Como seria de esperar, a McLaren iniciou oficialmente a temporada de apresentações com o MP4-29, o primeiro desta nova era Turbo. Em Woking, a sede da marca, é um carro totalmente cinzento que foi apresentado perante todos os jornalistas especializados, com a presença dos pilotos oficiais da marca, o britânico Jenson Button e o estreante dinamarquês Kevin Magnussen, e o belga Stoffel Vanddorne, que vai ser o terceiro piloto da marca.
A grande novidade foi o bico, com forma de "M", tentando disfarçar o seu nariz "à la Gonzo" e colocado de forma diferente ao que está na Lotus, que inesperadamente apresentou também hoje o seu bólido, através de uma foto no seu site oficial. Jonathan Neale, o diretor técnico da marca, afirmou que as mudanças no regulamento tornam qualquer prognóstico ainda incerto a respeito da temporada de 2014. "Temos sido relativamente pragmáticos com isso. Sabemos que, a princípio, a necessidade de coerência supera a necessidade de performance", afirmou de forma enfática.
"Os testes de inverno não serão sobre o acerto ou o aperfeiçoamento do carro. Serão sobre a compreensão dos limites operacionais do carro da melhor maneira possível. Já temos um pacote de atualização que estamos preparando para a primeira corrida e estamos constantemente a descobrir coisas novas no túnel de vento. Quando começarmos os testes de pista, acho que teremos uma transferência intensa de ideias e conceitos. Isso será a questão central para definir quem vai ganhar ou perder o campeonato.", continuou.
Para além disso, Neale mostrou-se contente com a vinda de novos responsáveis, dizendo que “estamos muito entusiasmados por ter contratado responsáveis como Peter Prodromou e Dan Fallows, da Red Bull, e Ettore Griffini e Ciaron Pilbeam da Lotus, bem como mais alguns engenheiros de topo”, concluiu.
Quanto aos pilotos, Jenson Button confessa que com a nova temporada e os novos regulamentos, sente-se receoso com o que aí vêm: “Todos na Fórmula 1 estão no limite do desconhecido. Isso é tão emocionante como inquietante. Haverá muitas coisas a passarem-me pela cabeça quando pilotar pela primeira vez em Jerez na próxima semana, mas acima de tudo pretendo um sentimento simples e positivo de quando se sabe que o monolugar é uma plataforma sólida; na qual se pode trabalhar e desenvolver ao longo da época." começou por dizer.
"Não penso que alguém chegue ao primeiro teste sentindo a certeza que descobriu a nova fórmula. Penso que será o caso de descobrir lentamente sucessivas camadas, à medida que os engenheiros e os projetistas recolhem mais informação e ganham um entendimento de como os monolugares e unidades motrizes se estão a comportar. E veremos o que está a ser aperfeiçoado ao longo dos testes e das primeiras corridas. Penso que esta nova Fórmula 1 é demasiado grande e complexa para uma só equipa se sentir segura de ter tudo certo e estabelecer rapidamente uma vantagem. Será aos poucos que lá chegaremos”, concluiu.
Já o estreante Kevin Magnusssen, filho de Jan Magnussen, falou sobre a ansiedade que lhe rodeia nos dias antes de começar a sua carreira na Formula 1 a tempo inteiro: "Será bom chegar a Jerez, espero que com o céu azul, e pilotar o monolugar!”, começou por comentar. Desenvolvendo depois, comentou sobre o novo carro, a nova temporada e o que esperar na sua temporada de estreia.
"Nunca há um ponto onde nos sentimos completamente ‘preparados’ – pode fazer-se sempre mais. Mas penso que todas as equipas e pilotos se vão sentir incertos na pré-época, Pessoalmente, só trabalho no duro para me assegurar que estou preparado o mais realisticamente que posso – por isso aprendi os sistemas do cockpit, estive no ginásio do MTC [McLaren Technical Center] todos os dias, e trabalhei muito com a minha equipa de engenheiros para perceber o que esperar das novas regras."
"Por um lado, as mudanças regulamentares tornam as coisas um pouco mais fáceis: no primeiro teste em Jerez todos estarão a conhecer algo novo, mais do que entrar no monolugar e pilotar, por isso não serei diferente de outro piloto. Será a reação durante a época que irá definir o sucesso que temos. Sei que os engenheiros estão a trabalhar sempre em coisas novas, mas ainda penso que há muito a avançar. Não acho que se tenha uma leitura definitiva de quem é competitivo ou não pelo menos até aos testes do Bahrein, ou até mais tarde”, concluiu.
Já Sam Michael, outro dirigente da marca e que é falado para o lugar de diretor desportivo, como substituto de Martin Withmarsh, falou sobre os desafios que têm por diante com o novo carro: “Não é segredo o nosso desapontamento com a época de 2013, e agora o objetivo é o desenvolvimento contínuo em 2014 e voltar a vencer, é para isso que a McLaren existe. Mas é preciso um certo crescimento antes de regressarmos à posição de voltar a lutar pelo título”, começou por comentar.
O responsável disse ainda que “esperamos desenvolver o MP4-29 para algo consistente, usável e rápido”, alertando que “haverá muito cruzamento de ideias durante a época enquanto os melhores conceitos e soluções proliferarem”.
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