Depois de finalmente a McLaren ter voltado aos bons tempos e de ganhar um título mundial, algo que não acontecia desde o tricampeonato de Ayrton Senna, em 1991, a Formula 1 voltava para Melbourne para começar mais uma nova época de Formula 1, com 22 carros em pista. Havia algumas alterações na grelha, com algumas transferências, alguns estreantes e regressos, bem como a continuidade do duelo entre McLaren e Ferrari.
Se na Ferrari e McLaren, tudo se mantinha na mesma em termos de pilotos, com a Scuderia a apostar na dupla Michael Schumacher e Eddie Irvine, a McLaren tinha o finlandês Mika Hakkinen, o campeão do Mundo, e o escocês David Coulthard como segundo piloto. Contudo, no resto do pelotão, existiam algumas novidades importantes.
Na Williams, com motores Supertec, Heinz-Harald Frentzen e Jacques Villeneuve tinham saído da equipa, e para o seu lugar vieram o alemão Ralf Schumacher e o italiano Alessandro Zanardi, que vinha de três temporadas bem sucedidas na CART, dominando a série e vencendo por duas vezes o campeonato. Agora, com 32 anos, tinha que provar a sua rapidez na Formula 1. Entretanto, Frentzen ia para a Jordan, onde tinha um bom chassis e um motor Mugen-Honda que prometia, e Jacques Villeneuve ia para a nova BAR (British American Racing), que tinha comprado a Tyrrell e tinha feito um chassis com base Reynard. O companheiro de Villeneuve e era o brasileiro Ricardo Zonta.
Na Stewart, Rubens Barrichello tinha agora a companhia de Johnny Herbert, que vinha da Sauber. O carro era promissor e a dupla poderia fazer algum brilharete, pois este motor Cosworth era muito melhor do que o habitual. Na Sauber, ao lado de Jean Alesi, ficava agora outro brasileiro, Pedro Paulo Diniz.
As duas equipas do fundo do pelotão, Arrows e Minardi, tinham novos pilotos. Tora Takagi, que estava na Tyrrell, emigrou para esta equipa e ganhava uma segunda época na Formula 1, tendo a companhia de um estreante: o espanhol Pedro de la Rosa. Trazendo o apoio da petrolífera Repsol, era o primeiro do seu país desde Luís Perez-Sala, dez anos antes, mas não era o único: Marc Gene também se estreava na Formula 1, a bordo de uma Minardi fortemente apoiada pela Telefónica, tendo a seu lado outro regresso á Formula 1: o italiano Luca Badoer.
Algumas equipas mantinham as suas duplas. Para além dos já referidos McLaren e Ferrari, a Benetton tinha o italiano Giancarlo Fisichella e o austriaco Alexander Wurz nos comandos, e a Prost mantinha na equipa a dupla franco-italiana Olivier Panis e Jarno Trulli.
Nos treinos, os McLaren dominaram, com Hakkinen a ser melhor do que David Coulthard, enquanto que na segunda linha, Michael Schumacher era terceiro, tendo a seu lado o surpreendente Stewart de Rubens Barrichello. A terceira fila tinha o jordan de Heinz-Harald Frentzen e o Ferrari de Eddie Irvine. O Benetton de Giancarlo Fisichella era sétimo, e o Williams de Ralf Schumacher o oitavo. Para fechar o Top Ten”, estavam o segundo Jordan de Damon Hill e o segundo Benetton de Alexander Wurz.
Quanto aos estreantes e regressos, Zanardi foi um desapontante 15º na grelha, enquanto que Zonta partia da 19ª posição, oito lugares mais abaixo de Jacques Villeneuve, que estreava o BAR. Pedro de la Rosa estava um lugar mais acima que Zonta, 18º, mas tinha sido batido por Tora Takagi, o 17º. Marc Gene, o segundo espanhol na grelha, era 22º e último. Luca Badoer ficou imediatamente acima, na 21º posição.
O dia 7 de Março de 1999 no circuito de Melbourne foi soalheiro, e tudo estava a postos para a partida… quando os problemas começaram. Nos momentos anteriores á partida, os Stewart vêm os seus motores explodir devido ao sobreaquecimento, que lhes rompe os tubos de combustível, obrigando a nova largada. Barrichello, quarto na grelha, vai partir das boxes com o carro de reserva, deixando apeado o seu companheiro Herbert.
