Michele Alboreto, no GP do Mónaco de 1989, a caminho dos seus primeiros pontos do ano, que seria um quinto lugar. No dia em que passa mais um aniversário sobre a sua morte, há precisamente 14 anos, durante uns testes em Lausitzring, na Alemanha, esta foto, tirada por Paul-Henri Cahier, demonstra um carro vazio de patrocínios, como tinha sido a Tyrrell naqueles últimos anos.
A escolha de Alboreto em relação à Tyrrell, depois da sua passagem pela Ferrari, entre 1984 e 1988, representava um regresso à casa que o tinha colocado na Formula 1, em 1981, e onde venceu as suas primeiras corridas, em 1982. Mas esta segunda passagem pela equipa do velho lenhador, o Tio Ken, tornou-se mais atribulada do que julgava, e não durou muito tempo, devido a problemas com patrocinadores, dos quais nem um pódio - o primeiro da marca desde 1983 - o salvou de ficar por lá ao fim de meio ano.
No final de 1988, sem lugar na Ferrari, contemplou o abandono da competição, mas Ken Tyrrell deu-lhe um lugar, com ele a arranjar o patrocínio da Marlboro para ajudar a pagar os salários. Contudo, a marca não o colocava como primeiro piloto da equipa, que tinha Jonathan Palmer como seu companheiro de equipa. e isso se viu em Imola, onde ele surpreendentemente, não conseguiu um lugar na grelha de partida, pois a nova máquina, o 018, não estava devidamente afinada. E na corrida seguinte, no Mónaco, as coisas ficaram piores, quando Ken Tyrrell pediu-o para guiar o velho carro, o 017, ao que ele recusou, boicotando a sessão de quinta-feira.
Com o novo carro, fez o tempo necessário para se qualificarm na 12ª posição da grelha, e fez uma boa corrida, evitando as armadilhas (por exemplo, foi a corrida onde Nelson Piquet e Andera de Cesaris ficaram enganchados no Hotel Loews) que lhe permitiu chegar até ao quinto posto final, atrás do Dallara de Alex Caffi. Na corrida seguinte, na Cidade do México, a sua performance foi bastante melhor, acabando no lugar mais baixo do pódio e dando o primeiro desde o GP dos Estados Unidos de 1983, uma corrida ganha por... ele.
Mas isso não impressionava Tyrrell. Quando arranjou o patrocínio da Camel, ele pediu a Alboreto para que rescindisse o contrato com a Marlboro. Ele recusou e decidiu abandonar a equipa após o GP do Canadá. O seu lugar foi preenchido por Jean Alesi, mas Alboreto não ficou muito tempo parado, pois após o GP da Grã-Bretanha, estava na Larrousse. Ironicamente, o italiano tinha abandonado o contrato com a Marlboro e estes eram patrocinados pela... Camel. Depois disto, ele só conseguiu mais sete pontos nas cinco temporadas seguintes, num final de carreira melancólico, mas que recuperou muita da sua dignidade nos anos seguintes na Endurance.
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