Um dos “kiwis voadores” que colocaram a Nova Zelândia no mapa, nos anos 60 e 70, a par de Bruce McLaren e Dennis Hulme, Chris Amon, morto esta quarta feira aos 73 anos, vítima de cancro, deixou uma longa carreira com o legado duvidoso de nunca ter vencido um Grande Prémio, apesar de ter conseguido cinco pole-positions e três mais rápidas ao serviço de equipas como a Ferrari, March, Matra e Ensign, entre outros.
Com uma carreira bem longa no automobilismo, que começou no final dos anos 50, quando andava com um Austin A40 nas subidas de montanha na sua Nova Zelândia natal, Amon teve um ecletismo típico dos pilotos do seu tempo, correndo na Endurance, Can-Am, Tasman Series e IndyCar, entre outros. Foi o primeiro piloto que Bruce McLaren contratou para a Formula 1, mas os seus feitos vão para além disso. Eis cinco exemplos de grandes corridas da sua parte.
A corrida das 24 Horas de Le Mans, em 1966, foi a consagração dos Ford GT40 sobre os Ferrari dominadores, que venciam sem parar desde 1960. Uma armada de carros tinha sido inscrita, com Amon e Bruce McLaren a serem o carro numero 2, pintado de preto para simbolizar as cores nacionais da Nova Zelândia.
A corrida esteve para... não acontecer. Devido a um compromisso contratual, o carro tinha Firestones calçados, os únicos não-Goodyears. E numa corrida onde a chuva fez a sua aparição, os pneuys Firestone não eram eficazes face aos Goodyears. No inicio da noite, já tinham perdido três voltas e McLaren ameaçou desistir se não pudessem calçar os Goodyears. A Firestone cedeu e McLaren ordenou a Amon que guiasse "prego a fundo". Ele guiou o suficiente não só para recuperar as três voltas de atraso, como no inicio da manhã estava na frente, com uma vantagem de um minuto para o segundo classificado, o carro de Ken Miles.
Ambos lutaram pela vitória até que que a Ford disse a eles que queria... uma chegada encenada, um empate. Tiveram de obedecer, mas no final, McLaren e Amon tinham percorrido mais metros do que o outro carro, de Ken Miles e Dennis Hulme, o que deixou o veterano Miles tremendamente amargurado. Um mês e meio depois, este viria a morrer num acidente de testes em Riverside.
A corrida esteve para... não acontecer. Devido a um compromisso contratual, o carro tinha Firestones calçados, os únicos não-Goodyears. E numa corrida onde a chuva fez a sua aparição, os pneuys Firestone não eram eficazes face aos Goodyears. No inicio da noite, já tinham perdido três voltas e McLaren ameaçou desistir se não pudessem calçar os Goodyears. A Firestone cedeu e McLaren ordenou a Amon que guiasse "prego a fundo". Ele guiou o suficiente não só para recuperar as três voltas de atraso, como no inicio da manhã estava na frente, com uma vantagem de um minuto para o segundo classificado, o carro de Ken Miles.
Ambos lutaram pela vitória até que que a Ford disse a eles que queria... uma chegada encenada, um empate. Tiveram de obedecer, mas no final, McLaren e Amon tinham percorrido mais metros do que o outro carro, de Ken Miles e Dennis Hulme, o que deixou o veterano Miles tremendamente amargurado. Um mês e meio depois, este viria a morrer num acidente de testes em Riverside.
2 – GP da Grã-Bretanha de 1968
Em 1968, Amon estava no seu segundo ano na Ferrari e já mostrava toda a sua velocidade, com três pole-positions e mais um pódio no GP da Holanda, atrás dos dominantes carros da Matra. Contudo, as vitórias fugiam-lhe, pois Jacky Ickx foi o melhor no GP anterior, em França.
No GP britânico, em Brands Hatch, Amon mostrava mais uma vez a sua velocidade, sendo terceiro na grelha, atrás dos Lotus de Graham Hill e Jackie Oliver. Quando ambos os carros tiveram problemas, Amon entrou um duelo com o outro Lotus do suiço Jo Siffert.
Contudo, ao fim de 80 voltas à pista, o duelo foi favorável a Siffert, que dava a Rob Walker a sua última vitória na Formula 1, e a última vez que uma equipa provada vencia um Grande Prémio.
