sábado, 7 de novembro de 2015

Com que motor irei correr?

A Red Bull tornou-se numa equipa poderosa. Vinte anos depois de aparecer como patrocinadora, na Sauber, e dez depois de comprar a Jaguar - e depois de comprar a Minardi. no ano seguinte - a marca de Milton Keynes conseguiu o que queria: quatro títulos mundiais de pilotos e construtores, todos com Sebastian Vettel. Nesta década que passou, Dietrich Mateschitz, Helmut Marko e Christian Horner conseguiram deixar a sua marca e quebraram o dominio de equipas como a Ferrari, McLaren ou Williams, isto antes da Mercedes ter tomado conta do pedaço.

Por anos a fio, a Red Bull confiou em motores da Renault, principalmente desde 2008, e coincidiu com a altura em que com Adrian Newey começou a desenhar os seus carros, e isso levou a que começasse a vencer, especialmente quando tiveram Sebastian Vettel ao volante, primeiro na Toro Rosso, e depois na equipa principal. Como todas as eras tem o seu fim, a dos energéticos terminou em 2014, quando a Formula 1 trocou os V8 pelos V6 Turbo, e a queda foi dolorosa. Mateschitz, Marko e Horner deram-se mal com a escassez de vitórias, apesar de no ano passado, Daniel Ricciardo ter composto um pouco, ao conseguir três vitórias, contra... zero de Sebastian Vettel. O alemão tetracampeão foi embora para Maranello e recuperou o seu sorriso - e a capacidade de dizer piadas - depois de três vitórias nesta temporada. E a Red Bull arrisca a ter o seu pior ano desde 2008, o último ano sem vitórias.

Mateschitz, Horner e Marko andaram à procura de bodes expiatórios, e o mais barato de todos acabou por ser o motor. Romperam com a Renault esperando que teriam mais gente a fazer fila para fornecer os seus motores, mas o tiro saiu pela culatra: Ferrari e Mercedes decidiram não fornecer motores - os alemães preferiram dar para... a Manor - e a ideia de um acordo com a Volkswagen - provavelmente sob o nome de Audi - até ia bem encaminhado quando rebentou o escândalo das emissões aldrabadas, no final deste verão.

Assim sendo, parecia que estavam num beco sem saída, o que parecia ser um "castigo divino" para os austríacos arrogantes. Mas nesta semana, parecia que haveria um acordo: iriam voltar a ter motores Renault, mas com um preparador diferente. O sinal de que iriam continuar por ali foi quando anunciaram a manutenção da atual dupla, com Daniel Ricciardo e Daniil Kvyat, e depois quando Mateschitz foi visto ao lado de Mario Illien, o "IL" da marca Ilmor, que no inicio da década de 90 começou a preparar motores ao lado de Paul Morgan, e que depois preparou os motores Mercedes até ao inicio deste século.

A ideia de muitos no meio é que este acordo tem um único objetivo: fazer os seus próprios motores. E até que encaixa, pois a Red Bull tem dinheiro a rodos nisso. O motor poderá não se chamar Renault - nada de virgem, pois foi o que aconteceu no final da década de 90, inicio deste século, com os Mecachrome - mas poderia se chamar Red Bull ou outra coisa.

Motores Renault, preparados por Illien em Milton Keynes? Porque não? Dinheiro não é problema...

E claro que com isso, ficamos a pensar: para quando? Os primeiro motores preparados por Illien apareceram em 1991, e dois anos mais tarde, na Sauber, foram rebatizados como Mercedes. Creio que em 2018, poderemos ter um Red Bull V6 Turbo capaz de andar ao lado dos outros e provavelmente a potenciar os Toro Rosso... Resta saber se Mateschitsz, Marko e Horner terão a paciência necessária.

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