É um dos nomes míticos da Formula 1. É neste momento um dos últimos sobreviventes de uma geração de pilotos de uma época gloriosa do automobilismo, a década de 50, onde correu com nomes como Nino Farina, Alberto Ascari, Mike Hawthorn, Peter Collins, Froilan Gonzalez e sobretudo Juan Manuel Fangio. Foi um dos melhores pilotos ingleses do seu tempo, e pilotou as melhores máquinas, desde os fabulosos Mercedes W196, que dominaram tudo em 1954 e 1955, ao Maserati 250F, passando pelo Vanwall e por fim aos Cooper de motor traseiro, no qual foi o primeiro piloto da Formula 1 moderna a ganhar um Grande Prémio, o da Argentina em 1958, e foi também o primeiro piloto a ganhar ao volante de uma Lótus, antes mesmo da primeira vitória oficial. E no dia em que comemora o seu 80º aniversário natalício, apresento-vos a primeira de uma série sobre a vida e carreira de Stirling Moss, um dos grandes que nunca ganhou um título mundial.
Nascido a 17 de Setembro de 1929 em Londres, Stirling é filho de Alfred E. Moss (1897-1972), um dos melhores pilotos do seu tempo, tendo-se tornado num dos primeiros ingleses a competir nas 500 Milhas de Indianápolis, ao volante de um Ford. Na sua família, a paixão pelo automobilismo estava presente. Mesmo a sua irmã, Pat Moss (1934-2008) tornou-se famosa nos ralies nos anos 60 e 70, competindo por marcas como Mini, Lancia e Alpine, entre outros.
Educado na Clewer Manor Junior School, e mais tarde na Haileybury and Imperial Service College, Moss começou a correr em tenra idade. O seu primeiro carro foi um Austin Seven, no qual começou a aprender a conduzir… aos nove anos. Em 1948, com 19 anos, depois de participar numa prova local com um BMW emprestado pelo pai, começou a participar na crescente cena local, com um Cooper 500. Aliás, Alfred Moss era amigo de Charles e John Cooper, os fundadores da marca, e que iriam revolucionar o automobilismo inglês no pós-guerra. Participando nas “hillclimbs”, ou seja, as rampas de subida, Moss ganhou experiência e convenceu sobretudo os seus parentes que a competição automobilística era o seu futuro.
Em 1950, passou para a HWM (Hersham & Walton Motors), uma equipa amadora fundada por dois entusiastas chamados John Heath e George Abecassis. O seu companheiro de equipa era Lance Macklin (1918-2002), que lhe ensinou muitas das técnicas de condução que mais tarde lhe vieram a ser úteis em competição. Começou a correr em eventos de Formula 2 e de Turismos, e mostrou o seu valor, tanto que em 1951, foi contratado pela Ferrari para correr em alguns eventos.
A sua primeira corrida deveria ser em Bari, ao volante de um carro de Turismo, mas quando descobriu que o seu lugar tinha sido ocupado por Piero Taruffi, sem aviso e sem qualquer tipo de cerimónia, jurou que nunca mais iria pilotar pela marca do Cavalino Rampante. E assim fez. Tanto que até 1954, a sua carreira foi essencialmente corrida em carros ingleses, especialmente a Cooper e a HWM. E foi nessa última marca que se estreou na Formula 1, no GP da Suiça de 1951, em Bremgarten. Aí, levou o seu carro ao fim, terminando na oitava posição, e duas voltas do vencedor, Juan Manuel Fangio.
Em 1952, continuando a correr pela Connaught, HWM e ERA, não teve nenhum resultado relevante na Formula 1, apesar de ter corrido durante toda essa temporada. Contudo, ainda nesse ano, participou no Rallye de Montecarlo a bordo de um Sunbeam-Talbot 90, com John Cooper a seu lado, e terminou na segunda posição. Combinado com as suas vitórias no Grande Prémio do Mónaco em 1956, 1960 e 61, é o piloto mais bem sucedido de sempre em ambas as categorias. No ano seguinte continuou a conduzir um Cooper, de novo sem resultados aparentes.