Quando os carros partem para nova volta de aquecimento, desta vez é Michael Schumacher que fica parado na grelha, sendo obrigado a partir do último lugar… pela segunda vez consecutiva, pois tinha acontecido o mesmo no GP do Japão do ano anterior. Com a segunda linha totalmente vaga, era o dia de sorte para Eddie Irvine: bastava ser melhor do que Frentzen e ir atrás dos McLaren.
Com a segunda largada, isso acontece. Hakkinen e Coulthard disparam na frente, e Irvine ganha o terceiro lugar ao alemão da Jordan. Mais atrás, Jean Alesi fica parado devido à caixa de velocidades quebrada, enquanto que algumas centenas de motros mais adiante, a corrida de Damon Hill termina na curva 3, vitima de um toque com o Prost de Jarno Trulli.
Até à 13ª volta, nada de especial: os McLaren disparam na frente, Irvine é terceiro, Schumacher e Barrichello sobem posições. Até que Jacques Villeneuve perde a asa traseira a mais de 270 km/hora e bate forte, fazendo entrar o Safety-Car (SC) em pista. E na mesma volta, o primeiro golpe de teatro: David Coulthrad tem problemas hidráulicos no seu carro e vai às boxes, para não mais sair de lá.
O SC fica em pista por três voltas, até que recolhe às boxes. Quando os carros aceleram para a corrida, o segundo golpe de teatro: Mika Hakkinen tem problemas no acelerador, e vai demasiado devagar. Irvine não o pode ultrapassar até à passagem pela meta, e muitos são apanhados desprevenidos, como Barrichello, que ultrapassa e é penalizado. Na volta 18, Eddie Irvine era o líder, e Mika Hakkinen recolhia às boxes para abandonar. A equipa de Ron Dennis, tão dominadora nos treinos, voltava a casa sem qualquer ponto.
Irvine sai na frente, com Frentzen atrás e Trulli em terceiro, enquanto que Schumacher tentava chegar-se aos lugares cimeiros. Na volta 21, Zanardi bate e o SC entra em pista pela segunda vez. Trulli reabastece, e fica atrás do último, Marc Gene. Três voltas depois, quando tenta ultrapassá-lo, ambos tocam-se e abandonam. Nessa altura, o SC tinha já saído de pista, e a corrida tinha recomeçado.
Nesta altura, os seis primeiros eram: Irvine, Frentzen, os manos Schumacher (Ralf à frente de Michael), o Sauber de Diniz em quinto e o Benetton de Wurz em sexto. Duas voltas depois, o brasileiro abandona com a transmissão quebrada, e na volta seguinte… mais problemas para Michael Schumacher. O bico da frente quebra e atinge um dos pneus. O tempo que perde a fazer as mudanças significa que pouco ou nada pode fazer para chegar á frente.
Entretanto, Irvine e Frentzen disputam a liderança, algo que vai continuar assim até ao final da corrida, aguentando os ataques do alemão nas voltas finais, com ambos a terminar com 0.195 segundos de diferença. Era a primeira vitória de Irvine na sua carreira, e um excelente resultado para Frentzen e a Jordan, na estreia do novo carro. Ralf Schumacher também começava bem a sua aventura na Williams, fechando o pódio, e Giancarlo Fisichella terminava no quarto lugar uma corrida sem problemas. Rubens Barrichello passa os Arrows e fica com o quinto posto final, dizendo depois que “estou certo que sem estes problemas, teria ganho”. Eventualmente, teria alguma razão, pois largava à frente de Irvine…
Para finalizar, o último lugar pontuável era para o espanhol Pedro de la Rosa, que entrava no estrito circulo de pilotos que pontuavam na sua corrida de estreia, e dava à Espanha o seu primeiro ponto desde 1989. Numa era pré-Alonso, era um feito que dava motivos para festejar…
Fontes:
Santos, Francisco – Formula 1 99/00, Ed. Talento, Lisboa/São Paulo, Lisboa, 1999
http://www.grandprix.com/gpe/rr631.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1999_Australian_Grand_Prix
Se na Ferrari e McLaren, tudo se mantinha na mesma em termos de pilotos, com a Scuderia a apostar na dupla Michael Schumacher e Eddie Irvine, a McLaren tinha o finlandês Mika Hakkinen, o campeão do Mundo, e o escocês David Coulthard como segundo piloto. Contudo, no resto do pelotão, existiam algumas novidades importantes.
