Hoje apresento um piloto que foi considerado como um excelente segundo piloto, na Ferrari e na McLaren, mas incapaz de ganhar corridas. O que é um pouco injusto, visto que ele foi a melhor coisa que a Suécia fez depois dos desaparecimentos de Gunnar Nilsson e Ronnie Peterson, e também fez grandes feitos depois da sua carreira na Formula 1, ao vencer as 24 Horas de Le Mans, sendo o primeiro sueco a fazê-lo. Eis o piloto do dia: Stefan Johansson.
Stefan Nils Edwin Johansson nasceu a 8 de Setembro de 1956, na cidade de Vaxjö, no sul da Suécia. Era filho de um antigo piloto de ralis, com o mesmo nome, e começou a carreira no karting, no inicio dos anos 70, e em 1975 chega aos monolugares, na Formula Ford sueca. Três anos depois, vai para a Formula 3 sueca, onde ganha experiência para que no ano seguinte passasse para a Formula 3 britânica, a bordo de um dos carros do Project Four de Ron Dennis. Em 1980, ganha o campeonato, e entre corridas, inicia a sua participação na Formula 1, nas duas corridas iniciais da temporada, a bordo de um Shadow, então nos seus instantes finais. As suas duas participações resultam em não-qualificações na Argentina e no Brasil.
Em 1981 vai para a Formula 2, a bordo de um Lola-Hart da Alan Docking Racing. No final dessa época ganha duas corridas, acabando no quarto lugar do campeonato europeu. Em 1982, é recrutado pela Spirit, que está a desenvolver o motor Honda V6 Turbo. O carro era rápido, mas pouco fiável.
Em 1983, a Honda pede à Spirit para que monte uma equipa de Formula 1, no sentido de desenvolver o motor Honda Turbo. Naturalmente, Johansson é o piloto escolhido, e as actividades iniciam-se no GP britânico, em Silverstone, com um Formula 2 modificado. No resto da temporada, o melhor que consegue é um sétimo lugar na Holanda, mas as suas prestações são dão nas vistas. Entretanto, corre em Sport-Protótipos, num Porsche 956, com Bob Wollek, onde ganha os 1000 Km de Monza.
Em 1984, não arranja um lugar na Formula 1, e concentra-se nos Sport-Protótipos, com a Porsche. Ganha as 12 Horas de Sebring, e faz algumas performances de relevo, mas a meio do Verão, tem um novo apelo da Formula 1. A Tyrrell precisa de um substituto para Martin Brundle, que se tinha magoado seriamente no GP de Dallas. Johansson corre para a Tyrrell durante quatro corridas, mas todos os resultados não contam para o Mundial, pois os carros tinham sido excluídos da competição. Em Monza, a Toleman chama-o, para substituir o venezuelano Johnny Ceccoto, também magoado num acidente. Vai ser nesse Grande Prémio que alcança pela primeira vez os pontos, ao acabar na quarta posição.
Em 1985, tinha um contrato com a Toleman, como substituto de Ayrton Senna, mas problemas com a Goodyear, que lhe recusava a fornecer os pneus, fez com que ele começasse a temporada na Tyrrell. Mas o despedimento de René Arnoux da Ferrari, fez com que Enzo Ferrari o escolhesse para ser o seu substituto. Em Imola, teve uma grande chance de vencer, até que a duas voltas do fim, ficou sem gasolina, roubando-lhe uma vitória certa. No resto da temporada consegue como melhor resultado dois segundos lugares, no Canadá e em Detroit, terminando a temporada no sétimo lugar da classificação, com 26 pontos de dois pódios.
Em 1986, os Ferrari perdiam competitividade, e as prestações de Stefan Johansson e de Michele Alboreto ressentiam-se. Nesta altura, eles já eram amigos próximos, e isso vai-se repercutir durante o resto da sua carreira até à morte do italiano, em 2001. Nesse ano, o melhor que ele conseguiu foram quatro terceiros lugares, e o quinto lugar da geral, com 26 pontos.
No final da época, Johansson transfere-se para a McLaren, com substituto do retirado Keke Rosberg. Durante a temporada, consegue mais cinco pódios, e é protagonista de um acidente bizarro: nos treinos do GP da Austria, ele colide com um veado, provocando estragos consideráveis no carro, e um valente susto... No final da temporada, obtêm 30 pontos e o sexto lugar na geral.
