Ao contrário de muitos dos que andam por aqui, não ouvi falar de Michael Schumacher pela primeira vez em Spa-Francochamps, em 1991. Na realidade, ouvi e vi bem antes, quando ele andava no Mundial de Sport-Protótipos, ao volante dos Sauber-Mercedes, em 1989 e 1990, fazendo parte dos "wunderkinds" da marca, a par de Karl Wendlinger e Heinz-Harald Frentzen. Aliás, os outros dois pilotos tem de agradecer muito a Peter Sauber por ter sido ele a lhes dar uma carreira na Formula 1, pelos seus bons serviços no tempo da Endurance.
Pessoalmente, nesse anos de 1990, no alto dos meus 14 anos e quando os alemães na Formula 1 era mais do domínio da fantasia, sentia que aqueles três pilotos eram a grande hipótese de colocar aquele país no mapa. O tempo verificou que, à excepção do austríaco Wendlinger (devido ao seu acidente no Mónaco, em 1994), quer Schumacher, quer Frentzen, deram-se bem na categoria máxima do automobilismo, embora Schumacher tenha levado sete dos nove títulos mundiais que a Alemanha têm neste momento.
Vinte e três anos depois de Schumacher ter andando em carros da Sauber no Mundial de Sport-Protótipos, isso pode voltar a acontecer. A hipótese, que à partida seria implausível, está a ser pensada por Peter Sauber e Monisha Kaltenborn. A sua agente, Sabine Kehm, foi vista a conversar com estes dois, e esta última, numa entrevista ao jornal alemão Bild, afirmou que sonha com a ideia: "É claro, é uma ideia linda, e é claro que temos de pensar sobre contratar um heptacampeão quando tem um no mercado”, considerou.
“Mas Michael sempre esteve com grandes fabricantes com quem você não pode, realmente, nos comparar”, continuou.
Isso é verdade. A Sauber não é uma equipa grande - apesar de estar na sua vigésima temporada - e depende de patrocínios para continuar. E muito provavelmente, esta semana - poderá ser esta terça-feira - irá anunciar a contratação de Esteban Gutierrez, depois da saída de Sergio Perez para a McLaren. Mas isso não significa que Schumacher esteja automaticamente excluído da mente de Sauber e Kaltenborn. É que Kamui Kobayashi, apesar da rapidez inerente, não tem muito dinheiro e pode ter o seu lugar em perigo, pois foi sucessivamente batido por Perez nesta época. Para terem uma ideia: Perez tem três pódios e uma volta mais rápida e "Koba" não tem pódios e apenas uma volta mais rápida. E ambos têm uma diferença de 31 pontos entre eles.
Há duas coisas que devem ser consideradas nisto tudo. E uma delas parece aparecer a cada dia que passa: Michael Schumacher quer continuar na Formula 1 em 2013. Vai a caminho dos 44 anos e o piloto alemão quer ter uma demonstração de que regressou com a forma intacta e que o seu tempo e resultados na Mercedes foram apenas devidos aos carros que teve em mãos, e que num outro carro, ele provavelmente faria melhor. É certo que teve apenas um pódio e uma volta mais rápida (todos em 2012) durante esta segunda aparição na Formula 1, muito pouco para as expectativas que se criaram sobre ele.
Contudo, como em tudo na vida, este prolongar da sua carreira por mais uma temporada - em teoria - pode significar uma "barrichelização", ou seja, prolongar a sua carreira para além da vida útil com o objetivo quase obsessivo de voltar a vencer, de demonstrar que o grande piloto que foi nos anos 90 e no inicio do século XXI ainda está lá, apesar dos anos. É certo que tem estofo para estar na elite, mas o problema é que já não é o ser excepcional que foi há 15 anos. E o risco de sair da Formula 1 pela porta pequena é crescente a cada corrida que passa, apesar de a Sauber ter desenhado um excelente chassis nesta temporada.
