domingo, 28 de fevereiro de 2016

O que aprendemos destes testes? (parte 2)

Depois de falarmos na primeira parte sobre algumas das equipas que testaram esta semana em Barcelona, nesta segunda parte falaremos sobre McLaren, Red Bull, Renault, Williams e Sauber. De uma certa maneira, estas equipas tiveram um comportamento mais modesto, para não dizer que os seus tempos e precalços preocuparam um pouco por este tempo.

Comecemos pela McLaren. A equipa apresentou o seu MP4-31 numa altura agitada pelos lados da Honda, quando os seus responsáveis. Hideo Sato e Yashuisa Arai foram afastados, substituídos por Yusuke Hasegawa, um engenheiro considerado da velha guarda e que conseguiu redesenhar o motor japonês, que vai ser supervisionado por Yoshiyuki Matsumoto. O resultado é que houve um aumento da potência, mas a fiabilidade ainda é uma questão forte. E essa potência mostrou-se logo no primeiro dia, Com Jenson Button ao volante, quando andaram mais de cem voltas sem problemas de maior.

Mesmo com Fernando Alonso a guiar no segundo dia, as coisas correram bem, apesar do rumor de que ele poderia bater a porta, caso não tivesse a potência que desejava. O espanhol logo desmentiu os rumores, dizendo que o carro se portou bem. Mas nos dois dias seguintes, problemas do foro hidráulico fizeram com que o McLaren rodasse pouco. Fernando Alonso deu apenas três voltas na sexta-feira, ficando o resto do dia a observar os outros a andar na pista, mostrando que o carro não é tão fiável quanto o resto da concorrência, deixando mais preocupações à equipa de Woking.

Contudo, noticias vindas do local informaram que ontem, dia reservado para filmagens, o carro rodou sem problemas, deixando escapar um sinal de alivio a todos.  

Já no lado da Red Bull, depois da apresentação da nova pintura, e depois do novo chassis, o carro andou em pista, de forma bem discreta, alternando entre Daniel Ricciardo e Daniil Kvyat. E quando dizemos "discreto", é no sentido das algumas equipas: sem problemas de maior, marcando tempos próximos de Mercedes e Ferrari. Mas o motor TAG-Heuer (Renault) parece ser uma grande pecha para eles, marcando tempos inferiores. Ricciardo marcou 180 voltas em dois dias, Kvyat andou um pouco menos, mas rodou de forma consistente, pois o objetivo era de marcar mais quilómetros possivel.

No lado da Renault, as coisas não foram fáceis. O RS16 não andou tanto quanto queriam, devido a problemas mecânicos e do seu motor. Quem pagou por esses problemas foi o novato Joylon Palmer, que apenas deu 79 voltas em dois dias, deixando Kevin Magnussen a guiar o novo bólido nos restantes dias, acumulando três vezes mais voltas do que o filho de Jonathan Palmer: 264 ao todo. 

E ali, não só a fiabilidade apareceu à tona, como teve tempos do meio da tabela, mesmo usando pneus macios e médios, no sentido de acumular quilómetros e ver como andam em relação à concorrência. Pelo que se aprecebe, vão ter um longo caminho para apanhar a concorrência, já que andam ao nivel da Toro Rosso. Sem duvida que os anos da Lotus prejudicaram um pouco...

Sem o chassis novo, a Sauber andou a experimentar novos compostos no chassis do ano passado, com um único objetivo: acumular quilómetros e experiência. Eles andaram bem, sem problemas de maior, e marcaram tempos relativamente do meio da tabela, sem usar os supermacios e os ultramacios. Resta saber como vai ser com o chassis novo, que vai ser mostrado ao mundo nesta terça-feira.

Para finalizar, a Williams. Para os lados de Grove, o novo FW38 deixou alguns assomos de preocupação na equipa. Não no sentido da Honda, que teve os problemas de fiabilidade descritos acima, mas sim o facto de terem andado num ritmo médio - para acumular quilómetros como os outros - e ter tempos abaixo do esperado, com os pneus médios. Valtteri Bottas andou dois dias com o carro e disse depois que não tinha ficado impressionado, enquanto que Felipe Massa andou nos outros dois dias, com mais alguns problemas de fiabilidade para encarar - andou cerca de metade de Bottas - e teve um tempo ainda mais modesto.

Claro, isso fez soar as campainhas, e aparentemente, vem um novo bico a caminho dos testes, no sentido de ser experimentado. Já agora, esse novo bico faz lembrar o que foi usado pela Mercedes na quinta-feira, embora não se diga que tem o tal "S-Duct" que os "alemães de Brackley" têm instalado...

Bom, com a primeira parte dos testes encerrados, pode-se dizer que há uma aproximação entre as equipas. Mas essa aproximação é mais para a corrida do que para uma qualificação, onde dependendo dos pneus, as diferenças podem ser maiores. Mas será que pode-se dizer que a Ferrari está em condições de apanhar os Mercedes? Ou será que temos de ser pessimistas como Felipe Massa, que afirmou que 2016 vai ser mais do mesmo, com os Mercedes a dominar? Bom, a unica certeza nisto tudo é que os carros estão cada vez mais fiáveis. Tão fiáveis que na Mercedes, tiveram de alterar as vezes em que os pilotos iam para os carros, para não os cansar tanto nesta altura do ano... em vez de um deles ficar o dia todo, Hamilton e Nico Rosberg faziam meio dia cada um.

Na semana que vem, teremos mais testes em Barcelona, os últimos antes do inicio da temporada.

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