As expectativas estavam altas para a corrida deste domingo. Especialmente quando se sabia que o "fator boletim meteorológico" poderia ser decisivo para o resultado da corrida, da mesma forma que no dia anterior, onde a humidez do tempo - e da pista - fez baralhar as contas. Saber se Sebastian Vettel iria alargar a sua liderança ou se os seus adversários mais próximos, como Lewis Hamilton, o poleman", Fernando Alonso, que teve uma má qualificação e que poderia vingar-se na corrida, ou Kimi Raikkonen, que é um dos especialistas de Spa-Francochamps, já que venceu por aqui por quatro vezes, como Ayrton Senna. Ou Vettel, se ele acabasse o dia como vencedor.
O dia tinha começado com... ação direta: o patrocinador do GP belga era a gasolineira Shell, e a Greenpeace decidiu fazer a sua aparição, protestando contra as intenções da petrolifera anglo-holandesa de fazer prospeção na zona do Árctico, colocando um enorme cartaz, que ficou ali pendurado enquanto que a corrida decorria. A FOM, claro, fez o que costuma fazer nesta situação: censurou, não focando o pano com as suas câmaras durante a sua transmissão televisiva.
A partida começou com Sebastian Vettel a passar Lewis Hamilton após a zona de Eau Rouge/Reta Kemmel, ou seja, em menos de um quilómetro, para ficar com a liderança. Aliás, Hamilton ficou tão espantado que pura e simplesmente não teve qualquer reação para o ir buscar. Atrás, Fernando Alonso pulou para o quinto posto, e nas voltas seguintes, o espanhol da Ferrari chegou até ao terceiro lugar, passando Mark Webber e Nico Rosberg.
Atrás, as lutas eram constantes. As trocas de posições eram frequentes, especialmente na travagem para Les Combes, como Kimi Raikkonen fez a Nico Hulkenberg, na volta nove. E Sergio Perez, outro dos pilotos que ultrapassou nessa zona, decidiu que iria "atirar" Romain Grosjean para fora de pista. Foi isso que os comissários chegaram a essa conclusão, penalizando o mexicano da McLaren.
E foi a partir da volta dez que se começaram as primeiras trocas de pneus, com Hulkenberg e Felipe Massa. Com o tempo, as ultrapassagens frequentes e as paragens fizeram baralhar as coisas, mas no fim, Vettel continuava na frente de Alonso, com carros afinados de forma impecável. As coisas acalmaram a meio da corrida, com muita gente a olhar para o céu para ver se chovia. Mas os radares meteorológicos diziam que a chuva não iria aparecer tão cedo...
E sem chuva, a prova caiu num aborrecimento inusitado para um circuito como aquele. As lutas e as trocas de pneus eram constantes, é certo, mas não tinham a mesma emoção do que as expectativas que existiam. O primeiro grande momento foi na 21ª volta, quando Kimi Raikkonen, que luta por uma posição com o Ferrari de Felipe Massa, falha a travagem para a chicane e sai em frente. Na realidade, o finlandês estava desde o inicio da corrida com problemas em um dos seus discos de travão, e poderia ter problemas a qualquer momento. Quando o teve, levou o carro para as boxes e terminou ali a corrida. E também terminava uma incrivel sequência de 27 corridas sempre a pontuar, e 38 sem conhecer a desistência. Mas também poderá ter acabado ali as suas aspirações ao título.
Outro momento marcante também aconteceu no mesmo local, mas oito voltas mais tarde. O venezuelano Pastor Maldonado estava perante os Force India de Adrian Sutil e Paul di Resta, e o Sauber de Esteban Gutierrez, quando toca no Force India de Sutil, quebrando o seu nariz. Mas a manobra causou imediatamente outro toque, no carro de Paul di Resta, que resultou em que a roda traseira esquerda do piloto escocês fosse arrancada, acabando a corrida por ali e alguns destroços ficaram na pista. Não foi o suficiente para colocar o Safety Car, mas foi mais do que suficiente para colocar o venezuelano nas boxes, num "stop and go".
No final, a chuva não apareceu, e Vettel venceu a corrida com autoridade, com Alonso a fazer uma prova decente, embora sem poder apanhar o piloto alemão e o vê a afastar-se cada vez mais, rumo a um - mais do que provável - quarto título consecutivo. Lewis Hamilton ficou com o lugar mais baixo do pódio, um resultado algo decepcionante, dado que largou da pole-position. Nico Rosberg foi o quarto, na frente de Mark Webber, Jenson Button, Felipe Massa, Romain Grosjean, Adrian Sutil e o Toro Rosso de Daniel Ricciardo.
O pódio foi atribulado. As câmaras não mostravam mais uma vez, mas houve mais "ação direta", quando um membro da Greenpeace quis infiltrar-se no pódio e perturbar a cerimónia. O pessoal na tribuna assobiou o gesto do manifestante, levando as pessoas em casa a pensar que estavam de novo a assobiar Sebastien Vettel. Desta vez, não era assim.
Agora, máquinas e pilotos rumam a Monza para saber se haverá alguma reação da Ferrari a um domínio cada vez mais evidente da Red Bull e de Sebastian Vettel em particular. Aliás, se a distância se manter, Vettel arrisca a ser campeão em Abu Dhabi...
Agora, máquinas e pilotos rumam a Monza para saber se haverá alguma reação da Ferrari a um domínio cada vez mais evidente da Red Bull e de Sebastian Vettel em particular. Aliás, se a distância se manter, Vettel arrisca a ser campeão em Abu Dhabi...
1 comentário:
obrigado pelo texto, sigo sempre este blog! só uma nota:
" Foi isso que os comissários chegaram a essa conclusão, penalizando o mexicano da Ferrari."
O Sergio Perez, que eu saiba, ainda não é da Ferrari :D
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