(...) Na qualificação, onde Ronnie Peterson tinha levado a melhor, e Emerson Fittipaldi corria inferiorizado devido a um acidente que o tinha ferido numa das pernas, Williamson tinha sido o 18º na grelha, três lugares à frente de Purley. Na volta seis, um pneu furado faz com que Williamson bata nos “rails” pela esquerda na curva Scheivlak e ricocheteia, virado de pernas para o ar, arrastando-se pelo chão para o outro lado da pista. Nesse percurso de 275 metros durante o arrasto, o tanque riscou o asfalto, com o efeito similar ao de um palito de fósforo sendo friccionado contra a caixa, causando de imediato um incêndio. Quando o carro acabou por parar, Williamson estava vivo, consciente, preso, sem possibilidade de sair.
Testemunha do que tinha acontecido, pois seguia imediatamente atrás dele, David Purley encosta o seu March e corre em direção de Williamson, acreditando que ele estava vivo. Entretanto, o incêndio espalhava-se e os comissários de pista tentavam apagar o fogo com os seus extintores. Quando Purley chega, começa por tentar apagar o fogo, para depois tentar virar o carro ao contrário, com os comissários a assistirem passivos ao que se passava, pois julgavam que o carro que Purley estava a virar... era o dele!
Corre-se a lenda que, vendo o que se passava, Williamson reconheceu Purley e gritou: “Pelo Amor de Deus, David, tira-me daqui!”. Este fazia o impossível, e pedia aos comissários para o ajudar. Mas estes não o fizeram, devido ao fogo, que era cada vez mais intenso, e para piorar as coisas, a organização não tinha visto a coluna de fumo e interrompido a corrida, limitando-se a assinalar o local com uma bandeira amarela. Um equívoco que acabaria por ser fatal.
Ao fim de alguns minutos, desolado, Purley caminhou para fora dali. Entretanto, um carro dos bombeiros tinha sido finalmente levado para o local – com a corrida a decorrer - e apagaram o incêndio em pouco mais de um minuto. Mas ali, já era tarde demais: o promissor piloto inglês de 25 anos, que tinha ganho tudo na Formula 3 britânica, estava morto. (...)"
Esta semana recordei por aqui os eventos de Zandvoort, em 1973, mas também aproveitei a minha coluna mensal no site "Nobres do Grid" para recordar Roger Williamson e David Purley, que foram protagonistas, pelo pior, do Grande Prémio da Holanda desse ano. O facto de Williamson ter morrido à frente de toda a gente, e as tentativas desesperadas de outro piloto, que parou para o tentar salvar, ficou marcado para toda a história.
Tudo isso e muito mais pode ser lido neste link.
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