Não é todos os dias que falo de três carros de uma só vez, mas também não deve haver muitas equipas que ganhem campeonatos praticamente no ano da sua estreia. Contudo, na história da Formula 1, houve excepções. E no início dos anos 70, uma parceria perfeita levou a que a Tyrrell ganhasse o seu único título mundial de construtores logo na sua primeira temporada completa. E tudo graças ao génio inovador do projectista Derek Gardner, de excelente gestão de Ken Tyrrell, e do talento de Jackie Stewart.
No final de 1969, Tyrrell e Stewart finalmente chegavam ao título mundial de pilotos e construtores, graças à Matra. Contudo, essa vitória foi alcançada com os motores Ford V8. No final desse ano, Ken Tyrrell tinha problemas com a construtora francesa, que estava mais disposta a divulgar o seu motor V12, que apesar de ser potente, era inferior aos Cosworth V8. Tyrrell decidiu então procurar outro fabricante, que fosse capaz de fornecer um bom chassis para albergar esse motores Cosworth. Acabou por encontrar a solução numa construtora recém-formada: a March.
Tyrrell arranjou três chassis, mas este não era uma solução ideal. Ao longo de 1970, Stewart lutava contra um chassis pouco competitivo. Somente ganhou uma corrida, em Espanha, numa prova exaustiva (apenas seis carros terminaram). Quando o ano começou a caminhar-se para o fim, Tyrrell e Stewart acharam por bem começar a planear construir o seu próprio chassis. Para isso, contrataram Derek Gardner, engenheiro da companhia Ferguson, que começou a desenhar um novo chassis à volta de um Matra MS84 de quatro rodas motrizes.
O carro tinha que ser simples de construir, e com poucos desenvolvimentos até que começasse a ser competitivo. Desenvolvido em grande segredo, ficou pronto a 22 de Agosto de 1970, na Golden Cup, em Oulton Park. Era leve (menos 15 kg do que um March), e tinha custado na altura 40 mil libras (pouco mais de 700 mil euros no câmbio de hoje). Tinha uma caixa de velocidades Hewland, e um motor Ford DFV, para verem até que ponto o carro era bem simples.
A estreia deveria ter acontecido em Itália, mas o carro não quis colaborar nesse fim-de-semana trágico para o pelotão da Formula 1. Na corrida seguinte, no Canadá, o carro finalmente tem a sua estreia, depois de Stewart ter vencido uma partida de golfe a Tyrrell, que tinha reticências, espanta meio mundo, ao fazer a pole-position, a primeira da marca como chassis próprio. Liderou a corrida, mas desistiu cedo devido a um problema mecânico. Em Watkins Glen, Stewart dominou a corrida, e tudo indicava que ele iria ganhar, mas o motor cedeu e teve que assistir nas boxes à vitória de Emerson Fittipaldi no seu Lotus 72.
Em 1971, a Tyrrell assina um acordo com a Goodyear e Stewart e o “tio” Kem preparam juntos o assalto ao título mundial. Em Janeiro, pedem à Goodyear que traga 400 jogos de pneus para a Africa do Sul, onde preparam a primeira prova do campeonato. O teste não compensa muito: Stewart acaba em segundo.
No final de 1969, Tyrrell e Stewart finalmente chegavam ao título mundial de pilotos e construtores, graças à Matra. Contudo, essa vitória foi alcançada com os motores Ford V8. No final desse ano, Ken Tyrrell tinha problemas com a construtora francesa, que estava mais disposta a divulgar o seu motor V12, que apesar de ser potente, era inferior aos Cosworth V8. Tyrrell decidiu então procurar outro fabricante, que fosse capaz de fornecer um bom chassis para albergar esse motores Cosworth. Acabou por encontrar a solução numa construtora recém-formada: a March.
Tyrrell arranjou três chassis, mas este não era uma solução ideal. Ao longo de 1970, Stewart lutava contra um chassis pouco competitivo. Somente ganhou uma corrida, em Espanha, numa prova exaustiva (apenas seis carros terminaram). Quando o ano começou a caminhar-se para o fim, Tyrrell e Stewart acharam por bem começar a planear construir o seu próprio chassis. Para isso, contrataram Derek Gardner, engenheiro da companhia Ferguson, que começou a desenhar um novo chassis à volta de um Matra MS84 de quatro rodas motrizes.
