Faz agora 25 anos que começou uma das mais controversas, polémicas e porque não? trágicas temporadas de sempre. A temporada de 1982 começou com um remanescente da guerra entre a FISA, de Jean-Marie Belestre, e a FOCA, de Bernie Ecclestone. Essa polémica, que tinha começado nos finais de 1979, com a proibição das “saias” por parte da FISA, ao que a FOCA decidiu desobedecer, levando a situações como boicotes a corridas (como aconteceu ao GP de Espanha de 1980).
No inicio de 1982, a situação não estava resolvida. Para piorar as coisas, começava a haver polémica com os motores Turbo, mais potentes e mais caros do que os aspirados Ford Cosworth DFV V8. Quem os usava eram as equipas de fábrica (Alfa Romeo, Renault, Ferrari), enquanto que os “garagistas” andavam com os motores Cosworth, que já começavam a perder potência, já que os Turbo começavam a ser mais fiáveis. Algumas equipas planeavam ter o seu: a Brabham tinha assinado contrato com a BMW, a Lotus queria ter motores Renault Turbo, mas ainda não tinham chegado a acordo... Para piorar as coisas, o GP sul-africano era disputado a mais de 1200 metros de altitude, favorecendo claramente os motores Turbo…
Para piorar as coisas, a FISA decidiu que os pilotos deviam ter uma Super-Liçença, ou seja, uma espécie de “carta de condução” obrigatória que os habilitava a conduzir Formula 1 quem tivesse, no mínimo, 300 Km de testes. Para além disso, havia uma cláusula “leonina” que os impedia de ir para outra equipa a meio da temporada. Os pilotos assinaram o contrato sem terem lido essa cláusula, e quem chama a atenção é um recém-chegado… de seu nome Niki Lauda!
Lauda chama a atenção do então presidente da GPDA, o piloto da Ferrari Didier Pironi, das cláusulas desiguais, e decide renegociar as contratos. A FISA e a FOCA dizem não, e a solução foi a mais radical: a greve. Na sexta-feira, 21 de Janeiro, Niki Lauda freta um autocarro e mete lá dentro todos os pilotos, e estes rumaram para o Sunnyside Park Hotel de Joanesburgo, prometendo não sair enquanto a sua situação estivesse resolvida. Quem ficou no circuito para resolver a situação foi o seu presidente, Didier Pironi.
Ecclestone, Balestre e os organizadores do GP sul-africano estavam fulos. O “tio” Bernie queria despedi-los a todos, invocando “justa causa”, Balestre queria suspendê-los indefinidamente, "sequestrando" as suas Super-Licenças, e a ameaça de cancelamento estava pendente, com nítidos prejuízos para os organizadores sul-africanos, que já tinham sofrido “na pele” com as disputas FOCA-FISA (no ano anterior, apesar de terem corrido, o seu GP não tinha sido incluído no calendário pela FISA).
No inicio de 1982, a situação não estava resolvida. Para piorar as coisas, começava a haver polémica com os motores Turbo, mais potentes e mais caros do que os aspirados Ford Cosworth DFV V8. Quem os usava eram as equipas de fábrica (Alfa Romeo, Renault, Ferrari), enquanto que os “garagistas” andavam com os motores Cosworth, que já começavam a perder potência, já que os Turbo começavam a ser mais fiáveis. Algumas equipas planeavam ter o seu: a Brabham tinha assinado contrato com a BMW, a Lotus queria ter motores Renault Turbo, mas ainda não tinham chegado a acordo... Para piorar as coisas, o GP sul-africano era disputado a mais de 1200 metros de altitude, favorecendo claramente os motores Turbo…
Para piorar as coisas, a FISA decidiu que os pilotos deviam ter uma Super-Liçença, ou seja, uma espécie de “carta de condução” obrigatória que os habilitava a conduzir Formula 1 quem tivesse, no mínimo, 300 Km de testes. Para além disso, havia uma cláusula “leonina” que os impedia de ir para outra equipa a meio da temporada. Os pilotos assinaram o contrato sem terem lido essa cláusula, e quem chama a atenção é um recém-chegado… de seu nome Niki Lauda!
Lauda chama a atenção do então presidente da GPDA, o piloto da Ferrari Didier Pironi, das cláusulas desiguais, e decide renegociar as contratos. A FISA e a FOCA dizem não, e a solução foi a mais radical: a greve. Na sexta-feira, 21 de Janeiro, Niki Lauda freta um autocarro e mete lá dentro todos os pilotos, e estes rumaram para o Sunnyside Park Hotel de Joanesburgo, prometendo não sair enquanto a sua situação estivesse resolvida. Quem ficou no circuito para resolver a situação foi o seu presidente, Didier Pironi.