Tudo isso mudou radicalmente a partir de 1954: o seu pai Alfred compra um Maserati e vence o cepticismo de Stirling em guiar carros italianos, e finalmente tem um volante competitivo. Aos 24 anos de idade, consegue em Spa-Francochamps o seu primeiro resultado relevante, ao terminar na terceira posição. Consegue também a volta mais rápida em Silverstone, no GP da Grã-Bretanha, e os seus feitos impressionam um dos melhores directores de equipa do seu tempo: Alfred Neubauer. No final da época de 1954, e necessitando de um bom piloto para compensar Juan Manuel Fangio, Neubauer contrata Moss não só para o seu programa de Formula 1, mas também para as grandes corridas de Turismos da altura: Mille Miglia, Targa Florio, 24 Horas de Le Mans, entre outros. O contrato ainda tinha uma cláusula que… o libertava para correr com carros ingleses nas provas que entendesse. Algo inimaginável nos dias de hoje…
(continua amanhã)
Nascido a 17 de Setembro de 1929 em Londres, Stirling é filho de Alfred E. Moss (1897-1972), um dos melhores pilotos do seu tempo, tendo-se tornado num dos primeiros ingleses a competir nas 500 Milhas de Indianápolis, ao volante de um Ford. Na sua família, a paixão pelo automobilismo estava presente. Mesmo a sua irmã, Pat Moss (1934-2008) tornou-se famosa nos ralies nos anos 60 e 70, competindo por marcas como Mini, Lancia e Alpine, entre outros.
Educado na Clewer Manor Junior School, e mais tarde na Haileybury and Imperial Service College, Moss começou a correr em tenra idade. O seu primeiro carro foi um Austin Seven, no qual começou a aprender a conduzir… aos nove anos. Em 1948, com 19 anos, depois de participar numa prova local com um BMW emprestado pelo pai, começou a participar na crescente cena local, com um Cooper 500. Aliás, Alfred Moss era amigo de Charles e John Cooper, os fundadores da marca, e que iriam revolucionar o automobilismo inglês no pós-guerra. Participando nas “hillclimbs”, ou seja, as rampas de subida, Moss ganhou experiência e convenceu sobretudo os seus parentes que a competição automobilística era o seu futuro.
Em 1950, passou para a HWM (Hersham & Walton Motors), uma equipa amadora fundada por dois entusiastas chamados John Heath e George Abecassis. O seu companheiro de equipa era Lance Macklin (1918-2002), que lhe ensinou muitas das técnicas de condução que mais tarde lhe vieram a ser úteis em competição. Começou a correr em eventos de Formula 2 e de Turismos, e mostrou o seu valor, tanto que em 1951, foi contratado pela Ferrari para correr em alguns eventos.
A sua primeira corrida deveria ser em Bari, ao volante de um carro de Turismo, mas quando descobriu que o seu lugar tinha sido ocupado por Piero Taruffi, sem aviso e sem qualquer tipo de cerimónia, jurou que nunca mais iria pilotar pela marca do Cavalino Rampante. E assim fez. Tanto que até 1954, a sua carreira foi essencialmente corrida em carros ingleses, especialmente a Cooper e a HWM. E foi nessa última marca que se estreou na Formula 1, no GP da Suiça de 1951, em Bremgarten. Aí, levou o seu carro ao fim, terminando na oitava posição, e duas voltas do vencedor, Juan Manuel Fangio.
Em 1952, continuando a correr pela Connaught, HWM e ERA, não teve nenhum resultado relevante na Formula 1, apesar de ter corrido durante toda essa temporada. Contudo, ainda nesse ano, participou no Rallye de Montecarlo a bordo de um Sunbeam-Talbot 90, com John Cooper a seu lado, e terminou na segunda posição. Combinado com as suas vitórias no Grande Prémio do Mónaco em 1956, 1960 e 61, é o piloto mais bem sucedido de sempre em ambas as categorias. No ano seguinte continuou a conduzir um Cooper, de novo sem resultados aparentes.
Tudo isso mudou radicalmente a partir de 1954: o seu pai Alfred compra um Maserati e vence o cepticismo de Stirling em guiar carros italianos, e finalmente tem um volante competitivo. Aos 24 anos de idade, consegue em Spa-Francochamps o seu primeiro resultado relevante, ao terminar na terceira posição. Consegue também a volta mais rápida em Silverstone, no GP da Grã-Bretanha, e os seus feitos impressionam um dos melhores directores de equipa do seu tempo: Alfred Neubauer. No final da época de 1954, e necessitando de um bom piloto para compensar Juan Manuel Fangio, Neubauer contrata Moss não só para o seu programa de Formula 1, mas também para as grandes corridas de Turismos da altura: Mille Miglia, Targa Florio, 24 Horas de Le Mans, entre outros. O contrato ainda tinha uma cláusula que… o libertava para correr com carros ingleses nas provas que entendesse. Algo inimaginável nos dias de hoje…
(continua amanhã)
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