A ronda japonesa do mundial de Formula 1 já se tornou num clássico do automobilismo, não só pela idade como também pelo facto de Suzuka ser um circuito suficientemente desafiador para os adeptos. Mas pelo facto de aparecer bem tarde do calendário, a pista foi sempre palco de decisões do Mundial nos anos 80, 90 e na primeira década deste século.
Mas o facto de Suzuka ser sempre marcado para o inicio do outono japonês faz com que esteja sempre a brincar com a Natureza, pois essa é a altura dos tufões no Pacifico. É um bocado como Bernie Ecclestone marcasse para outubro o GP dos Estados Unidos em Sebring, na Florida. Porquê? Pois seria em plena temporada de furacões na costa Atlântica e o risco de colidir com um seria bem grande. Mas é o que poderá acontecer este domingo pela hora da corrida. O tufão Phanfone, de grau 4, irá chegar a terra precisamente na província que alberga o circuito. E isso vai significar ventos de 150 km/hora, pelo menos, e chuva intensa.
E será que eles adiarão ou anteciparão a coisa? Parece que não. O pessoal que anda por lá fala que a teimosia do anãozinho, mais o veto da Honda em antecipar a corrida para sábado à tarde, após esta qualificação, fizeram com que agora se tema o pior, ou então assistamos a uma farsa de grandes proporções, tudo isto porque há compromissos assumidos, há tempo de satélite pago, e não vai ser um tufão que vai estragar tudo. Cheira-me que amanhã será uma farsa de todo o tamanho, mas por agora, limita-se a esperar.
Mas antes da qualificação, o tufão foi momentaneamente esquecido com a noticia de que Sebastian Vettel iria abandonar a Red Bull, depois de esta lhe ter moldado a sua carreira. Parece aquelas declarações do filho, quando diz aos pais que vai sair de casa pela primeira vez e irá morar sozinho, ou com a sua companheira (o): há um choque inicial, e a sensação de que uma era chegou ao fim. Ver aquele menino de Heppenheim, que venceu tudo o que tinha a vencer ao serviço da Red Bull - tanto que me convenci de que ele provavelmente só andaria ali durante a sua carreira - correr com outras cores na próxima temporada, vai ser estranho. E claro, todos saberão onde é que vai correr no ano que vêm: a Ferrari.
Não só porque as pessoas vêm a lógica daquela saída, mas também porque Christian Horner disse de microfone aberto que "A Ferrari fez-lhe uma proposta muito boa". Pronto, o anuncio oficial não será mais do que uma formalidade.
Passado o choque, começou a atividade qualificativa. A Q1 não teve novidades de maior. A Lotus piora de corrida para corrida, a Caterham tentou fazer o seu melhor, mas o melhor que conseguiram foi o 18º tempo de Marcus Ericsson, enquanto que Pastor Maldonado, penalizado, irá largar do último lugar. Depois lá subiu um lugar à conta da despenalização de Jean-Eric Vergne, mas isso não serviu de muito.
Com a Q2, e apesar de a Williams cravar tempos ótimos graças a Valtteri Bottas, era Nico Rosberg que marcava o ritmo, fazendo tempos abaixo do 1.33 minutos. Mesmo depois de trocarem de pneus para tentarem melhorar os seus tempos, as coisas não mudaram. A Williams até se deu ao luxo de ver a parte final da Q2 das boxes, pois tinham a qualificação assegurada! Assim sendo, os Mercedes, os Williams, os Ferrari, os McLaren e os Red Bull foram para a Q3, deixando de fora os Force India, os Sauber e os Toro Rosso.
Quando se chegou ao Q3, de uma certa maneira chegou-se ao resultado previsivel, à hierarquia deste ano: os Mercedes monopolizaram a primeira fila, mas desta vez, o melhor foi Nico Rosberg, com um tempo de 1.32,596, melhor em 197 centésimos do que Hamilton. Atrás deles, os Williams de Valtteri Bottas e Felipe Massa, seguidos pelo Ferrari de Fernando Alonso e Daniel Ricciardo. O McLaren de Kevin Magnussen foi o sétimo, seguido por Sebastien Vettel, enquanto que a quinta fila pertencia a Kimi Raikkonen e Jenson Button.
Com a qualificação feita, amanhã é dia de corrida. E com o passar das horas, parece que o espectáculo irá continuar à hora marcada, apesar do temporal que aí vêm. Não sei se é para brincar com o fogo ou estão a menorizar isto tudo, mas tenho a sensação que amanhã haverá mais um momento de "Formula Zero" para que todos nós possamos recordar nos anos a seguir...
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