Ecclestone, Balestre e os organizadores do GP sul-africano estavam fulos. O “tio” Bernie queria despedi-los a todos, invocando “justa causa”, Balestre queria suspendê-los indefinidamente, "sequestrando" as suas Super-Licenças, e a ameaça de cancelamento estava pendente, com nítidos prejuízos para os organizadores sul-africanos, que já tinham sofrido “na pele” com as disputas FOCA-FISA (no ano anterior, apesar de terem corrido, o seu GP não tinha sido incluído no calendário pela FISA).
Chegada à noite, e sem acordo á vista, Jean-Marie Balestre tinha sido “bombardeado” à hora do jantar por pães atirados pelas esposas e namoradas dos pilotos… entretanto, Niki Lauda (mais uma vez), sabendo que os donos das equipas queriam retirar os seus pilotos do hotel à força, decidiu barricá-los num salão, com um piano de cauda, e os pilotos foram buscar colchões para que dormissem todos juntos, evitando tal sequestro. Quem os entretinha eram Elio de Angelis (exímio pianista) e Gilles Villeneuve (filho de pianista). Quem escapou a isto tudo foi Teo Fabi, que aproveitou uma ida à casa de banho para fugir do hotel…
As negociações duraram a noite toda, e já quase de manhãzinha, Pironi, Balestre e Ecclestone chegaram a acordo: a cláusula “leonina” fora banida, os pilotos podiam voltar às suas equipas sem qualquer tipo de retaliação, e o Grande Prémio podia voltar ao normal. Todos respiraram aliviados…
Nos treinos de Sábado, René Arnoux chegou à “pole-position” seguido pelos dois Ferrari de Villeneuve e Pironi, e do seu companheiro de equipa, Alain Prost. Na partida, Arnoux leva a melhor sobre os Ferrari, que nesse ano tinham chassis e motor muito melhores. Mas cedo Villeneuve desistia e Pironi ficava em segundo, atrás de Arnoux. Prost vinha atrás, mas era melhor que os outros dois. Contudo, um furo à volta 41 atirou-o para o oitavo lugar, mas a partir daí iniciou uma grande cavalgada, batendo por diversas vezes o record da pista, passando os seus adversários: primeiro o Mc Laren do regressado Niki Lauda, depois o Williams de Carlos Reutmannm, e depois o seu companheiro de equipa René Arnoux, chegando à liderança à volta 68, a nove voltas do final. Pironi atrasava-se, com um problema no Turbo, e terminava no 18º lugar, a seis voltas.
E assim acabava esta prova, mas os problemas não estavam todos resolvidos. O próximo GP, em Jacarépaguá, no Rio de Janeiro, iria desencadear outro problema, este mais grave… mas conto isso noutra altura.
As negociações duraram a noite toda, e já quase de manhãzinha, Pironi, Balestre e Ecclestone chegaram a acordo: a cláusula “leonina” fora banida, os pilotos podiam voltar às suas equipas sem qualquer tipo de retaliação, e o Grande Prémio podia voltar ao normal. Todos respiraram aliviados…
Nos treinos de Sábado, René Arnoux chegou à “pole-position” seguido pelos dois Ferrari de Villeneuve e Pironi, e do seu companheiro de equipa, Alain Prost. Na partida, Arnoux leva a melhor sobre os Ferrari, que nesse ano tinham chassis e motor muito melhores. Mas cedo Villeneuve desistia e Pironi ficava em segundo, atrás de Arnoux. Prost vinha atrás, mas era melhor que os outros dois. Contudo, um furo à volta 41 atirou-o para o oitavo lugar, mas a partir daí iniciou uma grande cavalgada, batendo por diversas vezes o record da pista, passando os seus adversários: primeiro o Mc Laren do regressado Niki Lauda, depois o Williams de Carlos Reutmannm, e depois o seu companheiro de equipa René Arnoux, chegando à liderança à volta 68, a nove voltas do final. Pironi atrasava-se, com um problema no Turbo, e terminava no 18º lugar, a seis voltas.
E assim acabava esta prova, mas os problemas não estavam todos resolvidos. O próximo GP, em Jacarépaguá, no Rio de Janeiro, iria desencadear outro problema, este mais grave… mas conto isso noutra altura.
1 comentário:
Obrigado!
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