Quando o McLaren MP4-30 foi apresentado, muitos ficaram com a expectativa de que pela primeira vez desde 1997, iriamos ver uma nova mudança de cores nos carros da marca de Woking. Quando foi por fim apresentado, na quinta-feira, a decepção correu nas redes sociais, e imensa gente não deixou de exprimir que tinham sido enganados. Três dias depois, neste domingo, Ron Dennis surpreendeu toda a gente ao dizer que a equipa estava a pensar em colocar novas cores no carro antes da primeira corrida a sério, em Melbourne. E promoveu um inquérito no Twitter para saber se queriam o laranja ou o branco e vermelho.
Em poucas horas, este último vencia num proporção de 5 para 1, e a equação era simples: se gostavam da cor do Tio Bruce, "retuitavam" (RT). Se eram fãs das cores que Marlboro, a patrocinadora, usava entre 1974 e 1996, favoritavam (FT). Há quem diga que esse vermelho e branco é a cor da Honda, mas muitos vão associar ao tal patrocinador que ficou por toda uma geração.
Claro que gostos não se discutem, mas francamente, sou dos clássicos. A Formula 1 não começou com Emerson Fittipaldi ou Ayrton Senna, mas tenho de reconhecer que sou de uma classe à parte. E sei que nem foi com o laranja que a McLaren começou a sua aventura na Formula 1. Foi com o branco e preto, que podem ver no modelo M2B de 1966, e bem vista no filme "Grand Prix", disfarçada de... a japonesa Yomura. O primeiro McLaren laranja vem de 1968, com o M7A, que também se tornou no primeiro carro vencedor, às mãos de Bruce McLaren e do seu compatriota Dennis Hulme. E curiosamente, foi no ano em que a FIA resolveu abolir a obrigatoriedade das marcas ficarem restritas às cores dos seus países.
A minha preferência pessoal para o "Papaya Orange" tem a ver com um período onde o fundador esteve presente, e o esforço de homens como Teddy Mayer ou Tyler Alexander fizeram para a tornar num sucesso, que começou na Can-Am, onde graças a máquinas potentes com motor Chevrolet, transformaram aquela competição no "The Bruce and Denny Show", talvez o caso único onde dois neozelandeses triunfaram na América, bem antes de Peter Jackson e o seu "Senhor dos Anéis"...
Sei que a minha defesa é mais romântica, mas é a maneira que a marca têm para ligar ao seu fundador, precocemente desaparecido a 2 de junho de 1970, algo que apesar de ser chamado, raramente está presente na equipa. E a história do branco e vermelho é mais associada a um patrocinador que lá ficou por 22 anos, e pelo que se conta, saiu com ambas as partes zangadas uma com a outra. Logo, há mais do que um "politicamente correto" na retirada dos logotipos da Marlboro nos chassis da marca...
Temos de reconhecer, porém, que há uma geração inteira que cresceu com esse branco e vermelho. Que viram Emerson Fittipaldi, James Hunt, Alain Prost e Ayrton Senna a darem as páginas mais douradas da história da marca. Foram 22 anos associados ao mesmo patrocinador e que associam às páginas mais gloriosas da marca na categoria máxima do automobilismo. E isso é um poderoso chamativo, diga-se de passagem.
Contudo, temos de ver como é que a votação acabará. Ron Dennis disse que a pintura irá mudar, só não diz quando. E até poderemos pensar que no final disto tudo, tudo poderá ficar... na mesma.
Contudo, temos de ver como é que a votação acabará. Ron Dennis disse que a pintura irá mudar, só não diz quando. E até poderemos pensar que no final disto tudo, tudo poderá ficar... na mesma.
1 comentário:
Deve vencer a vermelho e branca, mas não vai dar pra por a culpa só nos fãs brasileiros não.
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