Quem me alertou para isto foi o Felipe Vaamonde. E isto é sensacional, porque quando aconteceu tinha 15 anos e lembro-me perfeitamente da história. E quando a li, percebi a razão: porque ontem passava mais um aniversário, o 24º, para ser mais preciso.
Se quiserem colocar as coisas desta forma, é simples: Ayrton Senna poderia ter morrido a 19 de julho de 1991. E não teria sido à frente de todos, nas câmaras, mas sim num obscuro teste, como aconteceu a Patrick Depailler, por exemplo, onde anos antes. Senna teve um futo lento numa das retas de Hockenheim e o carro deu duas cambalhotas no ar, antes de parar no solo, com as rodas viradas para baixo e com o piloto com uma história para contar.
Não há fotos. Nunca vi fotos deste acidente ao longo deste tempo todo, portanto, não deveriam haver fotógrafos na zona. Algo semelhante a, por exemplo, o acidente que o Pedro Lamy sofreu em 1994, em Silverstone. E nunca vi nada que exemplificasse o acidente de Senna em Hockenheim, que aconteceu numa má altura para o piloto. A famosa boleia no carro de Nigel Mansell, em Silverstone, tinha acontecido dias antes.
Portanto, ver um desenho sobre este dia é a primeira coisa que vejo em quase um quarto de século. E é daqueles dias raros em que fico genuinamente admirado por isto. É mais do que um desenho: é um testemunho.
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