Na Williams, com motores Supertec, Heinz-Harald Frentzen e Jacques Villeneuve tinham saído da equipa, e para o seu lugar vieram o alemão Ralf Schumacher e o italiano Alessandro Zanardi, que vinha de três temporadas bem sucedidas na CART, dominando a série e vencendo por duas vezes o campeonato. Agora, com 32 anos, tinha que provar a sua rapidez na Formula 1. Entretanto, Frentzen ia para a Jordan, onde tinha um bom chassis e um motor Mugen-Honda que prometia, e Jacques Villeneuve ia para a nova BAR (British American Racing), que tinha comprado a Tyrrell e tinha feito um chassis com base Reynard. O companheiro de Villeneuve e era o brasileiro Ricardo Zonta.
Na Stewart, Rubens Barrichello tinha agora a companhia de Johnny Herbert, que vinha da Sauber. O carro era promissor e a dupla poderia fazer algum brilharete, pois este motor Cosworth era muito melhor do que o habitual. Na Sauber, ao lado de Jean Alesi, ficava agora outro brasileiro, Pedro Paulo Diniz.
As duas equipas do fundo do pelotão, Arrows e Minardi, tinham novos pilotos. Tora Takagi, que estava na Tyrrell, emigrou para esta equipa e ganhava uma segunda época na Formula 1, tendo a companhia de um estreante: o espanhol Pedro de la Rosa. Trazendo o apoio da petrolífera Repsol, era o primeiro do seu país desde Luís Perez-Sala, dez anos antes, mas não era o único: Marc Gene também se estreava na Formula 1, a bordo de uma Minardi fortemente apoiada pela Telefónica, tendo a seu lado outro regresso á Formula 1: o italiano Luca Badoer.
Algumas equipas mantinham as suas duplas. Para além dos já referidos McLaren e Ferrari, a Benetton tinha o italiano Giancarlo Fisichella e o austriaco Alexander Wurz nos comandos, e a Prost mantinha na equipa a dupla franco-italiana Olivier Panis e Jarno Trulli.
Nos treinos, os McLaren dominaram, com Hakkinen a ser melhor do que David Coulthard, enquanto que na segunda linha, Michael Schumacher era terceiro, tendo a seu lado o surpreendente Stewart de Rubens Barrichello. A terceira fila tinha o jordan de Heinz-Harald Frentzen e o Ferrari de Eddie Irvine. O Benetton de Giancarlo Fisichella era sétimo, e o Williams de Ralf Schumacher o oitavo. Para fechar o Top Ten”, estavam o segundo Jordan de Damon Hill e o segundo Benetton de Alexander Wurz.
Quanto aos estreantes e regressos, Zanardi foi um desapontante 15º na grelha, enquanto que Zonta partia da 19ª posição, oito lugares mais abaixo de Jacques Villeneuve, que estreava o BAR. Pedro de la Rosa estava um lugar mais acima que Zonta, 18º, mas tinha sido batido por Tora Takagi, o 17º. Marc Gene, o segundo espanhol na grelha, era 22º e último. Luca Badoer ficou imediatamente acima, na 21º posição.
O dia 7 de Março de 1999 no circuito de Melbourne foi soalheiro, e tudo estava a postos para a partida… quando os problemas começaram. Nos momentos anteriores á partida, os Stewart vêm os seus motores explodir devido ao sobreaquecimento, que lhes rompe os tubos de combustível, obrigando a nova largada. Barrichello, quarto na grelha, vai partir das boxes com o carro de reserva, deixando apeado o seu companheiro Herbert.
Quando os carros partem para nova volta de aquecimento, desta vez é Michael Schumacher que fica parado na grelha, sendo obrigado a partir do último lugar… pela segunda vez consecutiva, pois tinha acontecido o mesmo no GP do Japão do ano anterior. Com a segunda linha totalmente vaga, era o dia de sorte para Eddie Irvine: bastava ser melhor do que Frentzen e ir atrás dos McLaren.
Com a segunda largada, isso acontece. Hakkinen e Coulthard disparam na frente, e Irvine ganha o terceiro lugar ao alemão da Jordan. Mais atrás, Jean Alesi fica parado devido à caixa de velocidades quebrada, enquanto que algumas centenas de motros mais adiante, a corrida de Damon Hill termina na curva 3, vitima de um toque com o Prost de Jarno Trulli.
