“Não foi uma decisão fácil, mas já há algum tempo que pensava em novos desafios. Tendo já conquistado tanto nos ralis nesta idade, comecei a pensar noutras possibilidades e noutros desafios que gostaria de enfrentar. Foi uma decisão difícil, mas parece-me a certa para perseguir os meus próximos sonhos e desafios.". começou por afirmar no comunicado oficial, lançado esta manhã.
“Desde que comecei a pilotar, ainda criança, o meu sonho era ser piloto do WRC, ganhar um rali e tornar-me campeão do mundo. Ter conquistado tudo isto tão jovem foi uma sensação incrível. Ainda temos três ralis pela frente este ano e vamos dar tudo e continuar a lutar até ao fim”, acrescentou.
“Kalle já teve uma carreira notável no WRC com a Toyota Gazoo Racing, tornando-se o mais jovem vencedor de um rali e, em seguida, o mais jovem campeão do mundo, conquistando o título de pilotos por duas vezes. Considerando que conquistou tanto e ainda é tão jovem, é natural que queira enfrentar outro desafio enquanto ainda tem tempo. Já vimos pilotos de corridas tentarem o rali, mas raramente vimos o contrário: um piloto de ralis ir para um circuito e tentar desafiar os melhores, especialmente em corridas de monolugares. A TGR acredita em ajudar os pilotos a realizar os seus sonhos e não creio que existam muitos fabricantes que possam dar a um piloto este tipo de oportunidade, o que é muito entusiasmante para ambos os lados.
“Kalle, juntamente com Jonne [Haltunnen, seu navegador], desempenhou um papel fundamental no sucesso da nossa equipa nas últimas temporadas e, com três ralis restantes, sei que ele certamente desejará terminar a sua carreira no rali como campeão mundial – embora tenha dois companheiros de equipa que também desejam desesperadamente vencer. Vamos sentir a sua falta na nossa equipa, mas a TGR tem trabalhado arduamente para desenvolver jovens pilotos de ralis talentosos e temos a certeza de que poderemos contar com uma forte formação de pilotos em 2026 e nos anos seguintes.”
Filho de Harri Rovanpera, que correu no século passado em equipas oficiais da Mitsubishi e Seat, nasceu a 1 de outubro de 2000. Deu nas vistas aos nove anos, quando o seu pai colocou no Youtube um video dele ao volante de um Toyota Startlet, fazendo as suas habilidades no gelo, em pleno inverno.
Desde 2015 que tinha começado a correr de forma competitiva, primeiro na Letónia - chegou até a competi sob licença letã - depois, em 2017, debaixo de uma licença especial dada a ele pela federação finlandesa de automobilismo, pois tinha então 16 anos, ele ganhou dois campeonatos da Letónia, com um Skoda Fabia Rally2, antes de, no final do ano, ter a sua primeira particiação no WRC, acabando com um décimo lugar no rali da Austrália.
Andando em 2018 no WRC2, ganhou três ralis antes de passar na temporada seguinte para o WRC2 Pro, triunfando em cinco eventos, sempre com Jonne Halttunen a seu lado. Conseguiu ainda 18 pontos no campeonato principal.
Em 2020 tem a sua experiência em WRC, aos 19 anos, num Toyota GR Yaris, e o seu primeiro pódio, um terceiro lugar, aconteceu no rali da Suécia. Apenas no ano seguinte ganhou o seu primeiro rali, na Estónia, para depois ganhar no duro rali da Acrópole, na Grécia, acabando no quarto lugar, com 142 pontos.
As temporadas de 2022 e 2023 foram as de consagração, vencendo em nove ocasiões e conquistando mais sete pódios, mostrando agressividade e consistência, tornando-se num dos melhores da sua geração, principalmente ao volante do Toyota GR Yaris Rally1. Contudo, no final de 2023, depois de ter ganho o segundo mundial seguido, decidiu que em 2024 iria fazer uma temporada parcial, perseguindo o sonho de fazer algo em circuitos.
No seu regresso, em 2025, estava a ter dificuldades em se readaptar, aparentemente por causa dos novos pneus da Hankook, menos eficazes que os da Pirelli, tendo ganho apenas em dois ralis: Canárias, em abril, e a Finlândia, em agosto. Contudo, a três ralis do final, é terceiro no campeonato, com 203 pontos, menos 21 que o líder, Sebastien Ogier.
Claro, pergunta-se: quem ficará como lugar? Há dois candidatos à vista: o finlandês Sami Pajari e o sueco Oliver Solberg. O primeiro está a ter a sua estreia num WRC1, num Toyota, e apesar de não ter nenhum pódio, é consistente. O segundo, filho de Petter Solberg, campeão do mundo de 2003, ganhou na Estónia, quando teve a sua chance de correr num carro de Rally1, um Toyota GR Yaris.



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