Este foi o último chassis que a Renault fez antes da sua primeira retirada da Formula 1 como construtora. Há 25 anos, o chassis RE60 respresentou o canto do cisne de da construtora francesa que tinha deixado uma marca na história da categoria máxima do automobilismo ao introduzir nela os motores Turbo de 1.5 litros. Apesar dessa tecnologia se ter tornado bem sucedida, a Renault falhou no objectivo principal: vencer o título de construtores. E hoje falo deste chassis, bem como o seu último ano na Formula 1.
Após uma temporada de 1984 algo apagada, o RE60 foi projectado para 1985 por Jean-Claude Migeot, com a assitência de Bernard Dudot, a partir do chassi RE50. Feito em fibra de carbono, acolhia o motor V6 Turbo, de 1.5 litros da marca, que dava cerca de 750 cavalos em corrida. Mantendo os dois pilotos da temporada anterior, o francês Patrick Tambay e o britânico Derek Warwick, pensava-se que seria um chassis capaz de fazer melhor do que no ano anterior e recuperar alguma da competitividade perdida a favor da McLaren, Williams e Lotus, que usava os mesmos motores, e cujo carro era projectado por um ex-colaborador seu, Gerard Ducarouge.
Apesar dos bons resultados iniciais, com dois pódios no Estoril e em Imola, o chassi revelou-se um desastre. Não só não conseguia ser mais veloz do que os anteriormente referidos, como também começava a perder para outras marcas como a Ferrari e a Ligier, que também tinha motores Renault. Assim, o carro teve de ser redesenhado no meio da época, e em Paul Ricard apareceu uma nova evolução, o RE60B, que não melhorou as coisas. O antigo chassis lhes tinha dado doze pontos até ali, com a nova versão, só conseguiram mais quatro.
No GP da Alemanha, corrido no circuito de Nurburgring, a Renault onscreveu um terceiro carro para outro piloto francês, que tinha feito parte da temporada na Brabham: Francois Hesnault. O terceiro chassis, um RE60 mais antigo, continha uma câmera de filmar acopolada no cockpit, numa experiência de transmissão televisiva que se estava a fazer desde há algum tempo. A experiência de Hesnault durou pouco tempo, pois desistiu na oitava volta, com a embraeagem partida.
Por esta altura, a Renault, então uma companhia estatal, tinha vários problemas de ordem laboral, entre outros, e a administração achou por bem que, dado que a equipa não estava a ter resultados em pista, terminar a aventura da equipa de fábrica, mantendo a construção e fornecimento de motores a equipas como a Lotus, Ligier e Tyrrell. Assim, depois de terem boicotado o GP da Africa do Sul devido a ordens directas do gabinete do presidente Francois Miterrand, fizeram uma última participação no GP da Austrália, em Adelaide, onde nenhum deles terminou a corrida. Só voltariam como equipa em 2002, após a aquisição da equipa Benetton.
Ficha técnica:
Chassis: Renault RE60/RE60B
Projectista: Jean-Claude Migeot e Bernard Dudot
Motor: Renault V6 Turbo de 1.5 Litros
Pneus: Goodyear
Pilotos: Patrick Tambay, Derek Warwick e Francois Hesnault
Vitórias: 0
Pole-Positions: 0
Voltas Mais Rápidas: 0
Pontos: 16 (Tambay 11, Warwick 5)
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