Rolf Stommelen, no fim de semana do GP da Alemanha de 1976, a famigerada corrida onde Niki Lauda teve o seu acidente quase fatal. Nessa altura, o piloto alemão fazia mais uma aparição esporádica na Formula 1, ao serviço da Brabham, e onde conseguiu um surpreendente sexto lugar, a última vez em que pontuou na sua carreira.
Bom... não diria que fosse uma surpresa, pois Stommelen, sendo alemão, conhcia muito bem o Nordschleife e as suas "mudanças de humor"...
Há precisamente 32 anos, num circuito que já não existe mais, Stommelen morria aos 39 anos, vitima de ferimentos graves sofridos dois dias antes, quando perdeu o controlo do seu Porsche 935 (a asa traseira tinha-se quebrado) e embateu com estrondo na parede de proteção. O circuito que já não existe mais é o californiano Riverside, que agora é mais uma zona de centro comercial perdida na zona de Los Angeles. Mas foi ali que terminou a carreira construída essencialmente na Formula 1 e na Endurance.
Meses antes dessa foto, e também no Nordschleife, Rolf Stommelen poderá ter tido o seu grande dia na sua carreira. Nos 300 km de Nurburgring, ele estreava o novo modelo da Porsche, o 936, todo pintado de negro e sem tomada de ar. Rapidamente os jornalistas chamaram de "Viúva Negra" e ficou no segundo posto da grelha, entalado entre os Alpine-Renault 442 dos franceses Jean-Pierre Jabouille e de Patrick Depailler.
No momento da partida, tinha acabado de chover uns minutos antes e a pista ainda estava molhada. A Renault queria ganhar no Nordschleife, mas Stommelen estava disposto a estragar o dia a eles. Na partida, passou o carro de Jabouille e atiçou-os para o apanhar, até à zona da Nordkerhe. Ali, Stommelen travou mais tarde do que habitual, de propósito, mas sendo suficientemente hábil para não sair da pista. Os Renault "morderam o isco" e passaram-no, mas iam tão depressa, no asfalto molhado, que se despistaram "em tandem" mais adiante, deixando Stommelen a rir-se da situação. A partir dali, surgiu a expressão "ninguém trava tão tarde como Stommelen".
Mas o mais espantoso foi o que aconteceu na sexta volta, quando o cabo do acelerador se quebrou. Em vez de encostar, ele simplesmente desligava o sistema para poder travar, ligando-o nas retas. E foi com essa habilidade que acabou no segundo lugar nessa corrida.
Apesar das grandes vitórias, especialmente em Daytona, nunca venceu as 24 Horas de Le Mans ou as 12 Horas de Sebring. Mas em 1979, ajudou um ator de Hollywood, Paul Newman, a chegar ao segundo posto em Le Mans, num Porsche 935 "Moby Dick", numa habilidade tão boa, que foi-lhe retirada a vitória por causa de uma paragem nas boxes anormalmente longa de 23 minutos. Seria certamente um feito para ficar nos anais da história.
Mas mesmo sem isso, os feitos de Rolf Stommelen estão há muito inscritos nos livros e revistas de automobilismo, para serem lidos pelas gerações vindouras.
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