Monza raramente nos desilude. Sabe dar um espetáculo. Pode ser templo, para os Ferraristas é Catedral, como o Duomo. Pode ser uma ópera e o som dos seus motores, sejam eles que cilindrada for, faz-nos lembrar La Scala. E o tempo que dura de uma ponta à outra, menos de uma hora e 25 minutos - é a corrida mais rápida do calendário - pode entender, de uma certa forma, porque é que o Stefano Domenicalli quer corridas mais curtas. Não é a geração do "déficit de atenção", é porque está habituado às corridas involuntárias de "sprint" que são todos estes Grandes Prémios no Templo do Automobilismo.
Curiosamente, quer Monza, quer Indianápolis, verdadeiras catedrais automobilísticas, são as mais antigas do mundo em contínuo uso.
Com o tempo habitual do final do verão, e perante um autódromo cheio, os pilotos da frente decidiram colocar médios para começar, enquanto os que estavam mais atrás era o contrário: de duros, para ficarem na pista o mais tempo possível. Praticamente estavam a afirmar que só fariam uma paragem nas boxes. E antes da partida, a corrida iria começar com 19 carros, por causa dos problemas que afetaram o Sauber de Nico Hulkenberg.
A partida acontece com Max Verstappen a conseguir aguentar as pressões dos McLaren, especialmente de Lando Norris, para ficar com o comando. mas na chegada à primeira chicane, Max foi pela escapatória, para ficar com o comando da corrida. Pouco depois, das boxes, pedem a Max para ceder a liderança a Norris, o que fez. Contudo, o neerlandês não desistiu e na terceira volta, apanhou o piloto da McLaren e ficou novamente com o comando. Oscar Piastri assistia a tudo, na terceira posição,
Com o passar das voltas, o neerlandês começou a afastar-se dos McLaren, enquanto Lewis Hamilton começou a efetuar nas voltas seguintes na sua recuperação. Tanto que no final de 10 voltas, altura em que Liam Lawson foi às boxes para colocar duros, já era sexto.
Em contraste, Andrea Kimi Antonelli foi o mais perdedor, com menos três lugares em relação à partida.
Com o passar de mais algumas voltas, de uma corrida cada vez mais veloz, Max mostrava porque é que é o carro mais rápido na pista. Cada vez mais distante dos McLaren, corriam cada vez mais sozinhos. por alturas da volta 20, o piloto da Red Bull já tinha cerca de cinco segundos de vantagem sobre Lando Norris, e mesmo atrás dele, Piastri, com 11 segundos de atraso, também estava isolado, porque os Ferrari rodavam mais juntos, com George Russell no meio. Gabriel Bortoletto era sétimo, e conseguia aguentar o resto do pelotão, até à volta 21, quando foi às boxes, em conjunto com Fernando Alonso.
Na volta 25, Fernando Alonso tornou-se no segundo abandono da corrida, por causa de um problema de suspensão que explodiu quando passou por cima dos limitadores na Variante Ascari.
Três voltas depois, na 28ª passagem pela meta, George Russell foi às boxes para a sua única paragem na corrida, com Antonelli a fazer o mesmo na volta seguinte.
Quando Charles Leclerc parou na volta 34, era a altura dos da frente fazerem a sua paragem, com o risco de quando saírem, serem engolidos pelo tráfego do meio do pelotão. A saída de Leclerc foi tranquila, apenas perdendo um lugar - estava longe de confusões - mas na volta 36, aconteceu a paragem do líder da prova. Com 17 voltas por cumprir, o neerlandês meteu duros e no regresso, era terceiro. Um pouco atrás, Leclerc aproximava-se de Alex Albon, o piloto da Williams, que era quinto, que ainda não tinha parado.
Hamilton foi logo a seguir, na volta 39, metendo duros, mas caindo para nono, enquanto Max tentava acelerar para poder estar dentro do "undercut" dos McLarens e assim ficar novamente com a liderança. Ele puxava, conseguindo fazer a volta mais rápida e aproximava dos McLarens, graças aos seus pneus mais novos, e por vezes conseguia ser 1,5 segundos por volta nais rápido que os McLaren. Que ainda não tinham parado nas boxes.
Mas não ficariam até ao final. Piastri para na volta 45, para meter... moles. Ousado. Será que funcionará? Norris entra na volta seguinte, também mete moles - numa paragem mais longa, seis segundos - e sai para a pista atrás do australiano, no terceiro posto. Ele acelerou para ter ritmo suficiente, mas depois, ordens de equipa fizeram com que o britânico ficasse com o segundo lugar, mas nessa altura, independentemente das ordens, ambos estavam longe demais para ir buscar Max.
Que ia a a caminho da sua terceira vitória na temporada. Ele lá ganhou, sem grandes ameaças, 19 segundos na frente de Lando Norris e com Oscar Piastri logo atrás. Leclerc foi o quarto, na frente de Russell, o quinto e Hamilton, o sexto, enquanto nos restantes lugares pontuáveis ficavam o Williams de Alex Albon, o Sauber de Gabriel Bortoleto, que aproveitou a penalização de Andrea Kimi Antonelli, que caiu para nono, e o Racing Bulls de Isack Hadjar.
Não foi uma corrida fantástica, mas que foi rápida... foi. Menos de uma hora e 25 minutos, o habitual. Acho que deveria ser o limite que o Stefano Domenicalli quer...






Sem comentários:
Enviar um comentário