domingo, 1 de novembro de 2015

Formula 1 2015 - Ronda 17, México (Corrida)

O regresso da Formula 1 ao México foi saudado, pois era uma corrida tradicional que fazia uma nova aparição, 23 anos depois da última vez, num autódromo que era um clássico do automobilismo, o Hermanos Rodriguez. E num ano em que há um piloto mexicano no pelotão a lutar por lugares intermédios (e com um pódio duas corridas antes, em Sochi), as expectativas eram bem altas. Duas horas antes da corrida, 150 mil espectadores já estavam nas bancadas a aplaudir os pilotos (90 por cento a apoiar Sergio Perez, é verdade...), num ambiente que só se comparava com Interlagos, por exemplo.

E antes da corrida, continuavam as penalizações: a Ferrari decidiu trocar o motor de Kimi Raikkonen, e por causa disso, mais uma penalização de cinco lugares para o piloto finlandês. Mas pior, pior, era Jenson Button, que teve de trocar tudo de novo e tinha acumulado uma penalização de... 70 lugares. Parecia que, a este ritmo, iria largar da Patagónia! Tudo isto de um sitio onde se voltou a falar da altitude (2245 metros) e do desempenho dos motores nesse local.

Na partida, Rosberg conseguiu resistir aos ataques de Hamilton, e mais atrás, Sebastian Vettel sofreu um furo de Daniel Ricciardo, que o fez cair para o final do pelotão. Quem ficava de vez era Fernando Alonso, que já não tinha potência no seu "motor GP2" da Honda. No final da primeira volta, os Red Bull estavam atrás dos Mercedes, ficando com o terceiro e quarto posto. Valtteri Bottas é quinto, seguido por Max Verstappen e Felipe Massa.

Nas voltas seguintes, os Williams estavam em cima dos carros que estavam na sua frente, mas na frente, os Mercedes escapavam do resto pelotão. Bottas foi o primeiro dos da frente a parar, na nona volta, seguido por Massa e Hulkenberg, para colocar pneus médios. E nas voltas seguintes, os pilotos com pneus moles sofriam, especialmente Sergio Perez, que conseguia aguentar Carlos Sainz Jr. E o espanhol da Toro Rosso parou primeiro.

Na frente, tudo na mesma: Rosberg na frente de Hamilton, com ambos separados por um segundo, e provavelmente a Mercedes poderia ir apenas para uma paragem na corrida. Daniil Kvyat era o terceiro, cada vez mais isolado. Mas a modorra da corrida despertou na volta 18, quando Vettel perdeu a traseira e rodou. Conseguiu regressar à pista, mas perdeu tempo e lugares. Pouco depois, Kvyat para nas boxes.

Na volta 23, houve a segunda parte da batida Bottas-Raikkonen (depois de Sochi), com o piloto da Ferrari a tentar fechar o da Williams e acabou com uma colisão onde o piloto mais velho ficou com a suspensão traseira-direita quebrada e ele acabou por abandonar. Bottas continuou, aparentemente sem danos no carro, mas os comissários decidiram investigar a colisão. Parecia que hoje a Ferrari estava num péssimo dia...

Rosberg foi para as boxes na volta 26, ao mesmo tempo que Max Verstappen fazia a sua paragem. Duas voltas depois, foi a vez de Hamilton, mas tudo fica na mesma, com o alemão a ficar na liderança, enquanto que Sebastian Vettel lutava contra os seus maus pneus, tentando passar Maldonado... para depois perder, porque travou para além da zona ideal. E por causa desses pneus, o alemão da Ferrari não conseguia apanhar o venezuelano da Lotus.

Na volta 34, o público entra em delirio quando Sergio Perez conseguiu passar Carlos Sainz Jr para ficar com o nono posto, especialmente quando se soube que o espanhol tinha passado o mexicano de forma irregular. Claro que quem estava no circuito, não queria saber disso.

Vettel, incapaz de apanhar Maldonado e com os pneus a desgastar-se, foi às boxes pela segunda vez para ter um novo set de pneus médios, tentando ver se conseguia salvar alguma coisa dessa tarde. E na frente, imperturbáveis, os Mercedes controlavam a situação, com Rosberg na frente de Hamilton. E na volta 46, ambos os pilotos já davam mais de meio minuto de vantagem sobre o resto da concorrência, apesar de Rosberg ter feito uma (inesperada) segunda parada. Hamilton seguiu o mesmo na volta 49 e o comando voltou a Rosberg.

Depois disso, o desgaste dos pneus começou a fazer-se sentir, principalmente entre os que fizeram nas primeiras voltas. Ricciardo passou Massa para ficar com o quinto posto enquanto que atrás, Max Verstappen saiu de pista e foi superado por Sergio Perez, para delirio da torcida.

E na volta 53... Vettel bateu. Algo raríssimo para o piloto alemão (a última vez tinha sido há seis anos e meio!) e isso foi aproveitado para que os que poderiam, parassem na boxe. E o Safety Car na pista, apenas com Bottas a ficar na pista, atrás dos Mercedes. E o dia da Ferrari era o pior desde o GP da Austrália de... 2006, sem ambos os carros a chegar ao fim.

Na volta 58, o Safety Car voltou às boxes e se os Mercedes mantiveram as posições, Bottas passou Kvyat e ficou com o terceiro posto. Atrás, Nasr abandonava a corrida, com problemas de travões no seu Sauber. Eles estavam a arder... literalmente! Nas voltas seguintes, os Mercedes afastavam-se de Bottas, que resistia aos Red Bull.

Mas apesar desta briga entre ambos, Nico Rosberg acabou por ser o vencedor do GP do México, seguido por Hamilton e Valtteri Bottas, numa corrida em que não foi muito emocionante. Depois vieram os Red Bull, o Williams de Felipe Massa, Nico Hulkenberg, Sergio Perez, Max Verstappen e Romain Grosjean, a fechar o "top ten". E depois disso, os mexicanos tentaram ser os mais originais possivel, com os carros a pararem na zona do estádio e a subirem para o pódio, para receber o seu respectivo "sombrero". No final, o regresso do México na Formula 1 foi morno, numa corrida com alguma história. Dali a duas semanas a Formula 1 continuará no Brasil, já numa atmosfera totalmente descontraída. Agora contam-se as corridas até ao final da temporada de 2015... 

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