Faz hoje vinte anos. Na Bathurst 1000, no Mount Panorama australiano, debaixo de imensa chuva, a prova mais prestigiosa na parte sul do planeta Terra, entre as dezenas de pilotos que prestigiavam esse evento, estava um neozelandês de 56 anos que, apesar de ter vencido um titulo de Formula 1 há 25 anos, ainda tinha vontade e gosto em correr, e tinha-o feito nesses tempos com sucesso, em carros de Turismo. Nesse dia, ia correr num BMW M3 preparado por Tom Walkinshaw, e esperava ver se acrescentava a vitória nessa prova ao seu vasto palmarés, que já tinha entre outras coisas, dois títulos na Can-Am.
Em junho de 2010, quando Dennis Hulme fez anos, fiz este post sobre ele. Dois anos e pouco depois, ao relê-lo, acho que continua bem feito e continua a ser marcante aquilo que ele fez, a sua carreira, os seus feitos, o facto de ter traquejo suficiente para ajudar a continuar a aventura da McLaren depois da trágica morte do seu fundador, Bruce McLaren, em junho de 1970. Aliás, a sua carreira baseia-se em dois pilotos-construtores: Brabham e McLaren.
Recordo bem da noticia da morte de Hulme. Achei espantoso como alguém poderia ter um problema de saúde numa prova tão exigente como uma de Turismos, ainda mais com 1000 quilómetros (embora não fizesse todos, claro), mas esse ataque cardíaco foi tão fulminante e tão fatal que hoje em dia, sempre que penso em Hulme, lembro-me de como ele acabou.
Não se foi embora com estrondo, como aconteceu a muitos dos seus amigos e companheiros, como o seu compatriota Bruce McLaren ou o americano Peter Revson, em 1974, em Kyalami. Ainda teve tempo para parar o seu carro de forma a não prejudicar ninguém. O tempo já estava suficientemente mau naquele dia para provocar acidentes. Sem magoar ninguém, mas deixando um vazio difícil de preencher.
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