O carro tinha que ser simples de construir, e com poucos desenvolvimentos até que começasse a ser competitivo. Desenvolvido em grande segredo, ficou pronto a 22 de Agosto de 1970, na Golden Cup, em Oulton Park. Era leve (menos 15 kg do que um March), e tinha custado na altura 40 mil libras (pouco mais de 700 mil euros no câmbio de hoje). Tinha uma caixa de velocidades Hewland, e um motor Ford DFV, para verem até que ponto o carro era bem simples.
A estreia deveria ter acontecido em Itália, mas o carro não quis colaborar nesse fim-de-semana trágico para o pelotão da Formula 1. Na corrida seguinte, no Canadá, o carro finalmente tem a sua estreia, depois de Stewart ter vencido uma partida de golfe a Tyrrell, que tinha reticências, espanta meio mundo, ao fazer a pole-position, a primeira da marca como chassis próprio. Liderou a corrida, mas desistiu cedo devido a um problema mecânico. Em Watkins Glen, Stewart dominou a corrida, e tudo indicava que ele iria ganhar, mas o motor cedeu e teve que assistir nas boxes à vitória de Emerson Fittipaldi no seu Lotus 72.
Em 1971, a Tyrrell assina um acordo com a Goodyear e Stewart e o “tio” Kem preparam juntos o assalto ao título mundial. Em Janeiro, pedem à Goodyear que traga 400 jogos de pneus para a Africa do Sul, onde preparam a primeira prova do campeonato. O teste não compensa muito: Stewart acaba em segundo.
Ao longo da temporada, Derek Gardner desenha o Tyrrell 002 e 003, como evoluções do carro inicial. O 002 foi desenhado exclusivamente para albergar a maior estatura de Francois Cevért, companheiro de Stewart na Tyrrell. E em Montjuich, palco do GP de Espanha , o Tyrrell 003 fica pronto para consumar o domínio que Stewart estava a ter no campeonato do mundo. No final, o escocês ganha o campeonato do mundo com seis vitórias e 62 pontos, mais do dobro do vice-campeão, o sueco da March Ronnie Peterson. Em 1972, Tyrrell continua com os 002 e 003, onde, apesar de Stewart ganhr quatro corridas, não conseguiu contrariar o domínio vitorioso dos Lotus 72 guiado por Emerson Fittipaldi. Apesar de tudo, termina o campeonato como vice-campeão do mundo, com 45 pontos, contra os 64 do piloto brasileiro.
Carro: Tyrrell 001
Projectista: Derek GardnerMotor: Cosworth V8 de 3 Litros
Pilotos: Jackie Stewart, Peter Revson
Corridas: 5
Vitórias: 0
Poles: 2 (Stewart 2)
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 6 (Stewart 6)
Carro: Tyrrell 002
Projectista: Derek GardnerMotor: Cosworth V8 de 3 Litros
Pilotos: Francois Cevért
Corridas: 21
Vitórias: 1 (Cevért 1)
Poles: 0
Voltas mais Rápidas: 1 (Cevért 1)
Pontos: 35 (Cevért 35)
Tyrrell 003
Projectista: Derek GardnerMotor: Cosworth V8 de 3 Litros
Pilotos: Jackie Stewart, Patrick Depailler
Corridas: 18
Vitórias: 8 (Stewart 8)
Pole-positions: 5 (Stewart 5)
Voltas mais Rápidas: 4 (Stewart 4)
Pontos: 86 (Stewart 86)
Títulos: Campeão do Mundo de Pilotos, em 1971 (Jackie Stewart), e Campeão do Mundo de Construtores em 1971
Fontes:
Livro: Anuário Formula 1 90/91 - Francisco Santos. Edições Talento
http://en.wikipedia.org/wiki/Tyrrell_003
2 comentários:
Ótima reportagem sobre os carros do Tyrell!!
Gosto muito dos Tyrrel, mas este ai que tem uma tabua de passar roupas na frente é meio feio, né?
Meu primeiro post la no começo do bliggro foi um Tyrrel de seis rodas.
Ah e ja estou de volta..fim de Férias com um post sobre o Dakar.
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