Em 1988, vai para a Ligier, mas os tempos aureos desta equipa há muito que se foram. Não pontua nesse ano. Em 1989, mais uma nova aventura, desta vez com uma equipa acabada de se estrear: a Onyx. Não se qualifica nos três primeiros grandes prémios, mas depois consegue um quinto lugar em França e um novo pódio, desta vez em Portugal. Vai ser o seu último pódio e o unico para a equipa Onyx. No final da temporada, os seis pontos dar-lhe-ão o 12º lugar da geral.
Em 1990, continua na Onyx, mas cedo esta equipa mergulha em dificuldades. Após a etapa brasileira, abandona a equipa, sem resultados. Em 1991, começa a temporada na AGS, mas depois reencontra Michele Alboreto na Arrows. Contudo, a equipa, que tem motores Porsche V12, é um desastre. E depois da etapa inglesa, Johansson sai da Arrows e da Formula 1 de vez.
A sua carreira na competição foi a seguinte: 103 Grandes Prémios, em dez temporadas, sem vitórias, pole-positions ou voltas mais rápidas, com 12 pódios e 88 pontos no total. É até agora o piloto com mais pódios sem ter alcançado a vitória.
Depois da Formula 1, Johansson virou-se para os Estados Unidos, no Campeonato Indy/CART. Foi o "Rookie do Ano" em 1992, e correu em 74 Grandes Prémios, mas nunca ganhou. Em 1996, no circuito citadino de Toronto, é protagonista de um acidente terrível, quando uma colisão com o americano Jeff Krosnoff faz com que o carro bata num poste de iluminação, causando a morte de Krosnoff de de um comissário de pista.
Em 1997, vai correr para a American Le Mans Series, onde ganha pela segunda vez as 12 Horas de Sebring e as 24 Horas de Le Mans, ao volante de um Joest Porsche. Quem era o seu companheiro? Michele Alboreto, claro! E também o actual recordista de vitórias em Le Mans, Tom Kristensen... Continuou nos Le Mans Series até 2002, sem resultados de relevo. Em 2003, volta à CART como proprietário de uma equipa, a American Spirit Team Johansson, que tinha como pilotos aos americanos Ryan Hunter-Reay e Jimmy Vasser. A equipa durou apenas uma época, e só ganharam uma corrida.
Hoje em dia, para além da sua participação na American Le Mans Series, corre na GP Masters, a competição para maiores de 45 anos, e que reune os grandes nomes da Formula 1 dos anos 70 e 80. Fora da competição, tem um "hobby": é desenhador de relógios!
Em 1997, vai correr para a American Le Mans Series, onde ganha pela segunda vez as 12 Horas de Sebring e as 24 Horas de Le Mans, ao volante de um Joest Porsche. Quem era o seu companheiro? Michele Alboreto, claro! E também o actual recordista de vitórias em Le Mans, Tom Kristensen... Continuou nos Le Mans Series até 2002, sem resultados de relevo. Em 2003, volta à CART como proprietário de uma equipa, a American Spirit Team Johansson, que tinha como pilotos aos americanos Ryan Hunter-Reay e Jimmy Vasser. A equipa durou apenas uma época, e só ganharam uma corrida.
Hoje em dia, para além da sua participação na American Le Mans Series, corre na GP Masters, a competição para maiores de 45 anos, e que reune os grandes nomes da Formula 1 dos anos 70 e 80. Fora da competição, tem um "hobby": é desenhador de relógios!
3 comentários:
sempre nutri um particular apreço por este piloto.
Na biografia do Johansson não foi citado o impressionante acidente, não me lembro o ano nem o circuito, em que ele colidiu a mais de 300 km/h com um filhote de veado que saiu do mato e entrou na pista. A sequência de fotos, publicada na revista Quatro Rodas, mostra o animal se despedaçando e espalhando sangue pelo carro todo. Johansson teve a clavícula quebrada.
-Arthur Motta-
Isso foi na Austria 87. Eu falo brevemente do acidente, na biografia. Pena não ter imangens disso, e nem sabia que ele se tinha magoado na clavicula...
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