3 – GP do Canadá de 1968
Chris Amon sempre considerou Mont-Tremblant como o melhor circuito que jamais tinha guiado, e em 1968, demonstrou o porquê, pois foi ali que esteve mais próxima da vitória. Pouco depois de Amon ter safado incólume de um acidente em Monza, o piloto neozelandês correu no Canadá com um carro que estava suficientemente bom quer para ele, quer para o seu companheiro de equipa, Jacky Ickx. Mas na qualificação, o piloto belga ficou com o acelerador preso e bateu forte, fraturando a perna direita.
Amon foi o segundo na grelha de partida, batido apenas pelo Brabham de Jochen Rindt, e na partida, o piloto foi logo para a frente da corrida, seguido por Jo Siffert, Rindt, Dan Gurney e Graham Hill. Contudo, a corrida foi dura para os carros e a meio da prova, nove dos vinte carros já tinham abandonado, vitimas de várias avarias. Amon mantinha-se na frente, seguido por Hill e os carros de Bruce McLaren e Dennis Hulme. Pouco depois, Hulme ficou com o segundo passo quando o Lotus teve problemas no seu carro.
Contudo, na volta 73, quando ele já estava a caminho da vitória, a transmissão do seu Ferrari cedeu e encostou de vez o seu carro. Consolado pelo seu dolorido companheiro de equipa, viu os McLaren dos seus compatriotas Dennis Hulme e Bruce McLaren ficaram com a sua primeira dobradinha da história da marca. E a sua fama de azarento consolidou-se…
4 – GP de Itália de 1971
Em 1971, Amon era piloto da Matra, fazendo parceria com o francês Jean-Pierre Beltoise, e apesar de ter um potente motor V12 atrás, os resultados não eram os esperados. Contudo, nos circuitos mais velozes, o motor puxava o suficiente para estar entre os melhores, e no final da qualificação, tinha a pole-position, a primeira desde o GP da Bélgica do ano anterior.
Numa corrida onde as ultrapassagens eram bem frequentes a cada volta, Amon andava sempre entre os primeiros, alternando com o March de Ronnie Peterson, o Tyrrell de Francois Cevért, o BRM de Peter Gethin ou o Surtees de Mike Hailwood, entre outros. Amon estava a lutar pela vitoria com todos eles quando na volta 26… o seu visor foi arrancado. Abrandando o suficiente para evitar o despiste, contudo, o neozelandês perdeu a sua chance de vitória. Depois de se adaptar às circunstâncias, acabou de cruzar a meta no sexto posto, o primeiro fora do grupo vencedor…
5 – GP de França de 1972
A Matra tinha acabado de ganhar as 24 Horas de Le Mans e decidiu investir um pouco na Formula 1, tentando repetir o feito na corrida “caseira”, com uma nova evolução do motor V12 no velho chassis M120. Isso tudo, aliado à velocidade pura do piloto, fez com que ele conseguisse a “pole-position” na pista de Charade, o “Nurburgring francês”, pois tinha mais de doze quilómetros de curvas e contra-curvas. Amon tinha conseguido bater Jacky Ickx e Jackie Stewart, entre outros.
Na corrida, Amon manteve o primeiro posto, com Ickx e Stewart bem perto, seguido pelo Lotus de Emerson Fittipaldi e o BRM de Helmut Marko. Contudo, nas primeiras voltas, iriam aparecer aquilo que mais iria incomodar: as pedras, arrancadas das bermas e que causavam furos nos pneus ou algo ainda pior. Na sexta volta, uma pedra vinda do carro de Fittipaldi entrou na viseira de Marko, ferindo-o gravemente no olho. Outros pilotos sofreram furos, que os atrasaram na classificação.
E o mesmo aconteceu a Amon. Um furo perto das boxes o fez arrastar-se, perdendo o comando. A partir dali, fez uma corrida “de faca nos dentes” passando alguns dos pilotos que estavam na sua frente, tentando chegar o mais à frene possível. No final, o neozelandês ainda conseguiu a volta mais rápida e o terceiro lugar do pódio. Viria a ser o seu último na carreira.
1 comentário:
Muito boa e legal a homenagem ao Amon! Parabéns!
Enviar um comentário