A situação da Lotus é a de um aflito cujos problemas não estão resolvidos, apesar da aparente calma. Sabe-se há muito tempo que a equipa de Enstone tem dividas acumuladas a rondar os 120 milhões de euros, apesar de agora parecer ter as contas mais equilibradas. Mas as dividas por pagar continuam a assombrar, e o resultado disso é que esta segunda-feira se soube que houve uma ação em tribunal por parte de alguns fornecedores, entre os quais a Xtrac, firma que fabrica caixas de velocidades.
Segundo conta Adam Cooper no seu blog, caso o tribunal dê razão aos credores, a Lotus poderá entrar em falência, ou seja, ter um administrador que controle a empresa enquanto se elabora um plano de viabilização, da mesma forma que aconteceu no final do ano passado à Marussia.
"O juiz adiou a audiência por duas semanas", disse um porta-voz da Xtrac a Cooper. "Isto foi feito a fim de permitir a continuação do diálogo, durante o qual vamos continuar a discutir todas as opções de resolução com a equipa Lotus F1".
"Ao longo dos últimos 15 meses, a Xtrac tem produzido de boa fé uma quantidade significativa de peças para garantir que os carros possam continuar a correr. Temos mantido uma longa relação, quer com a Lotus F1, quer com sua gestão, e esperamos retoma-la quando a dívida for significativamente reduzida e chegarmos a um resultado positivo", concluiu.
O CEO da Lotus, Matthew Carter, minimizou as possíveis conseqüências, sugerindo que a situação está simplesmente relacionada com a ansiedade de alguns dos fornecedores, que querem receber o dinheiro imediatamente, após terem tido problemas com outras equipas no passado.
"Nós conversamos com eles sobre isso. As equipas menores têm falado sobre isso, e as coisas que aconteceram com a Marussia e Caterham também não ajudaram. Houve uma audiência em tribunal - na verdade, creio que essa audiência foi suspensa - mas são apenas os credores habituais, é parte do processo, é a vida ".
Carter negou a Adam Cooper que a situação possa afugentar os patrocinadores.
"Estamos em uma boa posição sobre das nossas dividas - exceto aos nossos fornecedores, mas isso é normal neste negócio - nós realmente não devemos dinheiro aos bancos, não temos quaisquer empréstimos em dívida ou outra coisa qualquer, tudo o que devemos é para os acionistas.
"Não é como se há alguém lá fora que vai fazer alguma coisa boba. Tanto quanto o que podemos dizer aos nossos patrocinadores é que estamos bem", concluiu.
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