- Wolfgang Von Trips (Alemanha), GP de Itália de 1961
Em 1961, a Ferrari tinha o melhor carro do pelotão, graças ao facto de se ter adaptado aos regulamentos de 1.5 litros, e tinha uma equipa de sonho, com pilotos como o alemão Wolfgang von Trips, o americano Phil Hill, e outros como o belga Olivier Gendebien e o americano Richie Ginther. Mas a luta pelo titulo era entre Von Trips e Hill, e tudo iria ser decidido a 10 de setembro em Monza, palco do GP de Itália.
Von Trips tinha ficado com a pole-position, na frente do piloto americano, mas ele partiu mal. Tentava recuperar posições quando lidou com o Lotus de Jim Clark, então uma estrela em ascensão na Formula 1. Ambos tocam-se no final da reta oposta, na entrada para a Parabólica - por causa de um excesso do piloto alemão - e o carro descontrolado vai parar a uma zona cheia de espectadores, matando a ele e mais 14 pessoas.
Hill venceu a corrida e o campeonato, mas a corrida ficou marcada por esse incidente. Dezassete anos depois, iria acontecer a mesma coisa, mas entre pilotos da Lotus: o americano Mário Andretti e o sueco Ronnie Peterson.
Durante muito tempo, todos os olhos viraram-se para Bandini, no sentido de saber se iria cumprir o legado de Alberto Ascari. Apesar de várias tentativas, somente venceu uma corrida, em 1964, e as coisas na Ferrari não andavam muito boas em 1966, especialmente depois do despedimento de John Surtees.
Em 1967, a equipa era constituída por Bandini e pelo jovem neozelandês Chris Amon, pelo menos os que correriam na Formula 1, com Ludovico Scarfiotti e Mike Parkes para a Endurance. A 7 de maio, palco do GP do Mónaco, esperava-se muito de Bandini, pois largaria da segunda posição. Após uma luta com Dennis Hulme pelo comando - que incluiu uma dificil ultrapassagem a Graham Hill, tinha mantido o segundo lugar na volta 81 de cem quando na chicane do Porto, embateu contra um pilar de ferro fundido e incendiou-se.
Quando foi retirado do carro em chamas - com os fardos de palha a ajudarem a propagar o incêndio, Bandini tinha mais de metade do corpo queimado e os pulmões irremediavelmente afetados pelos fumos tóxicos. Resistiu por três dias até sucumbir aos ferimentos. Tinha 31 anos.
Giunti era um dos talentos promissores que a Itália estava a produzir no final dos anos 60, na onda de outros como Andrea de Adamich, Nanni Galli ou o italo-suiço Clay Regazzoni. Em 1970, Ferrari deu-lhe a chance de pilotar em quatro corridas dessa temporada, tendo conseguido um quarto lugar em Spa-Francochamps. Mas em termos de ficar com a segunda vaga, perdeu para Regazzoni, que tinha vencido o GP de Itália no processo.
Apesar de tudo, ficou na equipa em 1971, com um projeto de correr na Endurance e Formula 1. E estava ao serviço da Scuderia no inicio do ano quando participou nos 1000 km de Buenos Aires, ao lado do seu compatriota Arturo Merzário. Na volta 38, aproximava-se da reta da meta quando viu o Matra 650 de Jean-Pierre Beltoise, que o empurrava para as boxes, vitima de falta de combustivel. Só que o francês tinha estacionado do outro lado da pista e estava a empurrá-lo. Giunti viu o Matra tarde demais (estava imediatamente atrás do outro Ferrari guiado por Mike Parkes) e atingiu-o em cheio, ficando gravemente ferido. Acabaria por morrer horas depois, aos 29 anos de idade.
- Pedro Rodriguez (México), Duzentas Milhas de Norisring, 1971
Pedro Rodriguez foi um dos pilotos mais talentosos dos anos 60, especialmente na Endurance. Irmão de Ricardo Rodriguez, que também foi piloto da Ferrari em 1962, Pedro esteve na Scuderia quer em termos de formula 1, quer em termos de Endurance, mas as suas grandes conquistas foram ao serviço de outras equipas como a Porsche, onde foi vencedor do Mundial, com os 917, ou da Ford, quando ganhou as 24 Horas de Le Mans. Até na Formula 1 as suas vitórias vieram ao serviço da Cooper e da BRM.
A 11 de julho de 1971, depois de ter ajudado a Porsche a vencer mais um Mundial de Endurance, Rodriguez aceitou o convite do suiço Herbert Muller para correr nas Duzentas Milhas de Norisring, para a Interserie europeia, ao volante de um Ferrari 512M. A corrida ia bem para o mexicano quando viu o carro de Kurt Hild e um mal entendido causou uma colisão, levando o carro a pagar fogo. Socorrido de imediato, viria a morrer horas depois, vitima das queimaduras em todo o seu corpo. Tinha 31 anos.
Desde 1977 na Ferrari, em pouco mais de um ano ele se tornou num dos pilotos mais admirados da Scuderia e da Formula 1, graças ao seu estilo arrojado e à sua atitude de "win or wall". Vice-campeão do mundo em 1979, em 1982 estava com uma máquina capaz de atacar o título mundial, em conjunto com o seu companheiro de equipa, o francês Didier Pironi.
Contudo, no GP de San Marino, em Imola, ambos os pilotos estavam em duelo pelo primeiro lugar, com ordens de equipa para manter a hierarquia, ou seja, Villeneuve tinha prioridade sobre Pironi. Mas o francês desobedeceu às ordens e atacou o canadiano, no sentido de conquistar o primeiro lugar para a Scuderia, no que foi bem sucedido.
Villeneuve considerou isto como uma traição e decidiu retaliar na prova seguinte, no GP da Belgica, em Zolder. Nos treinos de sábado, o canadiano vinha numa volta rápida quando se aproximou do March de Jochen Mass, que tinha numa volta lenta. Contudo, ambos se desentenderam e o carro do canadiano embateu nas rodas do March, acabando por "voar" e quebrar-se em dois quando atingiu o solo, cuspindo Villeneuve para as redes de proteção. Socorrido de imediato, viu-se que tinha lesões irreversiveis no pescoço, acabando por morrer naquela noite, aos 32 anos de idade. A Ferrari retirou os seus carros da corrida belga, e ainda hoje os seus fãs sentem a sua falta.
2 comentários:
Paulo, boa noite.
Desculpe-me pelo preciosismo.
Mas no caso do Rodriguez, o nome correto do suíço é Herbert e não Hermann, ok!
Abraço do Brasil.
Zé Maria
PS (atrasado): Peço que não publique meu comentário, não foi essa a intenção. Basta corrigir o post. Obrigado. Zé Maria.
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