Na sexta-feira, coloquei o artigo do Autosport português que fala sobre os bons pilotos que se tornam maus patrões de equipa. Mas nem toda a gente é mal sucedida na sua carreira pós circuitos... desde que não estejam ligados à Formula 1.
Se nos anos 50 e 60, a maior parte dos pilotos que sobrevivia aos perigos da pista ia montar garagens nos sitios onde viviam, a partir dos anos 70, as coisas variaram um pouco. Falo-vos dos quatro exemplos mais famosos de pilotos com uma segunda vida bem sucedida, em campos mais inesperados do que julgavam...
1. Sir Jackie Stewart. O escocês deve toda a sua carreira á Ford. Foi Walter Hayes que o abordou no final de 1964, no Salão de Londres, a perguntar se não queria ser apoiado pela marca. Ele aceitou, e a parceria com a Tyrrell durou até 1973, dando três títulos mundiais. Quando saiu da competição, continuou ligado à Ford. Foi comentador televisivo na cadeia de TV americana ABC, fazendo Formula 1 e as 500 Milhas de Indianápolis, nos anos 70 e 80, e nos finais dessa década, ajudou a carreira do seu filho Paul, que correu na Formula Ford, Formula 3 e Formula 3000, mas nunca chegou à Formula 1.
Em 1995, a Ford precisava de um parceiro melhor para os seus motores, já que a Sauber era uma paragem muito modesta, para quem tinha tido no ano anterior a Benetton. Pediram a Stewart para procurar, e ele sugeriu... o seu filho. Paul e Jackie fundaram assim a Stewart Racing, financiada pela Ford, que entrou em acção na temporada de 1997. No final de 1999, já tinha uma vitória, uma "pole-position" e o quarto lugar no mundial de Construtores e nessa altura, a Ford compra a marca, mudando o nome para Jaguar e levando a equipa para novos caminhos. Para baixo...
Stewart ganha 60 milhões de dólares com este negócio, uma rica soma, dado que tinha investido até então... zero cêntimos na equipa com o seu nome. Escocês é assim mesmo! Hoje em dia, depois de ter sido presidente do BRDC (British Racing Drivers Club) está liagdo ao Royal Bank of Scotland (RBS), patrocinadora da Williams, e comenta na televisão.
2. Jody Scheckter. O piloto sul africano, depois do seu título mundial, em 1979, retira-se no ano seguinte, com 30 anos. Muito novo para se reformar, decide encetar uma nova carreira, numa área totalmente fora da orbita do automobilismo: simuladores de armas. Radica-se em Atlanta, nos Estados Unidos, e faz a FATS Inc., que revoluciona o mercado até meados dos anos 90, fornecendo simuladores a organismos governamentais como o FBI. Nessa altura, vendeu o negócio por muito, mas muito dinheiro, e muda-se para Inglaterra, onde se dedica à agricultura biológica. O dinheiro serviu para financiar a carreira do seu filho Thomas Scheckter, que andou por muitos anos na IRL. Mas apesar de tudo, aparece de vez em quando no "paddock" da Formula 1 e diz de sua justiça sobre a actualidade.
3. Niki Lauda. Este é o exemplo mais claro de alguém com outros interesses, para além da Formula 1. Fundou a Lauda Air em 1979, e voltou à Formula 1 no inicio de 1982, para arranjar dinheiro para a sua companhia de aviação. Retirado em 1985, com outro título mundial e mais rico do que nunca, continuou com o negócio da aviação até 1999, altura em que 51 por cento da sua estrutura accionista foi comprada pela Austrian Airlines, que não tiveram pejo em despedi-lo... Alguns anos depois fez a Air Niki, uma "low-cost" detida a 20 por cento pela alemã Air Berlin, e nos tempos livres, para além de pilotar um dos seus jactos (tem brevet de piloto comercial), é comentador desportivo na RTL.
4. Carlos Reutmann. "Lole", o "companheiro de equipa que todos odiavam", correu até aos 40 anos na Formula 1, e quando acabou, retirou-se para a sua fazenda, na zona de Santa Fé. Fazia umas pontas noutras categorias (é até agora o unico piloto a subir aos pódios nos Mundiais de Formula 1 e Ralies), mas em 1990, o Partido Justicialista convida-o para ser candidato ao cargo de governador de Santa Fé. Aceitou... e ganhou. Aproveitando a "onda Menem", faz melhoramentos na provincia, e em 1995, sai da cadeira, pois a Constituição argentina não permitia a reeleição dos governadores.
Volta a candidatar-se em 1999, e vence, mas este segundo mandato é mais turbulento do que o primeiro: em 2001, a crise económica causa motins em todo o país, incluindo a própria Santa Fé, onde é acusado de ter ordenado a repressão das manifestações, causando algumas mortes. Para piorar as coisas, em 2003, uma catastrófica inundação assola Santa Fé, e é acusado de nada ter feito para minimizar a catástrofe. Depois disto, candidata-se a Senador, e consegue, um cargo onde se encontra neste momento.
4 comentários:
Atenção que o Stewart já não se encontra há alguns anos ligado à Ford. é sim agora um importante "Spokesperson" do Royal Bank of Scotalnd, banco que é patrocinador da Williams.
bom ro barrica e bom pra mim tb que sou fa dele
o bobo da corte tupiniquim deve estar sambando que é uma maravilha!
Nuno: Obrigado pelo aviso. Já fiz a devida correcção...
Gracias por tus artículos de hsitoria.
Espero con atención tus siguientes artículos.
Me encanta esto de recordar el pasado de este gran deporte.
UN saludo.
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