Parece ser algo descabido, porque seria a mesma coisa que despedirem Enzo Ferrari ou Frank Williams das suas equipas, mas não foi Ron Dennis o fundador da McLaren, apenas a pessoa que decidiu fazer crescer e expandir a marca fundada há 50 anos pelo neozelandês Bruce McLaren. Contudo, segundo a revista alemã Auto Motor und Sport, Dennis poderá estar prestes a ser expulso da equipa que o adquiriu em 1980. A razão? A relação com o seu sócio de longa data, Mansour Ojjeh, que se deteriorou nos últimos tempos.
Desde que em 2007, Dennis se afastou da equipa de Formula 1, este tem vindo a dedicar-se à estrutura dos automóveis de estrada, construindo em pouco tempo dois modelos: o MP4-12C e o McLaren P1, que tenta ser o sucessor do McLaren F1 de 1992, desenhado por Gordon Murray. Contudo, as vendas do primeiro modelo - o segundo só está à venda este ano - tem sido decepcionantes. Dos quase três mil modelos já fabricados, cerca de metade tem sido vendidos, tendo o segundo grande acionista, o fundo barenita Mutalakat, tendo dito que está zangado por já ter perdido algumas centenas de milhões de euros com estes investimentos no setor automóvel. Como consequência, ele foi "rebaixado" de presidente executivo para presidente não-executivo.
Para além disso, a revista alemã está a afirmar que as relações de Ron Dennis com Martin Whitmarsh são inexistentes e que já pediu à direção para que o despedissem, algo que quer Ojjeh, quer os barenitas, estão contra. E por causa disso, ambos os investidores já se ofereceram para comprar a parte dele para poder se livrar dele.
Confrontado com os rumores, Ron Dennis negou tudo: "Há pouco mais de três anos, eu assinei um contrato de cinco anos, com a companhia como pano de fundo. Tanto naquela época quanto agora, sou o segundo maior acionista no grupo, com 25 por cento, sendo 15 por cento pertencente ao setor automotivo", começou por afirmar.
"Minha posição durante os três primeiros anos de contrato era a de presidente-executivo. A meu pedido, meu papel passou de presidente executivo para presidente não-executivo em janeiro de 2013. A diferença neste trabalho é que eu não tenho responsabilidade em ações administrativas. Sou o presidente de ambas as frentes – o que me dá obrigações formais – e um acionista significativo", prosseguiu.
Quanto à relação com Mansour Ojjeh, rebateu as acusações: "Nos conselhos de todo o mundo, sempre há coisas a serem discutidas. Algumas pessoas concordam, outras não. Não houve absolutamente nenhuma sugestão para mudar meu papel na companhia, para mudar o que foi acordado em janeiro. Categoricamente, é exatamente isso que vai acontecer, a menos que eu peça para que mude, e eu não tenho essa intenção.", concluiu, não sem antes dizer que eram "ridiculas" as afirmações que pedira a demissão de Martin Whitmarsh.
2 comentários:
Tudo é possível. Steve Jobs foi demitido da Apple.
E ele voltou, quando a firma estava prestes a falir.
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