segunda-feira, 26 de novembro de 2007

O piloto do dia - Marcus Gronholm


Na semana em que se decidirá o título mundial de pilotos, no WRC, através do Rali da Grã-Bretanha, decidi que hoje a amanhã fazer uma apresentação dos dois candidatos ao título mundial: Sebastien Löeb e Marcus Gronholm, colocando aqui as suas biografias. Hoje começo pelo piloto finlandês da Ford, que fará este fim de semana a sua derradeira aparição competitiva no WRC.



Um dos “finlandeses voadores” do qual o mundo dos ralis nos habituou ao longo destes anos, Marcus Gronholm é o exemplo mais recente. Nasceu a 5 de Fevereiro de 1968 em Kaunihainen, na Finlândia. O seu pai, Ulf Gronholm (1943-1981), foi bi-campeão nacional de ralies nos anos 70. Na sua juventude, correu em provas de motocross, mas uma lesão séria no joelho forçou-o a mudar para outro desporto: o boxe.



Com o tempo, virou-se para a actividade no qual o seu pai se tornou famoso, graças a Sebastian Lindholm, seu primo directo. Em 1991 ftorna-se campeão nacional, na categoria de Produção, ao volante de um Toyota Celica GT Four, e três anos depois, é de novo Campeão naci0nal, mas em Absolutos, ao volante de um Celica Turbo 4WD. Entretanto, as suas actividades esporádicas na xena mundial, nomeadamente através do Rali da Finlândia, tornam-no notado pelas grandes marcas que estão no mundial, ao longo da década de 90. Toyota, Peugeot, Mitsubishi e Ford seguem as performances do piloto, mas só depois de 1999, e depois de ter ganho o Campeonato Nacional mais três vezes (1996, 1997 e 1998), é que Gronholm decide apostar numa participação a tempo inteiro no Mundial WRC.



Em 2000, Gronholm começa a participar a tempo inteiro, e tem uma “entrada de leão”: vence o Rali da Suécia, e depois ganha o Rali da Nova Zelândia. A meio do ano, o estreante torna-se candidato inesperado a campeão do mundo! Ganha o Rali da Finlândia e o Rali da Austrália, e quando chega em segundo lugar no Rali da Grã-Bretanha, e torna-se Campeão do Mundo, batendo não só o seu compatriota Tommi Makkinen, como também os outros candidatos, entre os quais o inglês Richard Burns (1971-2005), bem mais experientes do que ele. E não tinha um programa completo na Peugeot nesse ano!



Em 2001, continuando na Peugeot, ganha apenas três ralies, na Finlândia, Austrália e Grã-Bretanha, pequenos oásis num mar de problemas que o seu Peugeot 206 atravessou, e que lhe colocaram apenas na quarta posição no Mundial desse ano, ganho por Richard Burns.



Em 2002, porém, as coisas melhoraram muito, e Gronholm partiu para uma temporada imparável, ganhando cinco ralies (Rali da Suécia, Rali do Chipre, Rali da Finlândia, Rali da Nova Zelândia e Rali da Austrália), ganhando o título mundial com mais de 40 pontos de vantagem sobre o segundo classificado, o norueguês Petter Solberg. No ano seguinte, com um Peugeot 206 que começa a ser datado, Gronholm consegue três vitórias, na Suécia, Nova Zelândia e no Rali da Argentina, acabando o mundial na sexta posição, a 36 pontos de Petter Solberg, o novo campeão do Mundo.



O ano de 2004 apresentava um carro novo: o Peugeot 307. Nesse ano de transição, apenas ganha o Rali da Finlândia pela terceira vez na sua carreira, acabando a temporada na quinta posição com 62 pontos, muito distante do carro campeão, o Citroen Xsara WRC do francês Sebastien Löeb. Em 2005, o Peugeot 307 continua a ser desenvolvido, mas apenas duas vitórias no campeonato (Finlândia e Japão), mas a decisão da Peugeot de se retirar da competição no final dessa temporada, fazem com que termine na terceira posição, incapaz de parar a cavalgada de Sebastien Löeb para um segundo título mundial.




Em 2006, passa para a Ford, que tem o seu modelo Focus WRC. Nesse ano, ajuda a desenvolver o seu novo carro, mas tem de novo uma “entrada de leão”, ao ganhar o Rali de Montecarlo. Repete a façanha no Rali da Suécia, mas depois só volta a ganhar no Rali da Acrópole (Grécia), na Finlândia (uma quarta vez), no Rali da Turquia, na Nova Zelândia e na Grã-Bretanha. Contudo, e apesar da boa adaptação, e do facto do seu maior rival ter ficado de fora no final da temporada, devido a um acidente de bicicleta, que lhe fracturou a clavícula, foi incapaz de desalojar Sebastien Löeb de um tri - campeonato consecutivo.


Em 2007, Gronholm continuou a desenvolver o modelo Ford Focus WRC, sendo cada vez mais o chefe de fila incontestado da marca, mas o seu rival Löeb era um adversário duro de bater. Contudo, a sua destreza no gelo e na terra, algo que o pilotos nórdicos são bons, deram resultado: ganhou na Suécia, no Rali da Sardenha (aproveitando uma rara desitência do piloto francês), na Acrópole, na Finlândia (quinta vez, quarta consecutiva!) e no Rali da Nova Zelândia, alcançou a sua 30ª vitória da sua carreira no WRC, batendo Sebastien Löeb pela margem mais curta de sempre: 0,3 segundos!


Contudo, apesar de lutar contra Löeb, e de lhe dar répilca, Gronholm sabe que os seus 39 anos já não dão para muito mais por muitos anos. Sendo assim, a 14 de Setembro deste ano, anunciou que se iria retirar da competição, acompanhado do seu fiel navegador (e cunhado) Timo Rautiainen.


«Estes vinte anos de ralis deram-me muito, e sempre sonhei em terminar a carreira no ‘top’. Agora tenho uma excelente oportunidade para fazer isso acontecer, e vou fazê-lo. Não há qualquer drama nesta decisão, pois quero dar a possibilidade aos mais jovens para, também eles, alcançarem os seus sonhos, tal como sucedeu comigo.»


A sua carreira no Mundial de Ralies é impressionante: em 145 provas do Mundial (1989-2007), ganhou 30 ralies e noutras 28 terminou no pódio. Ganhou 527 especiais, obtendo 593 pontos. Gronholm foi Campeão do Mundo de Ralies em 2000 e 2002.


Para finalizar: se quiserem ver algumas imagens do piloto, aqui podem vê-lo a testar em 2002 nas classificativas finlândesas, ou aqui, no seu primeiro teste com o Ford Focus, quatro anos mais tarde. Mas o melhor foi na Turquia, quando o seu navegador levou uma pedrada e ele tentava explicar o que aconteceu no seu melhor inglês...

2 comentários:

Anónimo disse...

Grande Grolholm... E quanto a Super Aguri...mas que tristeza, parece não haver mais lugar para garageiros na f1.
pena;

Paulo Gouvêa Jr. disse...

Este piloto só tem um grave defeito: vai parar de correr. De resto... é o melhor.