítica pista, não interessa a razão. Contudo, há precisamente 50 anos, os espectadores que foram a Monza foi para ver algo raro: uma vitória de um carro da Ferrari, e um título mundial para a Scuderia. A última vitória da Ferrari tinha acontecido em 1970, e o último título, em 1964. E naquele dia de setembro, ambos aconteciam, e os italianos rejubilaram.
A temporada de Niki Lauda não começou muito bem. Até à quarta corrida do ano, em Barcelona, só tinha conseguido cinco pontos, enquanto rivais como Emerson Fittipaldi já tinham 15, mais dez que ele. Contudo, cinco pódios consecutivos, dos quais quatro vitórias, lhe deram não só os 42 pontos extra, como, no final do GP da França, ele liderava com um avanço de... 22 pontos sobre o segundo classificado, o Brabham de Carlos Reutemann. A partir dali, apenas uma catástrofe o impediria de alcançar o campeonato, o seu primeiro.
Chegado a Monza, Lauda precisava de apenas um ponto para ser campeão. Até poderia ter sido no Osterreichring, e conseguiu esse lugar, mas a corrida tinha sido interrompida e conseguiu meio ponto. Vindos da vizinha Áustria, milhares de compatriotas seus foram vê-lo correr e esperar alcançar algo que Jochen Rindt tinha conseguido cinco anos antes. Ironicamente, no lugar do seu trágico acidente...
Partindo da pole-position, com Clay Regazzoni a seu lado, o suíço partiu melhor e ficou com o comando da corrida, que o levou até à meta. Calmamente, instalou-se na segunda posição, sendo pressionado com o passar das voltas por Emerson Fittipaldi, que queria, de certa maneira, estragar um pouco essa festa. No meio disto tudo, uma carambola, com seis carros de fora, entre eles o Lotus de Ronnie Peterson, o McLaren de Jochen Mass e o Hill de Tony Brise.
Emerson, que perdera o terceiro lugar para Reutemann, começou uma corrida de recuperação, onde chegou ao terceiro lugar por alturas da 14ª volta. E a partir dali, foi atrás de Lauda, que o apanhou na 46ª passagem pela meta. Contudo, já era tarde para apanhar Regazzoni, que, quando cortou a meta na primeira posição, tinha uma vantagem de 16,2 segundos.
E no final, a Ferrari também comemorava algo que não tinha desde 1964: o campeonato de Construtores. Ganhar tudo isso em casa então foi algo do qual os "tiffosi" sonhavam sempre. Naquela tarde, todos os seus sonhos se cumpriam.




Sem comentários:
Enviar um comentário