terça-feira, 15 de dezembro de 2015

A imagem do dia

Em 1979, o jornalista britânico Nigel Roebuck perguntou a Clay Regazzoni porque continuava a guiar aos 40 anos de idade. O suiço, então na Williams, e dois meses antes tinha ganho em Silverstone, respondeu: "Adoro a Formula 1 e sobretudo, adoro automobilismo. Para quê parar enquanto sentir assim?

A carreira de Clay Regazzoni estendeu-se ao longo de uma década, entre 1970 e 1980, em equipas como a Ferrari, BRM, Ensign, Shadow e Williams. E mesmo em ocasiões onde as suas capacidades foram colocadas em dúvida, conseguiu contrariar isso, calando os críticos.

A entrada de "Regga" na Formula 1 foi de rompante, conseguindo uma vitória na sua quinta corrida da sua carreira, ainda por cima em Monza, diante de um delirante público. No final do ano, conseguiu 33 pontos em... meia temporada, terminando no terceiro lugar da classificação. Contudo, teve de esperar até ao... GP da Alemanha de 1974 para voltar ao lugar mais alto do pódio. Pelo meio, foi para a BRM, onde se alega que foi o primeiro piloto a ganhar um milhão de dólares por temporada.

No final de 1976, Clay foi dispensado da Ferrari e teve uma chance de correr na Brabham, a convite de Bernie Ecclestone. Contudo, decidiu pela Ensign, porque "queria correr com pessoas simpáticas". A decisão causou surpresa em muita gente, e julgava-se que isso iria dar cabo da carreira do simpático suiço. Contudo, na primeira corrida do ano, em Buenos Aires, a experiência de Clay veio ao de cima, pois conseguiu levar o carro, já com um ano de experiência (tinha sido guiado por Chris Amon e Jacky Ickx, por exemplo), para um inesperado sexto lugar final.

Contudo, apesar deste resultado inesperado, Clay conseguiu apenas mais dois quintos lugares, mas ajudou a colaborar para que a equipa tivesse o melhor resultado de sempre, com cinco dos dez pontos que tiveram nessa temporada, graças ao chassis guiado por Patrick Tambay e patrocinado pela Theodore.

As coisas acabaram numa tarde de abril em Long Beach, de novo na Ensign e quando parecia que iria levar o carro aos pontos outra vez. O acidente contra o carro de Ricardo Zunino (que estava parado na escapatória) fez com que ficasse paralisado da cintura para baixo, mas ele nunca deixou de estar ativo, até à sua morte, quando adormeceu ao volante do seu Chrysler Voyager na autoestrada entre Bolonha e Parma e se enfaixou na traseira de um camião. 

Mas no final, prefiro pensar nisto: "Ciao clay, te ricordiamo cosi!"

Sem comentários: