quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Bolides Memoráveis - Ligier JS5 (1976)

Ano Novo, Vida Nova. E como hoje é o primeiro dia de 2009, que tal falar sobre o primeiro carro de uma equipa nova, que surgiu na Formula 1 há exactamente 33 anos atrás? Ainda por cima, o seu impacto no pelotão daquele tempo não foi nada meigo. Afinal, quem podia esquercer aquela "corcunda"? Hoje falo do Ligier JS5, o primeiro carro da marca francesa na Formula 1.

Em 1974, a Matra decidiu retirar-se da competição automóvel, nomeadamente os Sport-Protótipos. Boa parte do seu acervo foi comprado por um ex-piloto francês, que antes disso, tinha enriquecido com uma firma de obras públicas que tinha fundado, nos inicios dos anos 60. O seu nome era Guy Ligier. Em 1975, Ligier tinha conseguido levar um dos seus carros ao segundo lugar nas 24 Horas de Le Mans, com o apoio da firma de cigarros francesa Gitanes, que pertencia à S.E.I.T.A, a Sociedade Nacional de Tabacos. No final desse ano, a Gitanes perguntou a Ligier se não queria tentar a sua sorte na Formula 1. Depois de pensar um pouco, e vendo as hipóteses que tinha, decidiu aceitar o desafio, pois Ligier achava que esta era a melhor chance de voltar a colocar as cores francesas na Formula 1, desde a retirada da Matra, em 1972.

Para isso, Ligier decidiu ir buscar à Matra um jovem projectista, de seu nome Gerard Ducarouge, e aproveitando os motores Matra V12 de 3 litros, decidiu projectar um carro convencional, e de aspecto aparentemente simples. O chassis era de aluminio, disposto em colmeia, e os travões eram de aço. Para o guiar, Guy Ligier contratou o seu compatriota Jacques Laffite para o guiar. Sem saberem, começava-se aqui uma parceria que durou nove temporadas interrompidas apenas em 1983 e 84, onde Laffitte correu na Williams.


Contudo, Ducarouge tinha desenhado uma entrada de ar que iria ficar famosa na Formula 1, como sendo uma das monumentais de sempre, e que iria causar amores e ódios, pois os seus detractores o iriam chamar de "bule azul" ou "corcunda de Notre Dâme". Contudo, o carro o carro teve esse desenho até à quarta prova do campeonato, em Jarama, pois a então CSI (que depois deu em FIA) decidiu proibir as entradas de ar. Até lá o melhor resultado de Laffite tinha sido um quarto lugar em Long Beach. A adaptação do carro aos novos regulamentos até foi boa, pois na etapa seguinte, no circuito belga de Zolder, Laffite subiu ao pódio na terceira posição.


Os bons resultados continuaram nas provas seguintes, com o climax a ser alcançado em Monza, quando graças à potência do motor Matra V12, Laffite conseguiu a "pole-position". Já antes, na Austria, Laffite ficara na segunda posição, atrás de John Watson, que conseguia a unica vitória que Roger Penske viria a ter na Formula 1. Em Monza, Laffite levou o carro à terceira posição final. No final da temporada, a Ligier conseguia 20 pontos e o quinto lugar no campeonato de Construtores.

No final do ano, a estreia de Ligier na Formula 1 tinha corrido bem, e isso dava incentivo para continuar a aventura, com o mesmo motor e com o mesmo piloto. E isso daria resultados em 1977, pois nessa altura, a equipa conquistará a sua primeira vitória na competição, no circuito sueco de Anderstorp...


Chassis: Ligier JS5
Projectista: Gerard Ducarouge
Motor: Matra V12 de 3 Litros
Piloto: Jacques Laffite
Corridas: 16
Vitórias: 0
Pole-Positions: 1 (Laffite 1)
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 20(Laffite 20)

Fontes:

1 comentário:

Felipão disse...

Belíssima lemrança, Speeder...

O Ligier com o formato de chaleira...

Essa construtora faz muita falta a F1... Aliás, a decorracada dos franceses começou com a dessa equipe...