Há precisamente 33 anos atrás, as vidas de Graham Hill, Ray Brimble, Tony Brise, Andy Smallwood, Tony Alcock e Terry Richards tinham um final abrupto no campo de golfe de Arkley, no norte de Londres, quando o Piper Aztec tripulado por Hill despenhara-se, devido ao forte nevoeiro que se fazia sentir naquele dia. Vinham de Paul Ricard, no sul de França, onde tinham testado o GH2, o segundo carro da Embassy Hill, para a temporada de 1976. Infelizmente, com as mortes de Hill e Brise, também morriam as esperanças de ver se o construtor Hill iria ser bem sucedido, ou não.
Quando Graham Hill foi embora da Brabham, no final da temporada de 1972, decidiu que o melhor a fazer seria constituir a sua própria equipa. Em 1973, com o apoio da marca de cigarros Embassy, Hill compra um chassis Shadow e corre sozinho, começando as suas operações no GP da Espanha desse ano. No final, não conseguira pontos. No ano seguinte, adquire um chassis Lola, onde consegue resultados ligeiramente melhores, e contrata pilotos pagantes como o alemão Rolf Stommelen e o inglês Guy Edwards.No inicio de 1975, Hill decide que é hora de construir o seu próprio chassis. Contrata os serviços de um jovem projectista, Andy Smallwood de seu nome, e projecta um carro fortemente influenciado pelo modelo Lola do ano anterior. O carro, baptizado oficialmente de Hill GH1, estreia-se no GP de Espanha desse ano, com Rolf Stommelen e o francês Francois Migault ao volante. Foi uma corrida polémica, devido aos problemas de segurança no circuito de Monjuich, mas a corrida foi marcante para a marca pela melhores... e piores razões.
Nessa corrida, Stommelen classificou o seu carro na nona posição da grelha, e aproveitou as desistências à frente dele para que chegasse à liderança na volta 17. Durante as sete voltas seguintes, o Hill aguentou as investidas do Brabham do brasileiro José Carlos Pace, até que a meio da volta 25, a asa traseira do Hill cede e Stommelen voa para fora das barreiras de protecção, matando quatro pessoas e ficando gravemente ferido.
Contudo, precisava de um piloto capaz de subsituir Stommelen durante boa parte da temporada. O substituito acabou por ser um jovem e talentoso piloto inglês de 23 anos, que se tinha estreado em Montjuich com um carro da Williams: Tony Brise. Estreou-se na Belgica, onde colocou o carro na sétima posição da grelha, mas se retirou cedo com problemas de motor, e na corrida seguinte, em Anderstorp, palco do GP da Suécia, conseguiu levar o carro até ao sexto lugar, dando o primeiro ponto da equipa.
Depois do emocionante despedida da competição, Hill concentrou-se na equipa, e os resultados apareceram. Alan Jones, na última corrida pela equipa antes do regresso de Stommelen, acabou no quinto lugar no GP da Alemanha. O alemão voltou, mas correu somente em duas corridas, e na etapa final, em Watkins Glen, Hill levou apenas um carro para Brise. No final do ano, os três pontos conquistados pela equipa eram constituidos como um estimulante inicio de carreira como construtor. Pilotos: Graham Hill, Tony Brise, Rolf Stommelen, Alan Jones, Francois Migault, Vern Schupmann
Vitórias: 0
Pole-Positions: 0
3 comentários:
Speeder,
Este seu texto está muito bom.
Aqui no Brasil, diríamos que "você é do ramo".
1abraço
Paulo, o texto não está mal, mas contém um peueno erro. É que o GH1 não foi o único carro contruído pela embassy Hill. Aliás, tu abriste o post com uma foto do GH2, foto tirada na pré-temporada de 1975-76, que se viria revelar fatal para toda a equipa. E basta estares atento somente aos pontões laterais do carro, para se perceber que não é o mesmo.
Tens razão, Nuno. Mas conta lá quantas pessoas é que estão na foto. Provavelmente, deve ter sido tirada na véspera do vôo fatal, portanto em termos de contexto, está lá. E o texto não era só falar sobre o carro em si, mas foi uma forma de homenagear Hill, Brise e todos os que estavam envolvidos nesse projecto e perderam as suas vidas há exactamente 33 anos atrás.
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