Até à 13ª volta, nada de especial: os McLaren disparam na frente, Irvine é terceiro, Schumacher e Barrichello sobem posições. Até que Jacques Villeneuve perde a asa traseira a mais de 270 km/hora e bate forte, fazendo entrar o Safety-Car (SC) em pista. E na mesma volta, o primeiro golpe de teatro: David Coulthrad tem problemas hidráulicos no seu carro e vai às boxes, para não mais sair de lá.
O SC fica em pista por três voltas, até que recolhe às boxes. Quando os carros aceleram para a corrida, o segundo golpe de teatro: Mika Hakkinen tem problemas no acelerador, e vai demasiado devagar. Irvine não o pode ultrapassar até à passagem pela meta, e muitos são apanhados desprevenidos, como Barrichello, que ultrapassa e é penalizado. Na volta 18, Eddie Irvine era o líder, e Mika Hakkinen recolhia às boxes para abandonar. A equipa de Ron Dennis, tão dominadora nos treinos, voltava a casa sem qualquer ponto.
Irvine sai na frente, com Frentzen atrás e Trulli em terceiro, enquanto que Schumacher tentava chegar-se aos lugares cimeiros. Na volta 21, Zanardi bate e o SC entra em pista pela segunda vez. Trulli reabastece, e fica atrás do último, Marc Gene. Três voltas depois, quando tenta ultrapassá-lo, ambos tocam-se e abandonam. Nessa altura, o SC tinha já saído de pista, e a corrida tinha recomeçado.
Nesta altura, os seis primeiros eram: Irvine, Frentzen, os manos Schumacher (Ralf à frente de Michael), o Sauber de Diniz em quinto e o Benetton de Wurz em sexto. Duas voltas depois, o brasileiro abandona com a transmissão quebrada, e na volta seguinte… mais problemas para Michael Schumacher. O bico da frente quebra e atinge um dos pneus. O tempo que perde a fazer as mudanças significa que pouco ou nada pode fazer para chegar á frente.
Entretanto, Irvine e Frentzen disputam a liderança, algo que vai continuar assim até ao final da corrida, aguentando os ataques do alemão nas voltas finais, com ambos a terminar com 0.195 segundos de diferença. Era a primeira vitória de Irvine na sua carreira, e um excelente resultado para Frentzen e a Jordan, na estreia do novo carro. Ralf Schumacher também começava bem a sua aventura na Williams, fechando o pódio, e Giancarlo Fisichella terminava no quarto lugar uma corrida sem problemas. Rubens Barrichello passa os Arrows e fica com o quinto posto final, dizendo depois que “estou certo que sem estes problemas, teria ganho”. Eventualmente, teria alguma razão, pois largava à frente de Irvine…
Para finalizar, o último lugar pontuável era para o espanhol Pedro de la Rosa, que entrava no estrito circulo de pilotos que pontuavam na sua corrida de estreia, e dava à Espanha o seu primeiro ponto desde 1989. Numa era pré-Alonso, era um feito que dava motivos para festejar…
Fontes:
Santos, Francisco – Formula 1 99/00, Ed. Talento, Lisboa/São Paulo, Lisboa, 1999
http://www.grandprix.com/gpe/rr631.html
http://en.wikipedia.org/wiki/1999_Australian_Grand_Prix
2 comentários:
Fala ai meu caro Speeder....
Quanto tempo hein.....rsrsrsrs
como de costume estava de passagem em seu blog para ler o seus posts....
Realmente a temporada de 99 foi inesquecivel, ha 10 anos atras....
Particularmente gostava muito do Jordan 199 da abelhinha, hehehe....
Nessa epoca torcia demais pro Frentzen e o Hakkinen....
Porem vimos a Ferrari voltar a ser competitiva como nos dias de hoje e ate hoje nao entendo o motivo de Irvine nao ser campeao....
hehehe... essa corrida foi d+++... Schumacher viveu um dia de plebeu, mclarens quebraram, as stewart quebrando na largada... enfim acho q falo por nós qando digo que essa corrida foi clássica e memorável... hehehe... ainda mais pois ñ tinha idade(8 anos) para ficar acordado até altas horas, assim meu pai a gravou para mim, hehehehe, posso relembra-la até hoje.
abs!!!!
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