Claro que o melhor conselho que se pode dar é que experimente correr na Endurance, como fez em 1990, ao serviço da Sauber-Mercedes. Mas consta-se que a Mercedes de um convite semelhante para que corresse na DTM, como fez Mika Hakkinen há dez anos, e ele recusou. Isso significa que correr, só na Formula 1, as outras categorias (Endurance, GT's ou Indycar) não lhe interessam. E a ser verdade, essa obsessão em prolongar a sua carreira mais além do necessário poderá fazer com que no futuro, os livros de história do automobilismo escrevam que esta segunda carreira na Formula 1 se compare mais a Alan Jones do que a Niki Lauda.
Vinte e três anos depois de Schumacher ter andando em carros da Sauber no Mundial de Sport-Protótipos, isso pode voltar a acontecer. A hipótese, que à partida seria implausível, está a ser pensada por Peter Sauber e Monisha Kaltenborn. A sua agente, Sabine Kehm, foi vista a conversar com estes dois, e esta última, numa entrevista ao jornal alemão Bild, afirmou que sonha com a ideia: "É claro, é uma ideia linda, e é claro que temos de pensar sobre contratar um heptacampeão quando tem um no mercado”, considerou.
“Mas Michael sempre esteve com grandes fabricantes com quem você não pode, realmente, nos comparar”, continuou.
Isso é verdade. A Sauber não é uma equipa grande - apesar de estar na sua vigésima temporada - e depende de patrocínios para continuar. E muito provavelmente, esta semana - poderá ser esta terça-feira - irá anunciar a contratação de Esteban Gutierrez, depois da saída de Sergio Perez para a McLaren. Mas isso não significa que Schumacher esteja automaticamente excluído da mente de Sauber e Kaltenborn. É que Kamui Kobayashi, apesar da rapidez inerente, não tem muito dinheiro e pode ter o seu lugar em perigo, pois foi sucessivamente batido por Perez nesta época. Para terem uma ideia: Perez tem três pódios e uma volta mais rápida e "Koba" não tem pódios e apenas uma volta mais rápida. E ambos têm uma diferença de 31 pontos entre eles.
Há duas coisas que devem ser consideradas nisto tudo. E uma delas parece aparecer a cada dia que passa: Michael Schumacher quer continuar na Formula 1 em 2013. Vai a caminho dos 44 anos e o piloto alemão quer ter uma demonstração de que regressou com a forma intacta e que o seu tempo e resultados na Mercedes foram apenas devidos aos carros que teve em mãos, e que num outro carro, ele provavelmente faria melhor. É certo que teve apenas um pódio e uma volta mais rápida (todos em 2012) durante esta segunda aparição na Formula 1, muito pouco para as expectativas que se criaram sobre ele.
Contudo, como em tudo na vida, este prolongar da sua carreira por mais uma temporada - em teoria - pode significar uma "barrichelização", ou seja, prolongar a sua carreira para além da vida útil com o objetivo quase obsessivo de voltar a vencer, de demonstrar que o grande piloto que foi nos anos 90 e no inicio do século XXI ainda está lá, apesar dos anos. É certo que tem estofo para estar na elite, mas o problema é que já não é o ser excepcional que foi há 15 anos. E o risco de sair da Formula 1 pela porta pequena é crescente a cada corrida que passa, apesar de a Sauber ter desenhado um excelente chassis nesta temporada.
Claro que o melhor conselho que se pode dar é que experimente correr na Endurance, como fez em 1990, ao serviço da Sauber-Mercedes. Mas consta-se que a Mercedes de um convite semelhante para que corresse na DTM, como fez Mika Hakkinen há dez anos, e ele recusou. Isso significa que correr, só na Formula 1, as outras categorias (Endurance, GT's ou Indycar) não lhe interessam. E a ser verdade, essa obsessão em prolongar a sua carreira mais além do necessário poderá fazer com que no futuro, os livros de história do automobilismo escrevam que esta segunda carreira na Formula 1 se compare mais a Alan Jones do que a Niki Lauda.
1 comentário:
Ia ser ótimo ver Schumacher de volta aos protótipos - quem sabe ele ganhasse uma em Le Mans para se somar aos GPs de Mônaco para se juntar àsau tríplice coroa? Além do mais, Jean Todt está dando a maior força nos bastidores da WEC. Quem sabe o ex-chefe não dá uma forcinha para ver o alemão no campeonato?
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